Retrospectiva: Os fatos que marcaram a UNILA em 2024

Em 2024, a UNILA implantou uma nova ferramenta de fomento à permanência discente: a Bolsa Integração. O programa proporciona qualificação formativa e vivência profissional aos estudantes, que participaram de atividades acadêmicas supervisionadas em setores administrativos da Universidade.

A Bolsa Integração foi construída de forma participativa, com consulta pública e um edital em fluxo contínuo que possibilita a submissão de planos de atividades por servidores(as) e inscrições de estudantes mensalmente. Com apoio financeiro da gestão e do Programa Nacional de Assistência Estudantil (PNAES), a iniciativa beneficia 55 estudantes, contribuindo para o fortalecimento do espírito comunitário e integrador da UNILA.

Neste ano, a comunidade acadêmica recebeu várias autoridades e figuras importantes para a América Latina. O maior destaque ficou com a visita do ex-presidente do Uruguai, Pepe Mujica, e a vice-presidente da Colômbia, Francia Márquez, que estiveram na Universidade durante a Jornada Latino-Americana e Caribenha de Integração dos Povos. Na ocasião, Mujica falou com a comunidade acadêmica sobre a importância da juventude em adotar causas que transformem a sociedade e destacou que a integração da região requer mudanças graduais e o envolvimento direto da população. Francia Márquez, por sua vez, enfatizou a necessidade de uma integração que valorize a diversidade e enfrente as desigualdades estruturais, apontando que a juventude tem um papel essencial na construção de uma América Latina mais solidária, antirracista e digna.

A Jornada Latino-Americana e Caribenha de Integração dos Povos reuniu mais de 1,5 mil pessoas de 26 países. Os participantes de toda a América Latina compartilharam experiências e propostas, reforçando laços de solidariedade e traçando estratégias para uma luta comum em defesa dos direitos e da identidade dos povos latino-americanos.

A UNILA reafirmou seu compromisso com a democratização do acesso ao conhecimento e à formação qualificada por meio de iniciativas pioneiras em 2024. Em julho foi aprovada a criação do curso de Licenciatura Intercultural Guarani no território Yvy Mbyte, voltado à formação de professores indígenas na região da Tríplice Fronteira, uma ação alinhada às políticas de inclusão e à missão intercultural da Universidade. Também foi realizada, neste ano, a seleção da primeira turma do Mestrado Profissional em Educação, direcionado especialmente a profissionais da Educação Básica.

Em 2024, a UNILA obteve excelente desempenho na seleção do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID), conquistando a melhor posição entre as instituições do Paraná e da região Sul. Com isso, o Programa terá acesso a recursos que fortalecerão a formação de licenciandos e sua integração ao cotidiano escolar. Além disso, ampliou significativamente o acesso a materiais acadêmicos com a aquisição da plataforma digital Minha Biblioteca, que oferece mais de 10 mil títulos cobrindo diversas áreas do conhecimento. A iniciativa não apenas enriquece o acervo da BIUNILA, mas também potencializa as ações de ensino, pesquisa e extensão. 

A UNILA reafirmou sua vocação internacional e intercultural ao sediar importantes eventos, reunindo especialistas, acadêmicos e representantes de movimentos sociais de diferentes partes da América Latina e do mundo. O 8º Encontro Internacional de Piano Contemporâneo promoveu a música latino-americana e homenageou a pianista Beatriz Balzi. O evento trouxe pianistas, pesquisadores e estudantes de vários países para compartilhar experiências e debater técnicas e repertórios contemporâneos, consolidando a UNILA como espaço privilegiado para diálogos culturais e artísticos.
A Universidade também foi palco de discussões científicas e sociais de relevância global. A 18ª Jornada Brasileira de Ressonância Magnética Nuclear e a 16ª Conferência Internacional sobre as Aplicações da Ressonância Magnética na Ciência dos Alimentos (MR Food) colocaram a UNILA no mapa mundial da pesquisa científica. Já o 6º Encontro Latino-Americano de Arquitetura Comunitária e o 2º Seminário Internacional do IMEA destacaram o compromisso da comunidade acadêmica da UNILA com a interculturalidade e a sustentabilidade.

Ao longo dos anos a UNILA vem consolidando seu destaque no cenário educacional. Em 2024, no Índice Geral de Cursos (IGC), a Universidade ficou em quarto lugar entre 145 instituições do Paraná, com nota 3,8566, superando a média nacional das universidades federais. No Conceito Preliminar de Curso (CPC), o curso de Administração Pública e Políticas Públicas foi o terceiro melhor avaliado no Brasil, enquanto os cursos de Serviço Social, Ciências Econômicas e Relações Internacionais também obtiveram excelentes resultados, destacando-se no Paraná e na região Sul. Esses avanços refletem o compromisso da Universidade com a excelência acadêmica e o engajamento dos estudantes no fortalecimento de sua formação.

A UNILA tem se destacado por suas pesquisas que buscam soluções inovadoras e sustentáveis, com grande impacto social. São iniciativas que reforçam o papel da Universidade na promoção de conhecimento que vai além dos muros acadêmicos, impactando diretamente a sociedade e contribuindo para um futuro mais sustentável e integrado.

No Laboratório de Tecnologias e Processos Sustentáveis (LATEPS), por exemplo, pesquisadores transformam resíduos como vinho e azeite, doados pela Receita Federal, em produtos úteis como sabão e velas. Esses itens são destinados à comunidade local, com a intenção de oferecer alternativas ecologicamente corretas e apoiar pessoas em situação de vulnerabilidade. Outra iniciativa importante, em 2024, foi a criação do Laboratório de Pesquisa em Computação Aplicada (LACA), que, ao combinar inteligência artificial e ciência de dados, desenvolve soluções para áreas como saúde e energia, atendendo tanto a demanda interna da UNILA quanto à de outras instituições de pesquisa.

Além disso, neste ano, a UNILA viu crescer o número de docentes-pesquisadores contemplados pelas Bolsas Produtividade do CNPq. Ao todo, são nove docentes em todos os institutos. Projetos como a Praça das Ciências, inaugurada em Foz do Iguaçu, ampliaram o acesso da população à ciência e à educação, proporcionando um espaço interativo e ludo-pedagógico para escolas e a comunidade em geral.

Ao longo de 2024, a UNILA avançou na ampliação e consolidação de sua infraestrutura. O projeto de maior relevância é o Campus Arandu, que terá suas obras retomadas em 2025, por meio de uma parceria com o UNOPS e a Itaipu Binacional. O edital de licitação foi lançado no mês de dezembro. O novo campus também ganhou nova identidade visual que reflete os ideais de integração, conhecimento e ancestralidade, com traços modernistas inspirados por Oscar Niemeyer e homenagens aos povos originários. O Campus Arandu será composto por seis prédios, cuja construção será finalizada de forma escalonada até 2028, reforçando o papel da UNILA como uma instituição promotora do desenvolvimento regional.

Já no Campus Integração foi inaugurado, no mês de julho, o segundo bloco de salas de aula. A UNILA também firmou parcerias estratégicas que fortaleceram sua atuação. Entre elas, destaca-se o convênio para execução do projeto Ombo'éva: Green Smart Building e uma colaboração com a Receita Federal, que permitiu a doação de cerca de R$ 420 mil em bens apreendidos.

A Universidade foi uma das instituições contempladas pelo programa Novo PAC, do Governo Federal. Foram reservados R$ 10 milhões para a construção de uma moradia estudantil intercultural que será erguida no Campus Integração e deverá atender cerca de 100 estudantes. A previsão é que o projeto executivo e o edital de licitação estejam prontos até o segundo semestre de 2025.

A UNILA vem se firmando como um importante polo cultural na região, oferecendo uma programação diversificada que envolve a comunidade acadêmica e a população local. Em 2024, o Festival de Culturas (FeCult) foi um dos eventos mais marcantes, celebrando o protagonismo da mulher indígena nas artes e promovendo a troca cultural entre Brasil e Paraguai. Além disso, a canção oficial da UNILA, que reflete a identidade latino-americana da instituição, foi escolhida por meio de um concurso que envolveu a comunidade acadêmica. Composta por Marina Araldi, Aura Alejandra Espitia Saavedra e Gabriel Sampaio Souza Lima Rezende, a música foi eleita para representar a universidade em cerimônias e eventos oficiais.

Outro evento significativo foi o Aglomero Teatral, que contou com diversas apresentações de grupos da UNILA e coletivos convidados. Já a Calourada Cultural, realizada no início do semestre letivo, contou com apresentações artísticas e uma feirinha gastronômica, com o objetivo de integrar os novos estudantes à universidade de forma criativa e colaborativa. A Universidade também esteve envolvida em iniciativas internacionais, como a parceria com o Centre Pompidou (França) para a criação de um museu internacional de arte em Foz do Iguaçu. Dessa forma, a UNILA se coloca como um agente de integração entre diferentes culturas, ampliando sua missão de promover a integração e o desenvolvimento da América Latina. 

A UNILA alcançou uma importante conquista, em 2024, ao se tornar membro da Associação de Universidades Grupo Montevidéu (AUGM), uma rede que promove a cooperação entre universidades públicas de seis países da América Latina. A adesão foi aprovada em maio, e desde então, a Universidade tem se beneficiado de diversos programas de mobilidade, como o Escala, que oferece apoio total para a mobilidade de estudantes e servidores. Além disso, o convênio permitiu a UNILA participar de convênios internacionais e acessar recursos específicos para a realização de projetos de pesquisa.  

Em 2024, a UNILA propôs e passou a integrar a Rede de Universidades de Fronteiras (Unifronteiras). Composta por 14 instituições de ensino superior, a rede visa promover a internacionalização e buscar soluções para os desafios das regiões de fronteira, destacando a interculturalidade, o plurilinguismo e a integração regional.

A rede, que começou a ser idealizada em 2018, busca eliminar obstáculos legais e promover a cooperação entre universidades e institutos federais, com propostas para facilitar o trânsito transfronteiriço, a revalidação de certificados e a criação de cursos binacionais. A iniciativa foi destacada como uma estratégia para fortalecer o trabalho das universidades federais nas regiões fronteiriças, com o apoio de parlamentares e entidades educacionais.