UNILA ingressa na Associação de Universidades Grupo Montevidéu

A UNILA passou a integrar a Associação de Universidades Grupo Montevidéu (AUGM), uma rede que reúne 46 universidades públicas de seis países (Brasil, Argentina, Bolívia, Chile, Paraguai e Uruguai) para a cooperação na formação de alto nível e desenvolvimento regional. “Foi uma das maiores conquistas nestes quase 15 anos de instituição”, diz a pró-reitora de Relações Institucionais e Internacionais, Suellen Péres de Oliveira. “O Grupo Montevidéu reúne universidades públicas que têm uma história importante na defesa da educação. É um espaço de defesa muito forte da universidade pública”, completa.

O ingresso da UNILA na AUGM foi aprovado em maio. Desde então, a Universidade já participou da reunião de reitores, da reunião de delegados assessores e possibilitou a participação de estudantes na 31ª Jornada de Jovens Investigadores. A pró-reitora destaca que o ingresso na rede também contribui para o cumprimento da missão da própria Universidade. “Além de a UNILA assumir o seu protagonismo, temos um canal de entrada que facilita o cumprimento das nossa missão, que é voltada para o Mercosul também.”

Como membro da AUGM, a UNILA pode acessar diversos programas como o Escala, que permite a mobilidade de estudantes de graduação e pós-graduação, docentes e servidores técnico-administrativos. “O Escala é o maior programa de mobilidade de todas as redes latino-americanas que nós temos e é todo custeado [passagens, bolsa, alojamento e alimentação]”, comemora Suellen. Ela explica que a AUGM já tem convênios de cooperação internacional firmados com instituições de excelência aos quais a UNILA pode candidatar-se. Tudo isso sem custos para a Universidade, que pode se candidatar automaticamente. Estar na rede também diminui muito nosso trabalho na área de convênios internacionais, porque, para todas as atividades de cooperação internacional, tínhamos que fazer um convênio. Estando na rede, a UNILA automaticamente já se beneficia dessa cooperação.”

A coordenadora de Relações Institucionais, Leila Yatim, lembra que o ingresso na AUGM permite acesso a recursos específicos para universidades em redes. Um desses editais prevê R$ 20 milhões e vai contemplar 15 projetos. A UNILA concorre com um projeto multidisciplinar na área de geopolíticas energéticas, unindo os doutorados em Energia e Sustentabilidade e em Integração Contemporânea da América Latina. Suellen salienta que a captação de recursos internacionais para a pesquisa também é uma das ações da AUGM.

Leila cita, ainda, a realização de cursos, os comitês de pesquisa e de extensão como ações importantes do Grupo. “É uma rede muito ativa”, diz, lembrando que a UNILA irá sediar a próxima reunião de delegados assessores das universidades que integram a rede, em abril de 2025. A intenção da Pró-Reitoria de Relações Institucionais e Internacionais (PROINT) é realizar uma Semana de Internacionalização nesse mesmo período, aproveitando a vinda dos profissionais.

Jornada

José Henrique com o certificado de menção honrosa, Laura (primeira a esquerda) e demais colegas da UNILA na Jornada

Apresentação de projeto de pesquisa durante a Jornada

A Jornada de Jovens Investigadores recebe uma atenção especial por seu papel de promover o encontro de jovens pesquisadores, que têm a possibilidade também de integrar ou iniciar a formação de redes de pesquisa, comenta a pró-reitora.

Neste ano, a Universidad de la República (Udelar), do Uruguai, foi a anfitriã do evento, que completou 31 edições e teve a apresentação de mais 700 projetos de pesquisa de estudantes de graduação e pós-graduação. A Jornada teve a participação de mais de 800 pessoas, incluindo também docentes.

Estudantes da UNILA em frente ao prédio da Udelar

Sete estudantes da graduação e da pós-graduação da UNILA participaram do evento em Montevidéu. José Henrique de Toledo Filho, estudante de Engenharia Física, recebeu menção honrosa pelo projeto “Formalismo matemático no ensino superior da Física”. Ele conta que receber a menção honrosa foi o reconhecimento pelo empenho na sua pesquisa, que consumiu muitas noites em claro e exigiu muito esforço, uma vez que era preciso conciliar na agenda também as disciplinas do curso e as atividades do centro acadêmico. "A vida não para pra gente fazer Iniciação Científica", comenta. "Sem sombra de dúvidas essa premiação eu atribuo principalmente a Deus. Saber que houve frutos da pesquisa e que ela pôde abrir portas foi bem gratificante."  

Para ele, a participação em eventos dessa natureza deveria ser “obrigatória”. “Nem todos os estudantes de graduação têm essa experiência e deveria ser algo muito mais fomentado, haver mais disponibilidade de oportunidades porque além de agregar para o currículo, agrega experiência”, afirma. No caso das pesquisas, as contribuições recebidas, avalia o estudante, podem ajudar no aprofundamento, ou mesmo, na definição de uma nova abordagem. “Esse tipo de ambiente acaba juntando pessoas que têm o mesmo ímpeto, a mesma fome de pesquisa, de conhecimento, de descoberta, de esforço e acaba criando um networking muito bom.” A diferença de culturas e a diversidade de países também ajuda nesse sentido, acredita José Henrique. “Fiz meus contatos e os horizontes, com certeza, se expandiram e as amizades que eu fiz, as experiências que vivi vão ser levadas pra sempre na minha vida acadêmica e profissional.”

Laura Luján Ramírez Cabral, aluna de Relações Internacionais e Integração, também esteve na comitiva que participou da Jornada. "Sem dúvidas a jornada foi um espaço incrível para conhecer pesquisadores de várias partes no Brasil e de outras universidades da América Latina. Isso nos permite aprender com realidades diferentes ao mesmo tempo que refletimos sobre os desafios tanto globais quanto locais", comenta. Para ela, a Jornada foi uma oportunidade de "ampliar os horizontes e reforçar a importância da colaboração" para as pesquisas e iniciativas que podem ter impacto na sociedade. "A participação foi extremamente enriquecedora."

Ela diz que, apresentar a pesquisa num ambiente diverso, a fez "refletir bastante" porque as contribuições que recebeu trouxeram novos aprendizados sobre como expandir e refinar o seu trabalho. "Além disso, foi muito inspirador ter aquele contato com estudantes de diferentes níveis acadêmicos. desde a graduação até o doutorado, no mesmo lugar, todos com abordagens e ideias sumamente interessantes. Isso me ajudou a pensar em novas maneiras de conectar a minha pesquisa outros contextos e dessa maneira ampliar o seu alcance", comenta.

Para Laura, a formação de redes é uma das oportunidades mais valiosas da Jornada. "Vai muito além do evento em si e continua trazendo frutos muito depois. Essa troca foi extremamente rica porque abriu possibilidades de colaborações futuras, assim como me conectou a vários grupos de trabalho que têm interesses parecidos com os meus. É muito motivador perceber como esses eventos conseguem criar pontes entre pessoas, projetos e conhecimentos tão diversos."

Também participaram da Jornada Giovanna Vitoria Simões Feitosa (Filosofia), John Esteban Mosquera Mosquera (Física Aplicada - mestrado), Juan Camilo Ritore Perez (História - mestrado), Michelle Ximena Vargas Ortiz (Antropologia - Diversidade Cultural Latino-Americana), Vanessa da Silva Almeida (Integração Contemporânea da América Latina - mestrado). 

“Tivemos pouco tempo para preparar o edital e selecionar os participantes, mas acreditamos que era muito importante estarmos na Jornada pela primeira vez”, comenta Leila Yatin. “A ideia da Jornada é promover a integração desses jovens pesquisadores por meio das redes desde muito cedo, a partir das suas pesquisas”, completa. Em 2025, a Jornada será realizada em Tucumã, no norte da Argentina. A intenção da PROINT é formar uma delegação, com alunos, docentes e servidores técnico-administrativos para participação no evento.

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