Pesquisa
Temática da Ressonância Magnética Nuclear mobiliza evento internacional na UNILA
Neste semestre, a nossa Universidade sediou dois importante eventos, sendo um deles inédito na América Latina. A 18ª Jornada Brasileira de Ressonância Magnética Nuclear e o 16ª MR Food (16ᵗʰ Internacional Conference on the Applications of Magnetic Resonance in Food Science) reuniram comunidades científicas latino-americanas e europeias para debater as inovações na pesquisa em RMN, em especial, as diversas aplicações da ressonância magnética nuclear na análise de alimentos. Os dois eventos foram realizados conjuntamente, com o MR. Food ocorrendo pela primeira vez fora da Europa.
Uma das organizadoras, a professora do curso de química da UNILA, Caroline da Costa Silva Gonçalves, explica que “com o apoio da Associação de Usuários de Ressonância Magnética Nuclear – AUREMN e do Grupo AMPERE, decidimos juntar os dois eventos em uma semana e sediá-los aqui na UNILA, devido ao aspecto internacional do encontro e a importância da América Latina na produção de alimentos. Trazer esse evento para a UNILA é excelente, pois nós somos parte da rede paranaense de RMN, apoiada pela Fundação Araucária, que tem como objetivo auxiliar os laboratórios em todo estado, além de ofertar bolsas de pós-doutorado, o que é muito interessante para o crescimento da Universidade, porque a graduação também tem muito a ganhar com essa rede de pesquisa”, destaca a professora. A comissão organizadora local foi composta por docentes e estudantes da pós-graduação da área de energia e sustentabilidade da UNILA, e contou também com a colaboração das professoras Marciana Pierina Uliana Machado e Aline Theodoro Toci.
Equipamento Avançado de RMN para a UNILA
A UNILA está em processo de instalação de um equipamento de ressonância magnética nuclear de alta resolução, o qual será o único localizado no Oeste do Paraná. Sobre isso, Caroline da Costa Silva Gonçalves comenta que se trata de um equipamento de alta resolução que servirá tanto para a área da química orgânica, para elucidação de moléculas, quanto para a química analítica. Pode servir ainda para identificação geográfica, discriminação de amostras e análise forense, entre outras áreas de aplicações e estudos."
Luzineide Wanderley Tinoco, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro e Vice-Presidente da Associação de Usuários de Ressonância Magnética Nuclear, complementa: "equipamentos de RMN são usados desde a exploração de petróleo até a análise de células, estudos de proteínas e suas interações com moléculas pequenas. E ainda são fundamentais para o estudo de novos materiais, também com aplicações nas áreas física, médica e biológica."
Outro convidado e também organizador do evento, o professor Antônio Gilberto Ferreira, da Universidade Federal de São Carlos - UFSCAR, complementa sobre as diversas aplicações da ressonância magnética nuclear: "podemos gerar imagens de diversos materiais, como madeira e frutas, além de fazer análises de líquidos corporais, substâncias farmacológicas, alimentos contaminados e compostos ilícitos. Isso é crucial para a química forense e outras áreas forenses."
Após a instalação do equipamento que promete trazer grandes avanços para a pesquisa na Universidade, a professora Caroline compartilha que será ofertado um curso de capacitação de uma semana para pesquisadores da UNILA, PTI e Itaipu, ministrado por professores de outros estados, como parte da inauguração do novo equipamento.
Importância do Evento na Tríplice Fronteira
“Devido à importância da América Latina na produção de alimentos, foi importante trazer esse evento para a UNILA, uma Universidade que por estar na fronteira entre Brasil, Paraguai e Argentina, colabora para esse encontro que está inserido num contexto internacional", afirma Andersson Barison, professor do curso de química da Universidade Federal do Paraná - UFPR. O professor também ressalta que a UNILA é uma das poucas universidades no Brasil que possui um espectrômetro de ressonância magnética nuclear, e que isso é extremamente importante para a instituição. "Com o equipamento de RMN, a UNILA vai poder explorar essa ferramenta em todas essas áreas e aumentar significativamente a produção científica da Universidade", acrescenta Barison.
O objetivo com a realização destes eventos internacionais foi promover novas parcerias e colaborações entre a UNILA e outras universidades, tanto no Brasil quanto no exterior. "Esperávamos novas conexões e contatos, e durante a realização foi possível observar as interações entre alunos e pesquisadores de vários países, o que poderá resultar em doutorados e pós-doutorados", finaliza Antônio Gilberto Ferreira.
Segundo os organizadores entrevistados, o evento não só posiciona a UNILA no mapa mundial da pesquisa científica, mas também proporciona à Universidade e à região aprofundar os temas sobre uma ferramenta poderosa para a produção e qualidade científica. Conforme conclui Caroline: "A ressonância magnética nuclear vai ter um papel essencial para a produção científica da UNILA."
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*Conteúdo produzido com a colaboração dos bolsistas do LABCOM/SECOM: Paola Michelle Gomez Toro, Patrick Batista Rocha, Ricardo Blanco Martínez, Paula Gisellet Suárez Riveros, Pedro Henrique Silva Rodrigues, John Sebastian Sierra Montano.