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Escrito por docente da UNILA, livro sobre a história de Foz do Iguaçu é referência sobre o tema
Notícias da Gente
Atualmente trabalhando como professor da área de História das Relações Internacionais na UNILA, Micael Alvino da Silva é o autor do livro “Breve História de Foz do Iguaçu”, publicado em 2014, ano do centenário da cidade. A obra foi dividida em três partes (período colonial, século 20 e tríplice fronteira), com quatro capítulos cada. Como o docente gosta de ressaltar, o objetivo sempre foi que o conteúdo do livro fosse acessível a todos os públicos.
Antes de ingressar na Universidade como professor, Micael já havia trabalhado na UNILA como assessor da Reitoria para a área de Relações Internacionais. Nesse período, ele conciliava a função na UNILA com a de professor na Uniamérica. O convívio no ambiente acadêmico fez com que Micael percebesse a carência de publicações sobre a história de Foz do Iguaçu. “Eu ficava pensando em como seria interessante, para os alunos que chegam à UNILA, um curso sobre a história da tríplice fronteira. Surgiu, então, uma disciplina para eu ministrar na Uniamérica, cujo intuito era explicar, a estudantes da área da Educação, como esta região se formou. Acabei unindo as duas coisas: desenvolvi um curso de extensão, que teve a participação de muitos alunos da UNILA, ao mesmo tempo que ministrava a disciplina. Como não havia material didático sobre o tema, comecei a escrever textos para dar aula”. Esses textos, após alguns ajustes, se transformaram no livro.
Um mês após a publicação da obra, Micael ingressou na UNILA como professor. O docente explica no livro que a questão da integração regional faz com que Foz do Iguaçu - e esta região - seja o que é. “Foz está num espaço regional muito interessante, que é o que chamamos de tríplice fonteira. Isso é o que não podemos perder de vista quando falamos sobre a história da cidade. O ponto histórico crucial é a integração física do Brasil com o Paraguai. Esse é um marco entre passado e presente e que dá dinamismo para a cidade. A ideia de aproximar o Brasil do Paraguai gerou infraestrutura física e, consequentemente, gerou a Itaipu Binacional”, destaca.
Dessa forma, o futuro da região, de acordo com o professor, está muito associado às relações entre o Brasil e o Paraguai. “A primeira onda nessa relação foi a conexão física, que teve grande importância. Agora, temos uma onda interessante, também, de investimento em infraestrutura, que tem a ver com como esta região vai ser nos próximos anos e como isso será importante para a logística de produtos do comércio entre os dois países. A segunda ponte qualifica essas relações, pois teremos um fluxo muito mais ordenado e mais eficiente. Quando isso acontecer, haverá maior circulação de mercadorias e de pessoas. Em relação ao lado argentino, não me parece que, nem no longo prazo, teremos uma relação como a que temos com o lado paraguaio”, afirma o professor.
Outro ponto destacado por Micael é a circulação de estudantes na região, fato que, para ele, é um caminho sem volta. “Acredito que, principalmente a partir de 2010, com a criação da UNILA, podemos dizer que Foz está se consolidando como um polo educacional. Isso tudo, aliado, também, à oferta de cursos pelas instituições privadas e pelo campus da Unioeste. Além disso, não pode ser esquecido o fato de que fazemos parte de um processo mais amplo, que engloba, por exemplo, as instituições que ofertam o curso de Medicina no Paraguai, trazendo muitas pessoas de diversas regiões do Brasil”, complementa o docente.
O livro “Breve História de Foz do Iguaçu” pode ser adquirido na Livraria Kunda (Rua Almirante Barroso, 1473) e no site da Editora Epígrafe.