Você está aqui: Página Inicial > Notícias da Gente > Resgate cultural
conteúdo

Identidade UNILA

Resgate cultural

NOTÍCIAS DA GENTE

Egressa do curso de Antropologia da UNILA, Taisa Lewitzki foi uma das idealizadoras da Casa da Cultura Góes Artigas, em Inácio Martins/PR. No local, são realizadas atividades voltadas à formação de mulheres rurais em relação a temas como direitos humanos, agricultura agroecológica e economia solidária.
publicado: 30/06/2022 16h47, última modificação: 30/06/2022 17h18

Taisa Lewitzki formou-se em Antropologia, na UNILA, em 2015. Dois anos mais tarde, foi uma das criadoras da Casa da Cultura Góes Artigas, localizada em sua cidade natal, Inácio Martins/PR. Neste espaço de convivência, busca-se promover o resgate do saber das mulheres rurais. Entre as atividades desenvolvidas no local estão ações voltadas à formação dessas mulheres em relação a temas como direitos humanos, agricultura agroecológica e economia solidária. 

Mesmo antes de ingressar na Universidade, Taisa trabalhou com movimentos sociais de povos e comunidades tradicionais no Paraná, onde conheceu vários antropólogos. “Com isso, me reconheci na profissão, que trabalha pelo direito à diferença e à diversidade. Deslumbrei cursar Antropologia, mas acabei iniciando o curso de Direito e projetava uma pós-graduação na área de Antropologia. Então, fiquei sabendo da recém-fundada UNILA, que tinha bacharelado em Antropologia. Ingressei na turma de 2012 e me formei no final de 2015”, conta.   

A ideia da criação da Casa da Cultura surgiu quando ela retornou à sua comunidade (Góes Artigas), após a formatura. “Observando a realidade em relação à ausência de lugares para promoção da cultura, problema que se acentua na zona rural, incentivei a formação de um coletivo de mulheres agricultoras, lideranças e estudantes para ocupar e reformar uma das casas que integram a vila ferroviária de Góes Artigas, desativada desde os anos de 1990, para ser um lugar de encontro e fortalecimento da cultura local. Elaborei o projeto da Casa da Cultura e iniciamos o processo de reformas, por meio de mutirões e campanhas. No dia 11 de fevereiro de 2017, inauguramos o local”, explica.

Na Casa da Cultura são realizados cursos, oficinas e atividades voltadas à formação de mulheres rurais, com foco nos saberes e conhecimentos tradicionais que fazem parte da cultura local. Periodicamente, é organizada a Feira da Cultura - um espaço de encontro que envolve, também, pessoas de comunidades e municípios vizinhos. O evento conta com exposições fotográficas, apresentações artístico-culturais, comercialização de artesanatos, produtos caseiros e alimentos agroecológicos. “Temos, ainda, um grupo de mulheres - de diferentes idades e trajetórias - que se encontra quinzenalmente para elaborar artesanatos, preparar receitas, fazer teatro, trocar conhecimentos e conversar sobre direitos. Em 2020, fundamos a Associação Comunitária de Mulheres Rurais Casa da Cultura Góes Artigas, que é reconhecida como de utilidade pública municipal e estadual. Desde a inauguração da Casa da Cultura, contamos com a estrutura da biblioteca comunitária, bodega de economia solidária, cozinha para beneficiamento de alimentos, sala de exposições e oficinas. E, em 2018, fomos contempladas com o Prêmio Culturas Populares (Edição Selma do Coco), do Ministério da Cultura”, complementa a antropóloga.

Taisa ressalta que muitas das experiências vivenciadas na UNILA foram inspiração para a Casa da Cultura. “Exemplo é o Cinelatino, projeto de extensão que acompanhei na minha trajetória acadêmica e que aqui ganhou a versão chamada Cine Prosa, como alternativa de acesso ao cinema. A diferença é que os filmes exibidos no Cine Prosa são abordados a partir de temas que fazem parte da realidade e interesse local. Já os varais com fotos, textos e poesias são uma lembrança dos corredores da UNILA e das exposições da Revista Peabiru. Além disso, a biblioteca comunitária é influenciada pela biblioteca do Bairro Cidade Nova, onde participei de muitas atividades quando morava em Foz”.

A estudante, que está na fase final do doutorado, foi contemplada com o Prêmio Memorial de Vivências (promovido pela Unespar), sobre a atuação na área da cultura durante a pandemia de Covid-19. “Em minha trajetória, universidade e comunidade sempre andaram juntos. Entre os planos que tenho está ampliar a experiência da Casa da Cultura para outras comunidades e contextos”, finaliza Taisa.

Para saber mais sobre a Casa da Cultura Góes Artigas, acompanhe as redes sociais (Instagram / Facebook). Em maio, a iniciativa foi tema de uma reportagem do programa Plug, da RPC TV. Para assistir, acesse.

registrado em: