Institucional
Mulheres na Ciência
Desde 2015, a partir de uma iniciativa da UNESCO e ONU, o mês de fevereiro é destinado à comemoração do Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência. Entretanto, o Comitê Executivo pela Equidade de Gênero e Diversidade da UNILA (CEEGED) segue problematizando as questões que se apresentam às mulheres pesquisadoras.
No passado, as mulheres já foram completamente excluídas da educação formal pela cultura patriarcal. Hoje, elas impulsionam a ciência em todas as áreas. Apesar disso, uma pesquisa da Open Box, em 2020, sobre seis áreas do conhecimento, mostrou que os homens ainda são a maioria dos pesquisadores no país e possuem maior nível de formação do que as mulheres. Em paralelo a esta realidade, constata-se que as mulheres acumulam 8,5 horas semanais a mais de trabalho doméstico em relação aos homens. Naturalmente, as pesquisadoras mulheres, especialmente as mães, são as mais prejudicadas na pandemia, pois a produção científica delas caiu, enquanto a dos homens se manteve igual ou aumentou.
Ciente dessa realidade, o CEEGED realizou, no ano passado, um trabalho em parceria com a Comissão Permanente de Pessoal Docente (CPPD), apontando sugestões para minimizar o impacto da pandemia na carreira das docentes da UNILA, em especial as que são mães e/ou cuidadoras. O Comitê tem sido demandado a colaborar na construção de diversos documentos institucionais, para que eles contemplem a Política de Equidade de Gênero e Diversidade da UNILA, aprovada pelo CONSUN. A Política leva o nome da estudante Martina Piazza Conde – defensora dos direitos humanos e das mulheres, vítima de feminicídio em Foz do Iguaçu, e que se tornou símbolo da luta das mulheres pelos seus direitos dentro da nossa comunidade acadêmica.
Ainda sobre o panorama das mulheres na ciência, a vice-presidente da Associação Brasileira do Progresso para a Ciência, Fernanda Sobral, em entrevista concedida ao Portal G1, pontuou que existe uma desigualdade histórica que marca a trajetória das mulheres no campo científico. Ela aponta que essa desigualdade fica ainda mais evidente no topo da carreira dos pesquisadores, o que mostra a dificuldade que as mulheres enfrentam durante a carreira. “No ápice da carreira, a desigualdade ainda existe, sobretudo em áreas como engenharias e exatas”, salienta. Fernanda explica que a cultura do cuidado - papel historicamente destinado às mulheres - influencia desde a escolha da profissão da mulher, pois em geral ela escolhe profissões associadas ao cuidado e com maleabilidade suficiente para permitir o cuidado com os filhos. " A ciência deve ser incentivada entre as meninas desde a educação básica", enfatiza.
Sobre o CEEGED
Você sabia que o CEGGED já idealizou e coordenou um projeto intitulado “Meninas na Ciência”? A ação trabalhou com crianças e adolescentes de escolas públicas de Foz, com atividades que incentivaram as meninas a conhecerem o universo da ciência, através das ciências exatas. Já com os meninos trabalhou-se a cultura do cuidado: a importância de cuidar, dividir tarefas domésticas e o cuidado com os filhos. Tudo isso através de atividades lúdicas, como o desenvolvimento de um app, desenho do esboço arquitetônico da escola e lançamento de foguetes para as meninas; e a vivência do papel social de cuidador para os meninos (que trocaram fraldas em bonecas, realizaram tarefas domésticas e montaram arranjos de flores para pessoas especiais). Eles também aprenderam sobre violência doméstica, através de uma gincana de perguntas e respostas.
O Comitê continua sempre na luta pela equidade de gênero. Se você sofre algum tipo de violência de gênero, ou tem vontade de conhecer mais sobre os direitos das mulheres, procure o CEEGED. Para esses casos o Comitê realiza um serviço de acolhimento e orientação, disponível no e-mail ceeged@unila.edu.br. Já o apoio psicológico, disponível às mulheres em situação de violência, pode ser agendado pelo e-mail carla.gastaldin@unila.edu.br.