Projeto Townquim

Discente da UNILA foi o segundo colocado do Desafio LED 2023, que contou com mais de 2 mil concorrentes. (foto: Globo/Alice Venturi)

Uma plataforma para dialogar com pesquisadores e transformar suas produções acadêmicas ociosas em soluções reais para problemas públicos. Esse é o Townquim, projeto desenvolvido pelo estudante Alexandre Carvalho, do curso de Administração Pública e Políticas Públicas da UNILA, e que foi um dos premiados no Desafio LED 2023 – competição realizada em parceria pela Rede Globo e pela Mastertech.

O discente conta que o projeto teve origem no ano passado como resposta à crescente preocupação com a deterioração das condições de financiamento e das oportunidades disponíveis para pesquisadores. “Diante do cenário em que observava pesquisadores levando suas atividades para o exterior ou mesmo desistindo de prosseguir com seus estudos de pós-graduação, surgiu em mim um questionamento central: qual é o verdadeiro impacto dessas ‘fugas de cérebros’ nas políticas públicas e no desenvolvimento do nosso país?”. A partir disso, Alexandre resolveu participar do Santander Explorer 2022. O programa oportunizou a transformação de sua ideia – de tornar pesquisas em políticas públicas a partir de um ecossistema que desafia os problemas sociais – em um conceito concreto.

Através de parcerias com governos, empresas e ONGs, o Townquim busca evitar que pesquisadores brasileiros desistam ou precisem buscar oportunidades no exterior. O mapeamento regional oferece uma abordagem híbrida para impulsionar o desenvolvimento dos territórios, de forma complementar aos financiamentos tradicionais à pesquisa. “Os pesquisadores submetem suas teses na plataforma, e os três setores apresentam seus desafios e recursos disponíveis. Com base em um algoritmo pré-estabelecido, as teses que melhor solucionam os desafios são conectadas. Assim, estabelecemos vínculos entre os participantes para negociação, acesso a recursos e criação de projetos inovadores incríveis”, explica o estudante.

Desafio LED

Após elaborar o esboço inicial do projeto, Alexandre buscou iniciativas que estivessem alinhadas à sua ideia e que pudessem contribuir de alguma forma para acelerar a implementação, além de facilitar a troca de conhecimentos. “Já conhecia o Movimento LED, mas foi somente neste ano que a sua temática alinhou-se perfeitamente com a abordagem do meu projeto”, afirma o discente.

Alexandre apresentou o projeto Townquim ao grupo de jurados da competição. (foto: Globo/Alice Venturi)

O Desafio LED (uma das ações que compõem o Movimento LED) propõe que os participantes apresentem formas criativas para resolver problemas educacionais presenciados em suas instituições de ensino. Inicialmente, a edição deste ano da competição selecionou 80 estudantes, entre os mais de 2 mil inscritos, para a etapa das oficinas. 

“Essa jornada foi extremamente enriquecedora, não apenas devido à competição em si, mas também por todo o percurso educacional proporcionado pelo Movimento LED, vinculado à Globo, e pela Mastertech. As interações com outras universidades foram muito valiosas, e testemunhar a abundância de talento no país dedicado à inovação foi extremamente inspirador. O programa de mentorias e oficinas conseguiu, em um curto espaço de tempo, elevar o meu projeto a um nível em que pude simplificar algo tão complexo de explicar, como políticas públicas, tornando-o compreensível para as pessoas”, ressalta o discente.

A cerimônia de anúncio dos vencedores do Desafio LED foi realizada em junho, no Rio de Janeiro. Alexandre e os outros quatro finalistas puderam apresentar suas ideias a toda a audiência que acompanhava o evento e para o grupo de jurados formado por Nathalia Arcuri, fundadora da Me Poupe!; Bia Santos, fundadora da Barkus; Alexandre Vermeulen, presidente da Invest.Rio; e Wesla Monteiro, coordenadora-executiva do Juventudes do Agora. “Foi gratificante me ver como um representante da UNILA presente, respaldando as minhas ideias e compartilhando minha alegria nesse momento”, salienta.

Quem fez o anúncio dos vencedores foi o apresentador Marcos Mion. Com a segunda colocação, o estudante da UNILA recebeu um prêmio de R$ 85 mil. De acordo com Alexandre, a premiação veio em um momento importante para a sequência do projeto, que se encontra em uma fase crucial, buscando consolidar sua base e dar início às etapas de validação. “Para tanto, tenho direcionado minha energia e recursos para fortalecer a área de comunicação e marketing, ao mesmo tempo em que estabeleço os fundamentos da estrutura de monetização. Meu compromisso é forjar estratégias robustas que assegurem a sustentabilidade da startup”, complementa.

Próximos passos

O discente tem como plano canalizar investimentos para aprimorar a tecnologia, contando com a colaboração da Mentorar, sua parceira técnica. “Essa empreitada tem como objetivo primordial ajustar a plataforma para os testes agendados ao longo do segundo semestre de 2023, mantendo em mente a necessidade de possíveis adaptações e aprofundando as lições aprendidas por meio do diálogo com o meu público”.

A partir disso, o foco estará no lançamento do MVP (Produto Mínimo Viável, em português) da Towquim, visando estabelecer um vínculo com pesquisadores de Foz do Iguaçu e região. Essa conexão irá permitir uma importante troca de conhecimentos que possibilitará constituir a base para o desenvolvimento de estratégias voltadas à promoção de oportunidades decorrentes dessas pesquisas.

“Gradualmente, almejo aprimorar os componentes tecnológicos, sempre alinhados com as necessidades e interesses do meu público-alvo, o que assegurará um atendimento mais eficiente às necessidades desses indivíduos, ao mesmo tempo em que impulsionará a dinamização e o estímulo das oportunidades locais”, conclui.

Durante todo esse período, o estudante contou com o apoio do professor da UNILA Wellington Nunes e da consultora Gabriela Tom.

Interessados em participar do projeto podem se cadastrar pelo site do Townquim.