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Outubro e Novembro Viver Bem

Terceiro conteúdo da campanha Outubro e Novembro Viver Bem alerta para os riscos à saúde que tratamentos sem embasamento científico podem trazer.
publicado: 13/11/2024 15h55, última modificação: 13/11/2024 16h40

O emprego de tratamentos sem embasamento científico na medicina tem se tornado cada vez mais preocupante à medida que a comercialização, por parte de profissionais adeptos, cresce sem limites, atraindo cada vez mais clientes. Em sua maioria, os pacientes são seduzidos por soluções estéticas ou terapias alternativas, alimentados pela desinformação. Soroterapias, prescrição indiscriminada de medicamentos e excesso de exames de rastreamento (sem necessidade frente às evidências) são exemplos de práticas que, além de causarem gastos desnecessários, também representam riscos à saúde.

A soroterapia, por exemplo, que, em situações clinicamente adequadas, é o tratamento hospitalar utilizado em pacientes com deficiências relacionadas à absorção de nutrientes, passou a ser aplicada em contextos inapropriados. Nos últimos anos, a técnica popularizou-se em clínicas sob promessas que incluem a promoção do emagrecimento, melhoria da imunidade, até fortalecimento de unhas e cabelos. No entanto, não existem evidências científicas que comprovem os benefícios prometidos. Ressalta-se que o emprego indevido de soroterapia ambulatorial, além de não possuir comprovação científica dos seus benefícios, representa um risco aos pacientes, destacando-se a possibilidade de reações adversas, como choque anafilático e distúrbios metabólicos.

Outro hype do mercado contemporâneo da saúde é a prescrição indiscriminada de hormônios, em especial os implantes hormonais como a gestrinona, um hormônio sintético que ficou popularmente conhecido como “chip da beleza” e ganhou popularidade estrondosa em todo país. O uso da gestrinona para fins estéticos promete emagrecimento rápido, aumento da massa muscular e da libido. Porém, a lista de efeitos colaterais que acompanha sua utilização é longa: queda de cabelo, alteração da voz, acne, alterações menstruais, trombose, arritmias cardíacas e até câncer. Um estudo apontou que alguns pacientes que utilizaram implantes hormonais sem necessidade apresentaram complicações graves, como distúrbios hepáticos e ósseos. Recentemente, a Anvisa suspendeu a manipulação, comercialização, propaganda e o uso de implantes hormonais manipulados não registrados devido ao aumento da prática indevida e de efeitos colaterais graves relatados.

Tratando-se de exposição desnecessária ao risco, vale lembrar que o excesso de exames, que geralmente visam o rastreio de doenças, constitui outra prática de viés comercial com alto potencial danoso. Rastreios se caracterizam por exames feitos em pessoas sem sintomas em busca de um diagnóstico oportunamente precoce e popularizaram-se no país sob a alcunha de “check up”. Entretanto, muitos exames realizados no Brasil são considerados desnecessários, resultando em gastos adicionais significativos por ano ao sistema de saúde e à população. O excesso de exames médicos, sem critérios clínicos bem embasados, representa grande risco à saúde: diagnósticos falso-positivos, diagnósticos falso-negativos e procedimentos invasivos desnecessários acarretam danos e efeitos colaterais.

A problemática relacionada à popularidade e adoção dessas práticas se deve a uma combinação de fatores culturais, desinformação e à busca por alternativas rápidas ou naturais. No entanto, sem um embasamento científico sólido, muitas dessas práticas não apenas falham em oferecer benefícios como também podem causar danos significativos, comprometendo a segurança e a eficácia dos tratamentos convencionais. A promoção da saúde baseada em evidências, aliada à educação e conscientização dos pacientes, é fundamental para reduzir os riscos associados a essas práticas. Para garantir o bem-estar e a segurança, é essencial que pacientes e profissionais da saúde estejam atentos às recomendações científicas e busquem tratamentos comprovados e seguros.

Texto: Departamento de Promoção e Vigilância à Saúde (DPVS)

 

Questionário de Saúde e Estilo de Vida

Como parte da campanha Outubro e Novembro Viver Bem, o DPVS lançou o Questionário de Saúde e Estilo de Vida. Com o prazo para preenchimento até 29 de novembro, esse questionário é voltado a servidores e foi especialmente construído pela equipe de saúde do Departamento. São duas duas versões, cada uma com um propósito específico:

- Versão curta: projetada para abranger um número expressivo de servidores, tem como objetivo mapear o estado geral de saúde de docentes e técnico-administrativos da Universidade. Esses dados serão essenciais para direcionarmos, de forma personalizada e eficaz, ações voltadas à promoção da saúde e à prevenção de doenças.

- Versão longa: com caráter educativo, essa versão propõe um mergulho mais profundo no próprio estilo de vida. Utilizando ferramentas validadas pela ciência, ela avalia aspectos essenciais como: qualidade do sono, prática de atividades físicas, alimentação, qualidade de vida, níveis de estresse, ansiedade e depressão.

A versão longa estará disponível ao final da versão curta, e quem optar por respondê-la receberá um feedback com seus resultados. Assim, será possível identificar o que já está funcionando bem na rotina e o que pode ser ajustado para uma vida mais equilibrada e saudável.