Institucional
Autocuidado e saúde mental

O autocuidado é o ato de honrar a si, zelando pela saúde física, mental e emocional. No entanto, frequentemente minamos a nós mesmos, colocando barreiras internas que nos afastam de nossa própria realidade e de nossa essência. Essa desconexão pessoal é um sintoma de crenças limitantes, erros cognitivos e bloqueios emocionais que, juntos, culminam no comportamento de autossabotagem.
Nossas crenças, muitas vezes oriundas da infância ou internalizadas através de experiências negativas, funcionam como filtros distorcidos da realidade. Se a crença limitante é "eu não mereço ser feliz" ou "cuidar de mim é egoísmo", nosso cérebro, buscando confirmar essa "verdade", utiliza os erros cognitivos que reforçam a negligência.
Por exemplo, se eu acredito que “nada que eu faço adianta mesmo”, caio no erro cognitivo de generalização, desistindo de manter rotinas saudáveis de exercícios físicos ou alimentação saudável. Outro erro é esperar por resultados rápidos, desvalorizando as pequenas conquistas positivas, acreditando que “conseguir fazer mais refeições saudáveis que antes nem é tão importante assim, pois não consegui fazer em todas as refeições ainda” e caindo no erro de minimizar o positivo.
Esses erros cognitivos são o mecanismo que nos faz deixar de lado o cuidado com a nossa saúde, sob a falsa justificativa de falta de tempo, ou qualquer outro tipo de incapacidade que utilizamos para justificar o nosso comportamento de descuido, quando, na verdade, o que precisamos é entrar em contato com nossos sentimentos mais profundos para compreender as barreiras que criamos. A autossabotagem nos permite ficar em uma zona de conforto conhecida, agradável, porém disfuncional e limitante.
O autocuidado é um processo profundo de reconexão com sua realidade interna, desmantelando as "mentiras" que contamos para nós mesmos, para vivermos mais alinhados com o que realmente nos nutre e nos dá propósito. E cada pequeno passo em direção a essa reconexão pessoal é de grande importância, demonstrando o verdadeiro autoafeto.
Texto: Departamento de Promoção e Vigilância em Saúde