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Arakunrin mi, arabinrin mi*

Para a consciência negra, quanto mais equânimes forem as oportunidades de acesso, desenvolvimento e evolução, mais serão corrigidas as injustiças do passado e melhores serão os rumos da sociedade no futuro. Confira o texto deste mês do “Minuto da ética”, que trata sobre essa temática.
publicado: 10/12/2021 17h28, última modificação: 10/12/2021 17h30

Akello, Ekoko, Ilunga, Juma, Mbappé, Mwale, Mwangi e Nkosi são alguns exemplos de sobrenomes de origem africana. Talvez você até reconheça Mbappé, o grande craque francês. Mas, no Brasil, são sobrenomes incomuns, praticamente inexistentes, apesar de 53% da nossa população ser de negros e pardos, com raízes africanas.

Os ancestrais negros foram trazidos para o Brasil como escravos, sendo tratados como propriedade – com direito a escritura(!). No processo de objetificação dos escravos, famílias inteiras eram desfeitas, e seus membros eram enviados para localidades diversas. 

Ao longo de 353 anos de escravidão, seus sobrenomes foram apagados, trocados por nomes de origem europeia. Com isso, o direito à ancestralidade, que é o conhecimento das origens territoriais e étnicas, foi negado ao povo negro.

Para investigar as origens e ancestralidade, muitas pessoas negras têm recorrido a testes de DNA (a conexão com sua proveniência e seu passado é sempre emocionante). De fato, o conhecimento de sua origem aumenta em qualquer pessoa a sensação de pertencimento à humanidade.

Para a consciência negra, quanto mais equânimes forem as oportunidades de acesso, desenvolvimento e evolução, mais serão corrigidas as injustiças do passado e melhores serão os rumos da sociedade no futuro. Para isso, conforme o Código de Ética Profissional do Servidor Público, a atuação dos agentes públicos deve sempre observar as normas éticas, e, em especial, o dever de não discriminar:

“XIV - São deveres fundamentais do servidor público: g) ser cortês, ter urbanidade, disponibilidade e atenção, respeitando a capacidade e as limitações individuais de todos os usuários do serviço público, sem qualquer espécie de preconceito ou distinção de raça, sexo, nacionalidade, cor, idade, religião, cunho político e posição social, abstendo-se, dessa forma, de causar-lhes dano moral.” 

Viva o Dia da Consciência Negra!

* “Meu irmão, minha irmã”, em Iorubá

 

Texto distribuído pela Comissão de Ética Pública (CEP) 
e adaptado e divulgado pela Comissão de Ética da UNILA.