Institucional
A ética dos pequenos gestos
Repousar no chão. O céu, num tom entre o ouro envelhecido e a saudade do verão, se estende sobre dias que já não queimam, mas acolhem. A ética nasce assim: como quem ajeita o mundo sem alarde, no intervalo sutil entre a norma e o afeto, entre o que se tem por obrigação e o que se faz por humanidade.
Tempo de refletir a gentileza no serviço público. Parece coisa pouca, mas vai se espalhando feito brisa outonal. Há um compromisso silencioso em cada tarefa bem feita, em cada escolha que privilegia o bem comum em vez da conveniência. Um sorriso no corredor, um “por favor” bem pronunciado, um auxílio na hora em que o outro precisa.
Delicadezas que reverberam e, feito sementes em terra fértil, espalham força, criam vínculos de confiança e fazem brotar um clima de trabalho saudável, onde cada um se sente respeitado. E, tal como na poesia, na ética também há ritmo e harmonia: um contínuo aprender, desaprender e refazer, sempre com a coragem de voltar ao essencial. A grandeza, no fundo, mora nas coisas pequenas. Está ali, escondida no detalhe que quase passa despercebido, mas que, sem ele, nada seria o mesmo.
No serviço público, não são apenas as grandes decisões que definem a retidão de um caminho, mas os gestos miúdos, quase imperceptíveis, que sustentam a confiança da sociedade. O Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal (Decreto nº 1.171/94) lembra que: "A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a consciência dos princípios morais são primados maiores que devem nortear o servidor público, seja no exercício do cargo ou função, ou fora dele, já que refletirá o exercício da vocação do próprio poder estatal”.
Texto distribuído pela Comissão de Ética Pública (CEP)
e adaptado e divulgado pela Comissão de Ética da UNILA.