Institucional
Retrospectiva 2025: os fatos que marcaram a UNILA neste ano

Em 2025, a UNILA completou 15 anos. E nesta uma década e meia, vem construindo uma história marcada por desafios, superações, avanços, crescimento e reconhecimento. Ao longo destes últimos 12 meses, mais marcos históricos foram registrados: da publicação de pesquisas inovadoras à incorporação de mais um prédio próprio, passando pela inauguração de seu primeiro RU, a Universidade segue trilhando seu caminho, pautado na excelência acadêmica e na vocação internacional. Confira, abaixo, alguns dos principais acontecimentos do ano:

Em um ano marcado por usos diversos para a Inteligência Artificial (IA), a estudante de Engenharia de Energia Katherine Rojas Salazar encontrou, na tecnologia, uma utilidade com alto valor social: ela foi a idealizadora da Dandara IA, uma ferramenta projetada para auxiliar professores na criação de conteúdo educacional personalizado e alinhado às especificidades culturais das comunidades quilombolas.
Diferentemente de outras inteligências artificiais generativas, como o ChatGPT, a Dandara IA busca fortalecer a identidade quilombola, oferecendo recursos que valorizam suas tradições e histórias. O nome, uma homenagem a Dandara dos Palmares, figura histórica de destaque na luta contra a escravidão, simboliza a força e a resistência da cultura negra no Brasil. A “Dandara IA” ficou em primeiro lugar no Hackathon Latinoware, realizado no Itaipu Parquetec.

A estudante de antropologia Emilia Elizabet Espínola Duarte passou o mês de fevereiro na Suíça, na Translation House Looren. Ela recebeu uma bolsa para traduzir para o guarani duas obras literárias: "Quarto de Despejo", de Carolina Maria de Jesus, e "Heidi", de Johanna Spiry. Primeira paraguaia e guarani contemplada com o benefício, Emilia contou: “Fiquei empolgada com a possibilidade de ler essa obra em guarani e levar essa literatura brasileira tão importante aos povos guarani falantes da região.”

Na Suíça, ela teve a oportunidade de trocar experiências com tradutores do mundo todo e difundir a cultura guarani além das fronteiras. “Fiquei feliz por levar uma das nossas línguas indígenas de Abya Yala à Europa nesse contexto de parceria internacional”, destacou.

Projetos de extensão e pesquisa voltados ao combate à dengue, realizados por docentes e discentes da UNILA, ganharam destaque no mês de março. Um desses projetos é o Ecologia e Saúde, criado em 2021 e coordenado pela professora Ana Alice Aguiar Eleuterio. O projeto faz parte do Programa Interinstitucional de Ciência Cidadã na Escola (PICCE), no contexto do Novo Arranjo de Pesquisa e Inovação (NAPI) Paraná Faz Ciência, financiado pela Fundação Araucária.
Outro projeto relevante na temática da dengue é o “Conhecendo Aedes aegypti e Aedes albopictus: os mosquitos de vários vírus”, que tem sido desenvolvido continuamente desde 2013. Coordenado pela professora Elaine Soares com o apoio de Carmen Gamarra e Cristian Antonio Rojas, o projeto atua em duas frentes principais: a formação de extensionistas – alunos da UNILA de diversos cursos, como Saúde Coletiva, Biologia, Biotecnologia e Medicina – e a realização de atividades educativas em escolas municipais.

Em abril, a UNILA deu um importante passo com vistas à permanência estudantil e à segurança alimentar. Foi inaugurado, oficialmente, o restaurante universitário localizado no JU. O RU era uma demanda antiga do Movimento Estudantil da UNILA, e agora atende a toda a comunidade acadêmica, servindo diariamente café da manhã, almoço e jantar. A cerimônia foi realizada com a presença de docentes, discentes, técnico-administrativos e dos representantes da empresa contratada.
O ano de 2025 foi marcado pela comemoração dos 15 anos da Universidade. Durante todo o ano, foram realizados eventos e atos simbólicos relembrando essa trajetória repleta de conquistas e avanços. Uma dessas atividades foi realizada no mês de maio, no Campus Integração. Entre os atrativos, a apresentação da canção oficial da UNILA, hino que agora é entoado nas celebrações da Universidade.
Na mesma oportunidade, foi escolhida a primeira personalidade latino-americana e caribenha a ser homenageada com um espaço da Universidade com seu nome. A antropóloga Lélia Gonzalez foi eleita pela comunidade acadêmica para nomear o auditório do Campus Integração. O evento cultural contou com programação diversa, de mesa-redonda a exposição fotográfica.

No mês de junho, mais um marco histórico rumo à consolidação da infraestrutura própria a Universidade: o ministro da Educação, Camilo Santana, visitou as instalações da UNILA e lançou a pedra fundamental das obras do Campus Arandu.
A retomada das obras foi viabilizada através de um acordo de cooperação celebrado entre a UNILA, a Itaipu Binacional e o Escritório das Nações Unidas para Serviços de Projetos (UNOPS). As obras do tão sonhado campus estão a todo vapor, e as primeiras entregas devem ocorrer já em 2026.

Uma pesquisa realizada na UNILA demonstrou que Foz do Iguaçu conseguiria economizar até R$10 milhões com a troca de fontes de energia tradicionais pelo uso de biogás, aumentando em 2,06% sua eficiência energética. O estudo analisou a eficiência termodinâmica de sete cidades do Oeste do Paraná calculando o potencial de inovação na produção e utilização de biogás.

- Pesquisa propõe a troca de combustíveis fósseis e outras fontes de energia pelo gás metano (biogás) como forma de melhorar a eficiência energética (Foto: Kiko Sierich/PMFI)
A pesquisa utilizou para os cálculos de eficiência e economia potencial o Método Termodinâmico para Análise de Cidades Contemporâneas e foi realizada pelo Grupo de Pesquisa em Mobilidade e Matriz Energética da UNILA, incluída no programa Novos Arranjos de Pesquisa e Inovação (NAPI-Oeste), da Fundação Araucária. Os NAPIs buscam aspectos relevantes de desenvolvimento, envolvendo as principais instituições empresariais, de pesquisa e ensino superior de cada região do Estado.

O projeto Aylluq Q’Anchaynin, que significa “energia da comunidade”, em quéchua, levou energia solar a 40 casas da comunidade de Alto Mishagua, na Amazônia Peruana. A iniciativa partiu da estudante Roxana Borda Mamani, à época discente de Desenvolvimento Rural e Segurança Alimentar (DRUSA), que, durante a pandemia de COVID-19, deparou-se com as inúmeras dificuldades ocasionadas pela falta de energia elétrica em sua comunidade natal.
A ideia virou um projeto, que reuniu um grupo multidisciplinar de estudantes da UNILA entusiasmados em encarar o desafio e fazer a diferença. O grupo viajou o mundo, aprendeu idiomas, leu editais, escreveu projetos, captou recursos e botou a mão na massa. Os estudantes aprenderam a fazer – e fizeram – toda a instalação, além de capacitar os moradores locais para que possam ter autonomia na manutenção dos equipamentos.

O mês de setembro foi marcado pelo tradicional FeCult – o Festival de Culturas da UNILA. Neste ano, o evento teve a presença da dramaturga, ensaísta e atriz paranaense Denise Stoklos, que apresentou a peça “Um fax para Colombo”. A peça foi criada originalmente em 1992, para as comemorações do Descobrimento da América, e faz uma crítica à colonização da América Latina e um passeio pela história brasileira, tratando de feridas ainda vivas como a violência contra os povos originários, a escravidão, a ditadura.
Além da peça de Denise, o evento proporcionou à comunidade uma programação recheada de danças latino-americanas, oficinas formativas, exposições artísticas, gastronomia e pintura de mural ao vivo.

A internacionalização segue sendo um dos pilares fundamentais da UNILA. E o trabalho tem sido reconhecido por importantes organismos. Durante a Reunião Ministerial e de Altas Autoridades sobre Educação Superior da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), que ocorreu em Cartagena das Índias (Colômbia), a UNILA foi citada, pela representante do Ministério da Educação, Lucia Pellanda, como uma política pública de integração regional.

Conforme relatou a reitora Diana Araujo Pereira, a presença da UNILA no encontro permitiu discutir temas presentes no cotidiano da universidade como o reconhecimento de títulos; o multilinguismo; a internacionalização; as políticas de ingresso e permanência estudantil; e as condições para que egressos retornem e contribuam em seus países de origem. “Encontros como esses ajudam a pensar em soluções conjuntas e a fortalecer a cooperação entre instituições, governos e pessoas que acreditam na educação como um caminho comum para o desenvolvimento regional”, reforçou.

Uma pesquisa inovadora realizada por cientistas da UNILA demonstrou que a cannabis medicinal pode ajudar no tratamento de pacientes com Alzheimer. A pesquisa foi a mais longa já realizada no mundo – durante cerca de seis meses – e obteve resultados positivos no que tange à memória dos pacientes do grupo-controle.
O artigo já foi publicado na principal revista científica sobre o tema, a Journal of Alzheimer’s Disease, e faz parte de uma série de estudos com cannabis medicinal que vem sendo desenvolvida por pesquisadores da UNILA, no âmbito do Laboratório de Cannabis Medicinal e Ciência Psicodélica (LCP).

O ano se encerra com uma das notícias mais aguardadas pela comunidade acadêmica: após dez anos utilizando o espaço, o prédio do Jardim Universitário passou a ser oficialmente da UNILA. O imóvel foi desapropriado, através de Decreto Presidencial, e passou a ser de propriedade da União para uso da Universidade. Os recursos foram repassados pela Itaipu Binacional, por meio de convênio.
A solenidade de entrega simbólica foi realizada no último dia 19, e a comunidade universitária vibrou e bradou: "O JU é nosso".
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