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Dezembro Vermelho

Confira o último conteúdo divulgado pelo Departamento de Atendimento à Saúde do Estudante, em alusão à campanha que visa à conscientização sobre o HIV/Aids e outras infecções sexualmente transmissíveis.
publicado: 18/12/2023 14h28, última modificação: 18/12/2023 14h29

Mais de 40 anos se passaram desde a identificação do vírus da imunodeficiência humana (HIV) – que mudaria a vida de milhões de pessoas ao redor do mundo –,é importante olharmos para trás com respeito pela jornada desafiadora que enfrentamos como sociedade. Desde então, avanços significativos foram alcançados na compreensão, na prevenção e no tratamento do HIV. O estigma que inicialmente cercou essa epidemia de saúde diminuiu um pouco, mas sabemos que ainda há muito para ser feito.

O HIV não atacou apenas o sistema imunológico das pessoas, mas também destacou as desigualdades sociais e os desafios no acesso à saúde, e expôs o preconceito e a discriminação não só contra as pessoas com HIV, mas também contra a comunidade LGBTQIAPN+, já que o HIV foi, durante anos, erroneamente chamado (e para alguns ainda é) de “câncer gay”, ignorando que o HIV pode afetar a todos e todas, independentemente de orientação sexual, idade ou classe social.

Os primeiros anos foram sombrios, com falta de informações e de tratamentos eficazes, o que resultou em uma tragédia global. No entanto, a resposta à epidemia tornou-se um testemunho da resiliência humana. Organizações, ativistas, pesquisadores e pessoas afetadas pelo vírus uniram-se para criar uma frente comum contra o HIV.

Os avanços médicos, como a descoberta dos medicamentos antirretrovirais, transformaram o HIV de uma sentença de morte para uma condição gerenciável. O aumento no fluxo de informações sobre a importância do uso do preservativo, a profilaxia pré-exposição (PrEP) emergindo como uma ferramenta preventiva eficaz e o trabalho de prevenção fizeram e continuarão fazendo a diferença na vida das pessoas.

No entanto, enquanto celebramos o progresso, também reconhecemos que a acessibilidade e a igualdade na distribuição dessas inovações são desafios constantes. Ainda enfrentamos estigma e discriminação associados ao HIV. A educação permanente é crucial para erradicar mitos e promover uma sociedade que inclui e acolhe. A luta contra o HIV não é apenas científica; é um esforço coletivo para construir um mundo onde todas as pessoas, independentemente de seu status sorológico, sejam tratadas com dignidade e respeito.

A campanha Dezembro Vermelho, para além de conscientizar sobre o HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis, também é o momento de lembrar que, no mundo, 39 milhões de pessoas vivem com o HIV e que aproximadamente 630 mil pessoas perdem a vida todos os anos com mortes relacionadas à Aids. No Brasil, são mais de 1 milhão de pessoas que vivem com HIV e, destas, pelo menos 11 mil pessoas morrem todos os anos.

Este é um momento para renovar nosso compromisso com a pesquisa, com a educação e com a igualdade, buscando um futuro onde o HIV não seja mais uma ameaça à saúde global e que não seja usado para discriminar, dividir e estigmatizar as pessoas que vivem com o vírus. Que os próximos anos tragam avanços ainda mais significativos e que possamos caminhar rumo a um mundo livre do estigma do HIV.

Texto: Paulo César do Nascimento
Departamento de Atendimento à Saúde do Estudante - DEAS/PRAE

Referências: UNAIDS (2022) e Ministério da Saúde (2023)

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