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Extensionista Alessandra Pawelec

publicado 12/09/2022 07h13, última modificação 05/09/2023 10h40
Essa edição conta a história dos projetos “Avaliação de anormalidades cromossômicas numéricas em portadores de deficiência intelectual atendidos em uma organização social de Foz do Iguaçu” e da “Liga acadêmica de genética médica e genômica: a busca pela genética comunitária em Foz do Iguaçu”.

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Nesta edição do “Minha História na Extensão” abordaremos a trajetória da coordenadora das ações “Avaliação de anormalidades cromossômicas numéricas em portadores de deficiência intelectual atendidos em uma organização social de Foz do Iguaçu” e da “Liga acadêmica de genética médica e genômica: a busca pela genética comunitária em Foz do Iguaçu”, Alessandra Pawelec da Silva.

Venha conferir!

MHE ALESSANDRA PAWELEC Alessandra Pawelec da Silva

Alessandra atua como docente do Curso de Medicina da Universidade Federal da Integração Latino Americana (UNILA) e como médica geneticista no Centro Integrado Oncologia (Ciop), possuindo graduação em Medicina pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (2000), residência em Medicina de Família e Comunidade pelo Centro de Saúde e Escola Murialdo (2002) e Residência em Genética Médica pela Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA)/Complexo Hospitalar Santa Casa de Porto Alegre (2011). É também mestre em Patologia com ênfase em Genética pelo Programa de Pós Graduação em Patologia da UFCSPA (2013).

“Trabalhamos com alunos com deficiência da APAE, avaliando os prontuários. Estamos fazendo um levantamento de quais desses alunos já fizeram cariótipo (conjunto de cromossomos presentes em um indivíduo) e quais não fizeram. Quem tem deficiência intelectual pode ter doenças genéticas. Há a triagem de algumas. Podemos descobrir através do cariótipo, às vezes. Alguma pessoa que tenha alguma condição específica pode não aparecer, então a gente vai ter que selecionar. E aí como fazer se não existe o exame de cariótipo sendo feito na cidade?”, questiona.

O projeto está disponibilizando, por meio da Universidade, também a avaliação desses pacientes. “Como eu sou médica geneticista, a gente pode avaliar também pelo SUS. E aí a gente conseguiu com a verba do projeto comprar kits que vêm de São Paulo. São oitenta meios de cultura. Só que a APAE tem 500 alunos. Então é a gente que vai fazer uma avaliação. Os participantes da ação estão fazendo a análise dos prontuários. Eles já avaliaram cem e vão ver, dentre esses, quantos realmente não fizeram cariótipo ainda. A ideia depois é renovar o que está aí. A gente não vai conseguir atender todos”, complementa.

Segundo ela, o projeto “acaba sendo divulgado muito de boca a boca, porque daí o aluno que está interessado divulga pro colega que gostaria de fazer a avaliação do paciente com essas alterações. Ou aquele que tem mais habilidade com o laboratório e que conseguiria fazer extração, fazer cariótipo, fazer a leitura”. Acaba se estabelecendo uma seleção dessa forma, atingindo também às vezes alunos de outras universidades, como a Unioeste, onde os discentes da Enfermagem podem também desenvolver as habilidades para trabalhar com com esse assunto.

O próximo passo é, de posse dos resultados, dar uma devolutiva pros pais, para que eles possam realmente pensar na questão do planejamento familiar, caso sejam doenças que podem ser transmitidas, frente a alguma alteração, e que possa acabar acontecendo novamente.

“Há um dos projetos que é xodó da gente, que é o da liga de genética. Até recebeu a menção honrosa da sessão, durante a última SIEPE. É algo que muitas faculdades de Medicina têm. Os alunos conseguem fazer aulas pra eles mesmos, e através dessas aulas acabam reforçando o conhecimento deles em alguns assuntos, algumas temáticas. Eles fazem eventos para divulgar conhecimento naquela área para alunos de outras universidades, que às vezes são abertas para o público externo”, esclarece.

Trata-se de informação para profissionais, aula para médicos e não médicos, para que a informação seja difundida em vários públicos. Há a ideia de que se possa conceber, dentro da liga, o feitio de um livro, de modo que possa servir de material didático, para ser distribuído, inclusive, nas unidades de saúde, em consultórios e escolas.

Há mais de dois anos que ela, a liga, tem atividades. “Aconteceram durante a pandemia muitas aulas, também abertas para alunos de outras instituições”, relembra. Como envolve a coleta de cariótipo, tinha que passar pelo Comitê de Ética. Por isso, a pesquisa demorou mais para para conseguir a aprovação. Foi cadastrada, continuaram se reunindo e, de fato, custou para conseguirem avaliar os prontuários da APAE e coletar.

“A verba no ano passado foi de dois mil reais. O meio de cultura saiu por mil e seiscentos reais. Quase não consegui comprar mais”, desabafa. Então, nesse momento se colocou que só pessoas que sejam estudantes da APAE possam ser atendidas pelo projeto. “A ideia é continuar sempre, cadastrando algum projeto, para que a gente consiga atender uma população maior, de repente criar um banco de dados, um cadastro. Por exemplo, eu tenho vontade de fazer ainda com 100 que são infantil. Porque o SUS coleta, por exemplo, daqueles pacientes que nascem no Hospital Ministro Costa Cavalcanti”, especifica.

“Tem alguma suspeita ali na hora, eles fazem o pedido do cariótipo e realizam o exame. Mandam para um laboratório. Mas de resto, não. Não tem sido feito. Vai ter de esperar uma consulta”, expõe. Para a coordenadora, seria bem interessante a possibilidade de ter mais verba para que se possa fazer mais testes efetivamente. “Eu estou tentando divulgar o meu nome para atender pelo convênio particular e até isso é difícil. Porque eu tenho vontade de renovar, só que a gente tem que ter aluno, tem que ter perna para fazer”, pontua.

Alessandra rememora os tempos em que fez a Residência Médica na UFCSPA, época em que seus professores tinham um projeto de extensão em fluxo contínuo, disponibilizando aos pacientes o atendimento.

“Um fluxo contínuo, porque não tinha atendimento pelo SUS em Genética. Era atendimento geral. No caso, o médico que estava em formação em Genética, o professor que era da Genética, então era tudo por projeto. Foi essa a minha ideia, quando eu pensei em fazer, eu já foquei em vincular dessa forma, porque eu já sei que pelo SUS é difícil”, expõe.

Ela relata que já tenta há mais de seis anos propiciar via Sistema Único de Saúde a atenção básica focada em seu segmento, no sentido de beneficiar o grande público. “É tudo tão difícil, que eu estou aqui desde 2016 e já tentei até incluir o atendimento pelo SUS na Genética e não foi possível. Geralmente porque os exames são caros. Mas abre a possibilidade porque, como a gente tem o aparelho, que é caro, o sequenciador, podemos fazer vários outros exames. Mas com verba de pesquisa, porque daí o projeto extensão não teria verba para isso. Porém, há essa possibilidade de integrar e os alunos poderem conhecer”, finaliza.

Links relacionados ao projeto: Sigaa Extensão, PDF (Download)

 

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