Pesquisa
EICTI se consolida como espaço de troca de conhecimentos para estudantes que estão iniciando na pesquisa acadêmica
Neste ano, somente no EICTI foram mais de 180 trabalhos apresentados (Foto: Moisés Bonfim/SECOM)
Com mais de 180 trabalhos inscritos nesta edição, o Encontro Anual de Iniciação Científica e Encontro de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (EICTI) proporcionou aos estudantes que estão tendo o primeiro contato com atividades de pesquisa a oportunidade de socializar e divulgar para a comunidade seus projetos de iniciação científica realizados ao longo do ano. O EICTI é um dos eixos principais da Semana Integrada de Ensino, Pesquisa e Extensão (SIEPE) da UNILA, realizada na semana passada.
A variedade de temas dos trabalhos demonstra o enorme potencial de pesquisa que os estudantes podem desenvolver, já desde o início da graduação. “São trabalhos de todas as áreas do conhecimento, em todos os cursos da UNILA, participando da pesquisa na Universidade. Isso fortalece o processo formativo como um todo”, comenta a pró-reitora de Pesquisa e Pós-Graduação, Laura Fortes.
Ana Julia Severo de Araujo, recém-formada pelo curso de Saúde Coletiva, apresentou o trabalho “Efetividade de medidas preventivas contra a dengue: uma revisão sistemática”, que é resultado da pesquisa realizada para o seu TCC. Durante o estudo, foram analisadas oito pesquisas da América Latina e Ásia, e a conclusão foi de que as vacinas demonstram potencial para reduzir a incidência da dengue. “Foi possível dar um panorama legal sobre as vacinas contra a dengue porque, justamente no período em que a gente fez o estudo, estava sendo implementada uma delas. Então, foi interessante ver como a vacina está sendo utilizada e como ela está sendo importante para o País”.
Já Theodora Ribeiro de Oliveira, estudante do curso de Engenharia de Energia, desenvolveu a pesquisa “Predição da geração de energia solar fotovoltaica utilizando inteligência artificial com deep learning”, que teve como foco ajudar a resolver o problema da instabilidade de redes elétricas. “Temos um grande uso de energia no sistema elétrico, o que, em alguns momentos, pode causar sobrecarga. Além de a demanda ser muito grande, não temos uma boa distribuição. Dessa forma, a partir do trabalho que realizamos, é possível prever a quantidade de energia que a gente irá precisar, ajudando a diminuir a instabilidade em redes elétricas.”
Ensino Médio
O EICTI contou, neste ano, com uma sessão voltada à apresentação de trabalhos por bolsistas do Programa Institucional de Iniciação Científica do Ensino Médio (PIBIC-EM). Laura Fortes avalia que essa participação promove a integração dos estudantes com o ensino superior. “O comitê externo do CNPq fez um destaque importante para essa ação, que traz a escola básica para dentro da Universidade e leva a Universidade para a escola. Esse movimento fortalece a pesquisa no território”, comenta.
Dos 11 estudantes contemplados com a bolsa, dez mostraram seus trabalhos. Entre elas estava Ana Vitoria Garcia Bonfim, aluna do ensino médio no IFPR, que é autora do estudo “Erva-mate: desenvolvimento e caracterização de biomateriais”. “Durante a pesquisa, a gente caracterizou a erva-mate, analisando seu poder calorífico e a sua solubilidade em água em três diferentes temperaturas. Além disso, confeccionamos briquetes e analisamos a expansão desses briquetes para ser uma alternativa sustentável da erva-mate pós-consumo, substituindo o carvão, por exemplo”, explica. “Participar desse projeto de iniciação científica foi muito produtivo, me deu muita experiência e vai me ajudar bastante no meu futuro profissional”, finaliza a estudante.
“Jahai ñande arandu: a escrita indígena na popularização da ciência originária” foi o tema da pesquisa apresentada por Angela Kuna Para’i Rete Poty Centurião, aluna do ensino médio no Colégio Estadual Indígena Teko Ñemoingo, localizado na Aldeia Indígena Tekoha Ocoy, em São Miguel do Iguaçu/PR. O projeto teve como foco estimular práticas relacionadas à iniciação da escrita e tradução da língua guarani para o português, além de popularizar a ciência originária guarani e garantir a inteligibilidade do conhecimento guarani pela academia ocidental. “Essa experiência foi muito legal, muito interessante, e me deu energia para seguir estudando”, ressalta a discente.
Angela é uma das quatro bolsistas do PIBIC-EM da UNILA que estudam no Colégio Estadual Indígena Teko Ñemoingo. Para Midiã Barbosa, professora da escola, esse tipo de atividade vai ao encontro do projeto de colégio que a comunidade indígena deseja. “O foco é uma escola onde os professores sejam indígenas também. E, para isso, é necessário que eles passem pela formação tradicional e pelo letramento científico. Então, eu acredito que a iniciação científica se alinha a esse objetivo”, afirma a docente.
Entre os presentes na sessão estava também Seile Correa, que, orgulhosa, acompanhou de perto a apresentação da filha Zahra Correa Goes, aluna do ensino médio no IFPR e autora de uma pesquisa sobre práticas discursivas e identitárias mediadas por memes da internet. “A iniciação científica e o incentivo à pesquisa estimulam nos jovens o raciocínio lógico e a busca pelo conhecimento de uma forma que faça com que eles cresçam. E isso é muito importante para a vida deles”, enfatiza Seile.
Fotos: Moisés Bonfim/SECOM
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