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Instituto Mercosul de Estudos Avançados consolida processo de institucionalização

Conselho Universitário aprovou o Regimento Interno, a Política Científica e mais quatro programas do IMEA
publicado: 29/10/2021 09h04, última modificação: 29/10/2021 16h42

Se hoje a UNILA possui uma identidade, é porque no início ela teve uma certidão de nascimento, registrada sob o nome de Instituto Mercosul de Estudos Avançados (IMEA). Por iniciativa da Comissão de Implantação da Universidade, o IMEA foi criado em 2009, em uma ação da Universidade Federal do Paraná (UFPR), que era a tutora da instituição quando a UNILA ainda estava na fase de planejamento.

Neste ano, o IMEA alcançou o mais importante marco de institucionalização. O Conselho Universitário (CONSUN) aprovou, no mês de outubro, uma série de resoluções que representam um processo de 14 meses de debates internos, de pesquisas com outros institutos de mesma natureza e de entrevistas com seus respectivos gestores. Essas ações ajudaram a formalizar a minuta do Regimento Interno e da Política Científica do IMEA, além de outros importantes documentos que deram forma e conteúdo a quatro programas que estão sob gestão do Instituto – alguns deles já existiam informalmente, como as cátedras (acesse aqui o Regimento e Regulamentos dos Programas).

   

Esses programas foram instituídos por resoluções próprias e estão direcionados ao fomento e desenvolvimento de estudos avançados em diferentes áreas do conhecimento. São eles: Laboratório de Ideias, Apoio às Pesquisas e Grupos de Estudos Interdisciplinares, Cátedras e Apoio à Organização de Eventos. Todos esses programas preveem chamadas públicas para pesquisadores interessados, sendo que o Laboratório de Ideias foi o primeiro a lançar edital, que permanece aberto até o dia 5 de novembro. Também foi publicada a segunda chamada do edital para apoio ao desenvolvimento de pesquisas relacionadas à pandemia de Covid-19. Todos os editais do IMEA podem ser acessados aqui

O coordenador do IMEA, professor James Humberto Zomighani Júnior, aponta que o Laboratório de Ideias representa a principal novidade entre os programas recém-aprovados e busca fomentar pesquisas teóricas e aplicadas com foco na compreensão e produção de conhecimentos. O objetivo do Laboratório é a resolução de problemas e o atendimento de demandas trazidas para a UNILA pela sociedade, pelos governos e por empresas latino-americanas, que, por sua vez, aguardam projetos e respostas científicas. “Com foco no desenvolvimento da ciência e pesquisa, teóricas e aplicadas, o principal propósito do Laboratório de Ideias é que as pesquisas sejam direcionadas à resolução de problemas complexos, contribuindo, também, para a proposição de políticas de Estado voltadas ao enfrentamento das desigualdades e ao desenvolvimento mais justo das sociedades e dos governos latino-americanos e caribenhos”, afirma.

O caminho da institucionalização

O IMEA é um órgão suplementar à Reitoria, de caráter transversal e com vocação internacional latino-americana e caribenha, representando uma área estratégica com o compromisso de desenvolver estudos inovadores e ações de impacto para questões relacionadas à missão da UNILA. O Conselho Científico do IMEA, criado a partir da Política Científica recém-instituída, é formado por dez assentos, que incluem docentes representantes de Programas de Pós-Graduação da UNILA, docentes e pesquisadores seniores de instituições que integram a Associação das Universidades do Grupo Montevidéu, entre outros. 

Quando assumiu a gestão do IMEA, em 2019, James diz que propôs, tanto à equipe do IMEA quanto à gestão superior da UNILA, o desafio de elaborar esses documentos que estavam previstos desde a criação do Instituto. Para isso, foram consultadas diversas fontes ao longo dos últimos dois anos, com o objetivo de conhecer a realidade de outros Institutos de Estudos Avançados, no Brasil e no exterior. Dessa forma, segundo o professor, houve um levantamento de informações desde a criação desses espaços, a partir do pioneirismo de Princeton, nos Estados Unidos; das iniciativas de universidades na Alemanha; da primeira experiência no Brasil, representada pelo Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo; até outros Institutos de Estudos Avançados Latino-Americanos. 

Esses levantamentos, segundo ele, permitiram a concepção de uma proposta de que espaço o IMEA deveria ocupar institucionalmente, na divisão do trabalho intelectual na Universidade, com outros órgãos internos. Assim, ficou estabelecida, em sua Política Científica, a interação do IMEA com a Comissão Superior de Pesquisa (COSUP), a Comissão Superior de Extensão (COSUEX) e os Programas de Pós-Graduação da UNILA.

A Política Científica do IMEA constitui-se como a principal diretriz das atividades acadêmicas e científicas do órgão e está alinhada com os princípios basilares da UNILA, como a interdisciplinaridade e a cooperação para a integração latino-americana e caribenha. Entre outros fatores, a Política incentiva a elaboração de programas de apoio à pesquisa avançada, a superação das dificuldades por meio do diálogo científico entre pesquisadores de diferentes disciplinas e uma metodologia para trabalharem juntos, a indução de trabalhos colaborativos e de cooperação interinstitucional, e a promoção da internacionalização.

Fundamentos dos Institutos de Estudos Avançados

Participação do coordenador do IMEA em reunião do Fórum Brasileiro de Estudos Avançados (Fobreav)

O coordenador do IMEA explica as particularidades de um Instituto de Estudos Avançados e nas quais se buscou um modelo para a realidade da UNILA. “Esses órgãos trabalham com pesquisas inéditas, com temas complexos, no limiar do avanço da fronteira do conhecimento, do estado da arte. Então a ideia é que possam ter trabalhos com temas que sejam ousados, inéditos e que possibilitem o desenvolvimento de novas metodologias e novas epistemologias, novos pilares para a abordagem científica, e que contribuam para o avanço do desenvolvimento da ciência e para a expansão de suas fronteiras”. A interdisciplinaridade, segundo o professor, é um dos principais pilares que fundamentam os Institutos de Estudos Avançados.

Reunião do IMEA e reitor da UNILA com representantes da UNILAB, UFAL e Universidade do Vale do Rio São Francisco

Também foram realizadas pesquisas especialmente no Fórum Brasileiro de Estudos Avançados (Fobreav) – do qual o IMEA faz parte desde 2015. James aponta que foi importante a consulta aos documentos fundadores dos demais institutos, como regimentos, estatutos e regulamentos de programas, e também a artigos científicos que demonstram como um órgão dessa natureza surge no mundo contemporâneo. “Comparado aos demais institutos, o IMEA é o único localizado no interior do Brasil, visto que todos os outros estão vinculados a grandes universidades nas capitais, nos grandes centros urbanos”, o que faz com que o IMEA seja considerado um patrimônio único que deve ser preservado pela comunidade universitária. 

Participantes do evento com o coordenador da área de planejamento da Capes e o secretário municipal de Planejamento de Foz do Iguaçu

Então, para James, o IMEA tem uma proposta que o nivela com alguns dos melhores Institutos de Estudos Avançados do Brasil e do mundo. “A diferença é que somos novos, ainda não temos muitos recursos, mas contamos com a participação de muitos docentes que integram Programas de Pós-Graduação também relativamente novos, mas com bons conceitos e temáticas inovadoras. Não temos, ainda, muitos professores seniores, aqueles com bagagem acumulada por décadas de pesquisa, mas, por outro lado, temos uma jovialidade do corpo docente que pode construir propostas focando em princípios da nossa Universidade, como a internacionalização e a integração latino-americana e caribenha. Então podemos construir pontes, processos de trabalho, cooperação acadêmica e científica com outras universidades, como as antigas têm buscado fazer, com ganhos significativos deste encontro intergeracional para ambas as instituições”, conclui.

Para mais informações sobre as características dos novos Programas, acesse a página do IMEA.