Institucional
Proposta de reestruturação do Ciclo Comum está em fase de finalização
A proposta para a reestruturação curricular do Ciclo Comum de Estudos está sendo finalizada para ser apresentada ao Conselho Superior de Ensino (COSUEN). A intenção é que o documento seja aprovado pelo Conselho ainda neste ano para implementação em 2021. O ano quem vem seria reservado para as adaptações necessárias.
A proposta é resultado de um ano e meio de trabalho de uma comissão formada para estudar o Projeto Pedagógico do Curso (PPC) e apresentar soluções para as questões apontadas pela comunidade acadêmica. A comissão buscou a contribuição da comunidade acadêmica, além de utilizar como documentos balizadores o Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI); a audiência pública “Vozes Latinas” dedicada ao Ciclo Comum e realizada em 2018; dados das oficinas para a construção do PDI e que incluíram uma semana de discussões sobre o Ciclo Comum; o relatório da Comissão Própria de Avaliação (CPA); e os relatórios do Núcleo Interdisciplinar de Pesquisas e Práticas em Educação Intercultural (NIPPEI) e da Controladoria-Geral da União (CGU), no que se refere a medidas relativas à evasão.
Durante o processo de construção da proposta, foram realizadas três reuniões públicas: com os docentes do Ciclo Comum – no dia 13 de setembro; com os docentes de todos os cursos – no dia 20 de setembro; e a última, no dia 25 de outubro, durante a 2ª Semana Integrada de Ensino, Pesquisa e Extensão (SIEPE).
“Esta não é a grade mais ousada, não é a proposta mais avançada que a comissão gostaria, mas nós entendemos que ela é a possível”, justificou Luciana Ribeiro, coordenadora da comissão, durante a última apresentação pública da proposta. “A [proposta] mais avançada significa mais demanda de ajustes administrativos, mais demanda formativa para quem atua no Ciclo Comum; e a necessidade de adaptação à mudança é muito maior”, justificou.
“A gente recebeu propostas, as mais díspares possíveis; é simplesmente impossível atender a todas. O que a gente procurou fazer foi construir uma proposta que fosse coerente pedagogicamente e que, ao mesmo tempo, desse conta dos problemas potenciais que a gente identificou nos documentos, reuniões e consultas”, comentou Luciana. Também participam da comissão os professores Simone da Costa Carvalho e Gregório Perez.
A proposta para o novo PPC do Ciclo Comum inclui uma nova matriz curricular distribuída em quatro semestres – não em três como atualmente –, sendo que no primeiro e no quarto semestre coincidem as três disciplinas que formam o Ciclo Comum e que também apresentam nova nomenclatura: Estudos Latino-Americanos e Caribenhos; Línguas; e Ética e Ciência. “Reunimos as disciplinas no primeiro e no último semestre – dos quatro previstos – porque queremos aumentar o diálogo entre os três eixos. Por isso, a gente propôs algumas atividades compartilhadas e conjuntas”, explicou. Com essa junção, a ideia é que o aluno faça um mesmo trabalho a ser avaliado nas três disciplinas, cada uma em seus fundamentos, e que também possa estar relacionado diretamente a cada um dos cursos, com suas questões específicas.
Outra preocupação da comissão foi incluir na proposta uma intervenção com a comunidade externa para atender à necessidade de curricularização da extensão, demanda que tem de ser estudada e colocada em prática por todos cursos para atender a diretrizes nacionais. Assim, a proposta é que o trabalho a ser desenvolvido para as disciplinas também inclua uma “intervenção” na comunidade.
Para facilitar a escolha de temas e situações-problemas para o projeto comum aos três eixos do Ciclo Comum, a comissão formou, a partir de sugestões da comunidade, um banco de dados com temas e situações das diferentes áreas de ensino e também dos diferentes países. Também foi elaborado um “projeto-guia”, com mais de 100 temas distribuídos em cerca de 200 páginas, que podem auxiliar os docentes na condução desse trabalho. “Esse documento não foi elaborado com a intenção de ser uma cartilha a ser seguida, mas é um material para a gente poder visualizar, ter inspiração sobre como trabalhar com esse formato.”
Para finalizar as disciplinas do Ciclo Comum, os alunos apresentariam seus trabalhos em um evento, que a comissão chama de “Jornadas Latino-Americanas do Ciclo Comum”, como um evento de extensão. “As jornadas seriam um evento de conclusão e um evento avaliativo do semestre. Isso dá espaço para a Universidade conhecer melhor o que se pensa e se constrói a partir das reflexões dentro do Ciclo Comum”, explicou a docente.
Em relação à disciplina de línguas, a carga horária estaria dividida, também, nos quatro semestres. “Houve uma reestruturação da oferta das línguas para que não somente os alunos tivessem oportunidade de estudar o básico e o intermediário, mas também a possibilidade de se dirigir à área em que sentem que têm mais lacunas. Por exemplo, um estudante da fronteira não tem tanta dificuldade em falar, mas talvez tenha dificuldade em fazer um texto acadêmico”, disse.
A comissão entende que a aprovação da proposta do novo Ciclo Comum, ainda neste ano, vai facilitar a revisão dos PPCs dos cursos, em 2020, para atender à curricularização da extensão, revisão das licenciaturas e revisão para inclusão de atividades de Ensino a Distância (EAD). “Nos pareceu que fazia mais sentido os cursos realizarem a revisão dos seus PPCs com todas as necessidades de mudanças de uma vez só.”
A comissão entende que serão necessários eventos de formação docente e de preparação pedagógica para atuação no novo formato, que serão realizados no decorrer de 2020. “Especialmente porque a gente está priorizando a interdisciplinaridade e o diálogo entre os três eixos”, justificou.