Institucional
SIEPE mostra a força e dedicação da comunidade acadêmica
Os números da quarta edição Semana Integrada de Ensino, Pesquisa e Extensão (SIEPE) evidenciam a dedicação da comunidade acadêmica da UNILA para mostrar à comunidade a importância das ações desenvolvidas ao longo de 2022: foram quase 2 mil visitantes de 27 escolas da cidade e região e 300 apresentações de projetos. A SIEPE é o principal evento acadêmico da Universidade.
A SIEPE de 2022 reuniu a 3ª Mostra de Cursos; o 11º Encontro Anual de Iniciação Científica; o 7º Encontro de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação; o 9º Seminário de Extensão da UNILA (SEUNI) e o 3º Seminário de Atividades Formativas da UNILA (SAFOR).
Para o reitor da UNILA, Gleisson Brito, foi “uma semana para ficar na história” da Universidade. “Um conjunto de atividades que mostram a força e a robustez da UNILA. Também um conjunto muito grande de sensações e emoções – que se misturam entre as atividades de ensino, pesquisa e extensão –, convivência, integração, nessa experiência fantástica, multicultural e bilíngue que é a UNILA.”
O reitor destacou a visita dos estudantes de escolas de Foz e região para conhecer os cursos da UNILA e também a participação da comunidade acadêmica. “Foi emocionante ver os estudantes chegando massivamente no primeiro dia da Mostra, o orgulho dos nossos estudantes em apresentar a UNILA para os que chegavam e o senso de responsabilidade, de compromisso, de ansiedade e satisfação de todos os estudantes que participaram dos eventos que compõem a SIEPE. Os técnicos e docentes que atuaram ao longo desses quatro dias trabalharam muito para fazer a SIEPE acontecer, mostrando o espírito institucional, resiliência e amor pela nossa querida universidade”, pontuou.
Ensino
A Mostra de Cursos recebeu a visita de estudantes dos segundos e terceiros anos do Ensino Médio de Foz do Iguaçu e região, nos dias 18 e 19 de outubro. Em meio a coleções de insetos, maquetes, telescópios, plantas e estruturas montadas para mostrar a teoria na prática, os visitantes ouviram explicações e participaram de experiências.
João Maria dos Santos, aluno do Colégio Ayrton Senna, era um dos mais interessados na demonstração oferecida no estande do curso de Engenharia Física. “Esse é um curso que tem relação com astrofísica. É um dos meus cursos opcionais porque sempre tive muito interesse na área de engenharia e de astrofísica”, contou. Bailarino, o jovem já vinha pesquisando os cursos oferecidos pela UNILA e também busca uma possível formação ligada às artes. “Também tenho interesse em Mediação Cultural e História. É uma veia que também estou em dúvida.”
Bianca Parotte, aluna do segundo ano do Colégio Pioneiros, percorreu a Mostra para conhecer um pouco mais sobre os cursos oferecidos. “Vim para ter noção e saber qual curso interessa mais. Estou achando interessante. Ainda não sei o que fazer, por isso, peguei vários folhetos”.
“É muito especial ver a Universidade viva”
Hermes Schmitz
No Seminário de Atividades Formativas da UNILA (SAFOR), realizado no dia 21, a vez foi dos estudantes da Universidade. Em diferentes rodas de conversa, foram apresentadas experiências de monitoria acadêmica. Os monitores são responsáveis por atividades de reforço de aprendizado de colegas nos conteúdos de disciplinas ou por atividades de acompanhamento da formação. No total, 44 estudantes relataram suas experiências nas modalidades de monitoria: acadêmica; promoção da inclusão e acessibilidade; e promoção da permanência de estudantes indígenas, refugiados e portadores de visto humanitário.
Para o pró-reitor adjunto de Graduação, Hermes Schmitz, a volta da Mostra de Cursos, suspensa por dois anos em razão da pandemia, foi um dos pontos altos da SIEPE. “É muito especial ver a Universidade viva”, comentou. Ele destacou também ações de apoio pedagógico desenvolvidas e em vias de implementação. “A Semana foi muito produtiva e a mostra que a gente tem espaço para crescer”, avaliou.
Pesquisa
No Encontro Anual de Iniciação Científica (11ª edição) e Encontro de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (7ª edição) foram apresentados os resultados de 111 pesquisas desenvolvidas durante o ano.
Na quarta-feira (19), primeiro dia de atividades do EICTI, a estudante Luisa Ortiz, do curso de Mediação Cultural – Artes e Letras, apresentou o projeto “Conversas literárias com crianças imigrantes”. A ação começou no ano passado e, após a etapa de levantamento bibliográfico, foram selecionadas cinco crianças imigrantes de escolas municipais para participar do projeto. Foram realizados três encontros sobre três livros: Eloisa y los Bichos, Flotante e El tunel. “Como são livros só com imagens, na primeira análise, nós projetávamos as obras e deixávamos as crianças dizerem o que viam. E foram múltiplas interpretações. Desenvolvemos instalações com as simbologias dos livros também para as crianças interagirem, como um túnel tridimensional, por exemplo. Neste momento, eram feitas perguntas a essas crianças sobre as questões da imigração presentes nos livros, que muitas vezes apareciam de forma metafórica. Todas essas atividades foram registradas pensando, inclusive, em como realizá-las em contextos diferentes da nossa tríplice fronteira”, explicou a discente.
"Oportunidade de mostrar o que fizemos durante o ano e divulgar os resultados obtidos"
Luisa Ortiz
Sobre a SIEPE, Luisa ressaltou que é um momento importante para a vida acadêmica e disse que acompanha outras apresentações. “E é interessante ter a oportunidade de mostrar o que fizemos durante o ano e divulgar os resultados obtidos”, complementa.
Gabriel Azcurra, do curso de Administração Pública e Políticas Públicas, desenvolveu sua pesquisa com o tema “Elaboração de indicadores de qualidade da educação e da saúde pública no município de Foz do Iguaçu”. “Para avaliar a qualidade da educação em Foz do Iguaçu, utilizamos como indicador o Ideb [Índice de Desenvolvimento da Educação Básica] e conseguimos perceber que a cidade tem um desempenho bem alto em relação a esse índice. Na sequência, fomos pesquisar o porquê e percebemos que, desde 2010, existe uma lei que instituiu um estímulo de 25% do último salário aos professores e outros funcionários das escolas caso as metas sejam atingidas”, resume Azcurra.
A pesquisa mostrou que todas as escolas de Foz do Iguaçu alcançaram as metas e três tiveram índices maiores que as escolas privadas do município. “Assim, o objetivo é publicizar esses resultados e levá-los a órgãos como a Prefeitura, até para entender o quê essas três escolas públicas fazem de diferente e que pode ser aplicado nas outras instituições.”
A pró-reitora de Pesquisa e Pós-Graduação, Danúbia Frasson Furtado, destacou as salas lotadas durante a apresentação dos projetos de pesquisa e inovação. “Tivemos produções maravilhosas nas apresentações dos projetos de Iniciação Científica. Houve uma grande adesão do público. Salas lotadas. O que foi muito positivo perante o comitê externo do CNPq. Para nós, foi extremamente relevante essa atuação e essa participação direta da comunidade”, comentou. “Esperamos que cada vez mais docentes participem da Iniciação Científica e contribuam para a pesquisa da Universidade.”
Extensão
Principal forma de contato da Universidade com a comunidade, as atividades de extensão foram apresentadas nos dias 19 e 20 de outubro, no 9º Seminário de Extensão da UNILA (SEUNI). Foram selecionados 139 projetos.
Levar o conhecimento científico nas áreas de Física, Química e Biologia, de uma forma criativa e intuitiva, aos estudantes do Ensino Fundamental e Médio, foi o desafio do trabalho realizado pela estudante do curso de Química Gabriela Cristina de Carvalho Onorio. No projeto “Ciência, tecnologia e pesquisa nos espaços de aprendizagem formal”, além de organizar e catalogar o acervo do laboratório do Colégio Pioneiros, ela desenvolveu diversas atividades práticas experimentais com alunos do 6º ao 9º ano, como: produção de coalhada, estrutura de solos, análise de substâncias químicas e um jogo para averiguar o conhecimento dos estudantes.
“Os resultados são bastante satisfatórios e tem sido muito benéfica essa parceria entre a Universidade e a escola, porque muitas vezes o professor não tem tempo hábil para preparar práticas todas as semanas e corrigir relatórios. Então, o trabalho da Universidade foi fundamental para que esses estudantes pudessem ver a prática acontecendo, obedecendo o método científico e tecnológico”, disse durante sua apresentação.
Para ela, que é acadêmica de um curso de licenciatura, desenvolver o projeto em uma escola proporcionou uma prática intensa da atividade de ensino. “Foi fundamental para que eu pudesse vivenciar o que é ser um professor efetivamente. Eu participei do cotidiano da escola. Foi uma experiência única”, avalia. Gabriela também recebeu a menção honrosa da SIEPE pelo seu trabalho. “Foi bem especial ser reconhecido. Dá um gás a mais para a gente continuar o trabalho.”
"Estou muito orgulhosa. A gente sente que vale a pena. E não só a premiação. Sinto que participar do evento foi muito legal e ver o projeto dos colegas também",
Carolina Alvarenga
Carolina Alvarenga, que é de Foz do Iguaçu e cursa Engenharia Química, também recebeu menção honrosa por seu trabalho que busca o desenvolvimento de uma trituradora de plásticos. O material triturado será transformado em filamentos para impressoras 3D para a produção de protótipos representando moléculas atômicas a serem distribuídos nas escolas, facilitando o ensino. “Fiquei superfeliz. Estou muito orgulhosa. A gente sente que vale a pena. E não só a premiação. Sinto que participar do evento foi muito legal e ver o projeto dos colegas também.”
Além de Carolina e Gabriela, outros 24 estudantes receberam a menção honrosa por seus projetos de extensão e 19, por seus projetos de pesquisa. A cerimônia de premiação foi realizada no encerramento da SIEPE, na sexta-feira (21).
A pró-reitora de Extensão, Kelly Sossmeier destacou o envolvimento dos estudantes da UNILA na Mostra e eventos científicos. “A Semana foi um sucesso. Começando na Mostra, os alunos contentes em conversar com a comunidade, e depois nas salas das apresentações, bastante presença. O pessoal participou, teve bastante interação, foi muito importante”, declarou. Ela espera o crescimento de todos os eventos associados à Semana. “Esperamos que cada vez mais tenhamos professores e técnicos extensionistas. E que a comunidade tenha cada vez mais trabalhos para mostrar e para interagir com a sociedade”, completou.
Outras atividades
O último dia do evento também reservou espaço para a apresentação de 30 projetos que compõem o Programa Agenda Tríplice, cujo objetivo é buscar soluções para temas prioritários da fronteira entre Brasil, Argentina e Paraguai, contribuindo para a integração da região e seu desenvolvimento. Houve ainda debates sobre a curricularização da extensão, que deve ser implementada no próximo ano, e sobre atividades formativas e uma oficina sobre empreendedorismo, conduzida pelo Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT).
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- Acesse as fotos da 4ª SIEPE no Flickr da UNILA