Pesquisa
Pesquisadores identificam 39 espécies de anfíbios e répteis na área do Refúgio Bela Vista
Publicação está disponível para download gratuito/ Foto: Felipe Veronez/EIS
Durante dois anos, pesquisadores da UNILA, Itaipu Binacional e Parque Tecnológico Itaipu (PTI) realizaram uma pesquisa de campo para identificar quantas espécies de répteis e anfíbios habitam na área do Refúgio Biológico Bela Vista (RBV). O inventário faunístico revelou que, na área de conservação de 1.780 hectares, há 39 espécies entre sapos, tartarugas, jacarés, cobras e lagartos. Agora, as informações sobre esses animais estão reunidas, de forma ilustrada e catalogada, no Guia da Herpetofauna do RBV. A publicação está disponível para acesso e download gratuito.
Para o professor do curso de Ciências Biológicas - Ecologia e Biodiversidade da UNILA Michel Varajão Garey, a nova publicação é fundamental para demonstrar para o público acadêmico e para a sociedade em geral as características, o comportamento e a relevância desses répteis e anfíbios para a região. “Se a gente não conhece, não tem como preservar. Por isso, é tão importante a troca de conhecimento entre a comunidade acadêmica com a população. E o Guia tem esse objetivo: sensibilizar e influenciar na mudança de comportamento em relação a essas espécies”, disse Garey.
A pesquisa
O inventário da herpetofauna do RBV foi realizado durante os anos de 2021 e 2022. Em cada ida a campo, os pesquisadores utilizaram armadilhas aquáticas e de interceptação-e-queda, em diferentes pontos do RBV. Além disso, foram realizadas buscas ativas em ecossistemas terrestres e aquáticos e amostragem de girinos.
Durante o período, a equipe identificou 19 espécies de anfíbios. Entre os destaques da pesquisa está o registro inédito de ocorrência de duas espécies de anuros na região Oeste do Paraná: a rã-escavadeira (Leptodactylus plaumanni) e o sapo-escavador (Odontophrynus reigi). Na área do Refúgio, também foram observadas 20 espécies de répteis, como jacarés, tartarugas, cágados, jabutis, serpentes, lagartos e anfisbenas (cobra-de-duas-cabeças).
De acordo com a engenheira florestal e gerente da Divisão de Áreas Protegidas da Itaipu, Veridiana Pereira, a identificação de todas essas espécies configura-se como um importante bioindicador que valida os resultados positivos da atuação da Binacional no contexto da restauração de ecossistemas. “Como na natureza todo processo é sistêmico, a presença dessas espécies é muito positiva, pois significa que elas encontraram condições propícias para recolonizar e habitar esses espaços”, explicou.
Com informações da Itaipu Binacional