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Vida Universitária

UNILA recebe primeira turma de indígenas aldeados, refugiados e portadores de visto humanitário

Modalidade de ingresso foi inaugurada este ano, ampliando o número de nacionalidades presentes na Universidade
publicado: 21/02/2019 00h00, última modificação: 25/02/2019 09h12
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Estudantes de Guiné Bissau

Wayne Karter, estudante de Guiné-BissauWayne Karter, nativo de Guiné-Bissau, é um dos calouros de 2019 da UNILA. Ele chega junto de mais três conterrâneos, todos em busca de uma formação universitária pública e gratuita, possibilitada, este ano, por uma nova modalidade de ingresso, voltada a refugiados e portadores de visto humanitário.

O estudante já estava no Brasil há um ano e meio, e soube da UNILA por meio de amigos que estudavam na "coirmã" da UNILA, a Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab). “Soubemos que a UNILA também é uma universidade com vocação internacional, de acesso universal e de qualidade”, relata o discente, que cursará Ciências Biológicas.

Estudantes de Guiné Bissau Também de Guiné-Bissau, Valdir Marques Vieira matriculou-se no curso de Saúde Coletiva, com o sonho de ajudar o seu país de origem, onde, segundo ele, a saúde pública é problemática, assim como o ensino público, com falta de laboratórios e bibliotecas. Ele chega à UNILA já com formação em técnico de enfermagem e pretende, após a graduação, seguir no mestrado em Saúde Coletiva. “Escolhi o curso porque o profissional dessa área tem mais capacidade para sensibilizar e ajudar a população com prevenção e acesso à saúde”, diz.

A escolha do guineense Valentino Fernando da Silva foi para a área de Humanas, no curso de Letras - Artes e Mediação Cultural. Há três anos no Brasil, o calouro revela que, além de sempre ter se destacado na língua portuguesa, tem uma familiaridade com o francês e o inglês. “Sempre foi meu sonho estudar em uma universidade federal, e ainda sonho em ser professor universitário na área de Letras”, revela. Ele conta também que sente muita proximidade com o Brasil, a começar pela língua em comum, o português. “Além disso, aqui é igual ao meu país, um povo alegre, acolhedor e que está de braços abertos”, afirma.

No total, 24 estudantes ingressam na UNILA este ano por meio deste edital específico. Além dos guineenses, a Universidade também vai receber representantes de Angola, Barbados, Benin, Congo, Gana, Haiti, Costa do Marfim, Paquistão, República Democrática do Congo, Russia, Senegal, Síria e Venezuela.  As matrículas prosseguem até o dia 1º de março, e o ano letivo se inicia no dia 7.

Oportunidade também para indígenas aldeados

Ananias Fidelis Félix, primeiro indígena aldeado a se matricular na UnilaOutra nova modalidade de ingresso, também válida a partir deste primeiro semestre letivo de 2019, é destinada a estudantes oriundos de povos indígenas aldeados do Brasil e de outros nove países da América do Sul (Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Uruguai, Venezuela, Paraguai, Equador e Peru). O primeiro indígena nessa condição a se matricular na UNILA, Ananias Fidelis Félix, pertence à tribo Tikuna. Ele optou pelo curso de Engenharia de Energia.

“Desde criança, quando estava no ensino médio, sonhei em entrar na Universidade. E escolhi o curso porque acredito que minha comunidade está precisando muito de engenheiros”, diz o discente, que conheceu a UNILA pela internet. Ananias fez um longo percurso até Foz do Iguaçu, saindo do Amazonas, onde residia na comunidade indígena Feijoal, localizada no município de Benjamin Constant. Os Tikuna habitam no território brasileiro, no Peru e na Colômbia.

Na UNILA, 31 pessoas confirmaram interesse na vaga, na condição de indígenas aldeados.  Esses novos estudantes têm recebido apoio e acolhimento da comunidade acadêmica da Universidade, entre eles o professor Clovis Brighenti, docente do curso de História da UNILA, pesquisador e coordenador de projetos de extensão ligados à questão indígena; e também o técnico-administrativo Pedro Louvain, que vai contribuir para a ambientação dos estudantes indígenas na Universidade e na cidade de Foz do Iguaçu, por meio do projeto Tekoha Guasu, do qual é coordenador.