Vida Universitária
Chamadão simplifica acesso à Universidade e foca comunidade local
O auditório da UNILA - Jardim Universitário ficou lotado para a chamada pública realizada no sábado para o preenchimento de vagas em cursos de graduação. No Chamadão, foram ofertadas 483 vagas não preenchidas por meio do Sisu.
O pró-reitor de Graduação Antonio Machado explica que o Chamadão tem foco na comunidade local e transfronteiriça e destaca o critério de seleção para os brasileiros – nota do Enem dos últimos sete anos – como um facilitador para o ingresso não só do estudante recém-saído do ensino médio, mas também aqueles que já estão fora da escola há algum tempo. “O Chamadão busca popularizar o ingresso em uma universidade pública para toda a comunidade local. A ideia é abrir a Universidade para aqueles que têm o sonho de fazer uma graduação e, às vezes, não têm condição financeira ou já saíram há tempos do ensino médio”, comenta. “Queremos a inclusão de um número maior de pessoas da comunidade”, reforça o pró-reitor adjunto de Graduação, Marcelo Rocha.
As principais novidades deste processo de seleção foram a possibilidade de participação de estudantes de outros países, especialmente, os provenientes de cidades da Tríplice Fronteira, e a mudança de conceitos. “Fizemos uma mudança conceitual: a seleção não é para estrangeiro, é para estudante internacional. Porque estrangeiro significa estranho e não queremos pessoas estranhas, queremos pessoas integradas, por isso, chamamos de estudante internacional”, explica a pró-reitora de Relações Institucionais e Internacionais, Suellen Peres de Oliveira. Para esses estudantes foi adotado como critério de seleção a média de resultados no grau equivalente ao ensino médio brasileiro.
Calouros
A colombiana Karen Dayanna Salinas Peña conseguiu uma vaga em Música no Chamadão. Egressa do curso de Ciência Política e Sociologia - Sociedade, Estado e Política na América Latina, Karen valeu-se da abertura à participação de alunos de outros países no processo seletivo. “Na verdade,Música era a minha primeira opção na primeira vez, mas gostei de Ciência Política e, agora que terminei, voltei para fazer Música”, conta. “Gosto muito da UNILA. É muito acolhedora.”
Também colombiana, Glória Inês Holguin matriculou-se em Desenvolvimento Rural e Segurança Alimentar e agora virou colega dos três filhos que já estudam na UNILA: Raquel (Letras – Espanhol e Português como Línguas Estrangeiras), Juan (Arquitetura e Urbanismo) e Sariah, que está no mesmo curso da mãe. “É uma bênção poder estudar”, comemora Glória, que fez um curso superior na área de Ciências Agrárias e Ambiental, em seu país e é aluna especial do mestrado em Políticas Públicas e Desenvolvimento na UNILA. “Quero seguir estudando. Quero continuar tudo isso que tanto amo, que tanto gosto.”
Pedro Leonardo Lisboa descobriu o gosto pelas artes quando participou de um projeto de extensão da UNILA desenvolvido no colégio em que estudava. Nascido em Foz do Iguaçu, ele mudou-se para Curitiba para fazer Cinema, mas não conseguiu continuar na capital. “Eu já estava de olho nos editais da UNILA para saber quando ia ter alguma vaga. No processo de Vagas Remanescentes não teve para cinema. E nesse eram somente três. Fiquei muito ansioso porque tinha várias pessoas na minha frente, mas consegui a última vaga.”
Fernando Luiz Spohr, que, assim como Pedro, também é de Foz do Iguaçu, conseguiu uma vaga em Música depois de ser informado por amigos que já são alunos do curso. “Eu toco desde pequeno e, nos últimos anos, venho estudando teoria musical, daí eu já estava pensando em entrar nessa área e resolvi me inscrever”, contou.