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Livro reúne desafios enfrentados por equipes de extensão durante a pandemia

Isolamento social exigiu mudança nos projetos e gerou novos aprendizados; e-book registra os desafios e as transformações
publicado: 22/03/2022 16h00, última modificação: 22/03/2022 16h54

Como desenvolver atividades de extensão com a obrigatoriedade do distanciamento social dos tempos de pandemia? Como manter a Universidade próxima da comunidade? Essas inquietações levaram as equipes dos projetos de Extensão da UNILA ao desafio de adequar suas ações ao novo tempo que se impôs. Os relatos desses desafios, aprendizados e transformações vividos por equipes de 31 projetos foram reunidos no livro eletrônico “Extensão e pandemia – relatos das equipes extensionistas no primeiro ano da pandemia”, lançado pela Pró-Reitoria de Extensão (PROEX) na última quinta-feira (17). 

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Participaram do lançamento a pró-reitora de Extensão, Kelly Sossmeier; o pró-reitor adjunto de Graduação, Hermes Schmitz; a organizadora do livro e servidora da PROEX, Milene Rocha Leitzke; docentes; estudantes; e servidores técnico-administrativos envolvidos com trabalhos de extensão. A cerimônia também teve a presença de Lida Elizabeth Barreto, moradora da Vila C e frequentadora da Biblioteca para a Infância e Juventude Iguaçuense (BIJI). A Biblioteca é resultado do projeto de extensão “Vivendo Livros” e foi o local de realização do lançamento do e-book.

Na solenidade, a pró-reitora destacou que o dia 17 de março foi escolhido porque, nesse mesmo dia, dois anos atrás, os primeiros decretos reconheciam o início da pandemia e determinavam a quarentena da população. Momento em que diferentes categorias profissionais tiveram de readequar sua forma de trabalho. “As universidades também precisaram começar a pensar como ‘ser universidade’ a partir daquele momento que não tinha um prazo para terminar”, disse. A extensão que “por essência é diálogo, é interação, é conversa na comunidade” conseguiu se adaptar de forma muito rápida e manter sua contribuição, comenta Kelly Sossmeier. “A extensão passou a ser a protagonista das instituições de ensino. Especialmente das universidades públicas. E passou a trabalhar diretamente com a comunidade, resolvendo os problemas que começaram a surgir.”

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Ela destacou que, inicialmente, as atividades estavam voltadas para o atendimento de saúde, como exigia o momento, mas que outras ações ganharam espaço no decorrer do tempo. “E isso foi muito positivo porque mostrou que a universidade não ficou e não fica de braços cruzados. Mostrou que a extensão tem essa capacidade de diálogo, de interação com a comunidade. Foi um grande trabalho de mostrar a importância da universidade pública para a comunidade local, mostrar que a universidade esteve presente quando outros setores faltaram”, salientou. Ela ressaltou também que o e-book é um reconhecimento aos extensionistas “pela coragem de fazer” em um momento de incertezas.

Hermes Schmitz, em sua fala, ressaltou o caráter histórico do livro. “É um documento que vai contar a história de como foi a pandemia [para a extensão]”, disse. Ele ressaltou que esse é um período que não pode ser esquecido. “Ainda que a gente esteja aqui para celebrar conquistas, celebrar aprendizado, celebrar toda essa versatilidade, acho que sempre teremos de nos lembrar que esse momento foi uma grande crise humanitária, de proporções que a gente nunca imaginou passar”, apontou. “E nesse momento, a universidade esteve ao lado da comunidade. A gente sempre está ao lado da comunidade.”

Os extensionistas presentes ao evento também puderam relatar seus desafios e conquistas no primeiro ano da pandemia. Um dos principais desafios foi a necessidade de transformar o que era presencial em virtual. Para isso, as equipes tiveram de transformar materiais didáticos e aprender a usar diferentes ferramentas disponíveis na internet. Entre as conquistas está o fato de as ações conseguirem alcançar um maior número de pessoas, como relatou a estudante Anna Beatriz Fernandes, participante do projeto “Educação para as relações étnico-raciais”. “Normalmente, eram 200 participantes. Em 2020, no segundo dia de inscrições, eram 836. Alguns de outros estados”, contou.

Mariana Cortez, docente da área de Letras e coordenadora da Biblioteca da Infância e da Juventude Iguaçuense, lembrou que o espaço que abriga os livros e brinquedos para a comunidade da Vila C é fruto do projeto de extensão “Vivendo Livros”, em parceria com a Fundação Cultural, e foi reformado durante a pandemia. “O sonho era ver esse espaço reformado e atuante. Aí veio a frustração”, relata. Ao contrário da maioria das ações, a ideia da equipe era manter a ação de forma presencial. "E como é que faz? Eu dizia para as discentes do projeto: ‘eu não quero que o contato com a comunidade seja pelo computador’. Então, vamos colocar a cabeça para funcionar." A solução encontrada pela equipe foi oferecer os livros para as crianças e jovens da comunidade em caixas que eram entregues e retiradas nas casas.

Além desses relatos, também foram apresentadas outras três experiências por parte das equipes extensionistas. No total, o livro reúne textos sobre 31 ações, desenvolvidas, principalmente, em 2020, primeiro ano da pandemia.

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