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Estudantes do Mestrado Interdisciplinar em Energia e Sustentabilidade criam startup relacionada a hidrogênio verde

A H2Todos é fruto de pesquisa relacionada à fonte da energia renovável que é considerada de grande potencial no Paraná
publicado: 12/12/2023 10h01, última modificação: 13/12/2023 09h02
Exibir carrossel de imagens Equipe atual do H2Todos: Alef Cristini, Julia Safranski, Icoana Martins e Thiago Félix

Equipe atual do H2Todos: Alef Cristini, Julia Safranski, Icoana Martins e Thiago Félix

O quanto você já ouviu falar de hidrogênio como fonte de energia renovável? Pode não ter sido tanto se comparado a outras fontes, como a energia solar, a eólica, a hídrica e outras com as quais já estamos familiarizados. Mas o hidrogênio tem se consolidado como um importante nicho de pesquisa e de potencial mercado frente a outras possibilidades. Com foco na pesquisa desse insumo, três estudantes ligadas ao Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Energia e Sustentabilidade (PPGIES) estão trabalhando em projeto que se transformou numa startup – a H2Todos – após um período de incubação no Parque Tecnológico Itaipu (PTI).  

Equipe atual do H2Todos: Alef Cristini, Julia Safranski, Icoana Martins e Thiago Félix

Egressa do PPGIES, Icoana Martins é líder da startup que tem como principal objetivo promover o desenvolvimento Equipe atual do H2Todos: Alef Cristini, Julia Safranski, Icoana Martins e Thiago Félixconhecimento técnico e profissional relacionado ao hidrogênio verde. Através de ferramentas como capacitações, cursos, palestras, seminários e produção de conteúdo digital, a startup busca atender à crescente demanda por mão-de-obra qualificada na indústria do hidrogênio verde e democratizar o acesso a conteúdos relacionados à transição energética e práticas sustentáveis. Também participam dessa iniciativa outras duas estudantes de mestrado do mesmo Programa, Julia Safranski e Alef de Oliveira, ao lado do graduando de Engenharia de Software Thiago Félix, de outra instituição.  

 Essa equipe participou ativamente de um evento internacional promovido pelo Programa iHACK2Green – Inovação em Hidrogênio Verde, que foi realizado pelo iH2Brasil – Aliança Brasil-Alemanha. Durante o encontro, realizado no mês de agosto, 15 mulheres especialistas de diversos âmbitos do hidrogênio verde foram as chamadas “âncoras” do evento, sendo a Icoana Martins uma delas. Ainda neste ano, ela também foi selecionada para representar o Brasil pelo Observatório da Geopolítica Energética da UNILA nos BRICS Youth Energy Summit. “Fui convidada para ser palestrante no evento, falando como programa de mentoria voltado para mulheres, o que contribuiu no fortalecimento da startup H2Todos para as parcerias que fizemos com outros países”, enfatiza. 

O nascimento de uma pesquisa

Icoana diz que quando iniciou o mestrado Interdisciplinar em Energia e Sustentabilidade, em 2021, não esperava que hoje estaria com uma startup voltada para área de educação. E conta que o tema de pesquisa partiu do contato com os docentes Marcio de Sousa Goes e Janine Padilha Botton: “Ao me matricular em uma disciplina específica relacionada ao tema, abriu-se o horizonte para o universo do hidrogênio e para a minha dissertação. Como forma de aperfeiçoar melhor o conhecimento que estava adquirindo no mestrado, me inscrevi em um programa de mentoria da Women in Green Hydrogen, e a junção dessas duas iniciativas despertou em mim o interesse em participar da hackathon do hidrogênio, que foi promovida pela Câmara de Comércio Brasil Alemanha”, conta ela.  

Atualmente, a equipe está empenhada nas atividades da H2Todos e também na monitoria do Programa da Women in Green Hydrogen para o ciclo de 2023/2024. E estão difundindo o conhecimento na área do hidrogênio com produção de conteúdos no Instagram, YouTube, palestras em eventos e promoção de webinars com especialistas que já atuam na área.

Júlia Safranski diz que o mestrado a ajudou nesse processo, tendo em vista que ela já trabalhava com materiais para energia, mas queria encontrar uma aplicação que realmente estivesse alinhada com um futuro melhor. “Entrei no PPGIES com um projeto sobre hidrogênio pelo potencial que ele tem, mas estando ali, eu consegui entender toda a dimensão do setor energético dentro de várias áreas: social, ambiental, tecnológica”, diz a pós-graduanda. Ela conta que as disciplinas fundamentaram seu conhecimento no mercado de energia e deram suporte para que pudesse se desenvolver como profissional no mercado de hidrogênio, tanta na parte teórica quanto prática. 

Outra entusiasta na pesquisa com o hidrogênio é Alef de Oliveira, que diz que foi a partir do mestrado que começou a perceber que sua pesquisa podia impactar avanços tecnológico e da indústria, mas também contribuir para a vida da sociedade de forma mais justa e eficiente. “Estar cursando o mestrado no PPGIES me abriu novos horizontes. Já estava envolvida com a pesquisa de materiais para armazenamento de energia desde 2017, mas só tinha a dimensão da pesquisa, do que eu fazia. Depois de entrar no Programa, tive uma visão muito mais abrangente das reais dimensões de uma pesquisa e do setor de energia em si”, diz Alef. 

Na onda promissora da pesquisa, o Governo do Paraná recentemente expressou seu compromisso em mapear o cenário do hidrogênio renovável, destacando a importância desse setor em crescimento. Dentro desse contexto, Icoana diz que a startup H2Todos foi reconhecida como um projeto inovador com potencial significativo para contribuir não apenas para o mapeamento, mas também para impulsionar o avanço do setor no Estado.  

    

Para saber mais

O hidrogênio verde é considerado peça-chave na redução da emissão de gás de efeito estufa. Por este recurso ser 100% produzido a partir de fontes renováveis e livre de emissões de CO2, seu uso pode contribuir para a descarbonização da indústria e da economia brasileira. O excedente pode ser ainda armazenado e utilizado em período de baixa capacidade de geração de energia por meio do vento e do sol. Considerado uma nova e promissora matriz energética para todo o planeta, o hidrogênio renovável tem tido especial atenção no Paraná, que tem 97% da energia produzida por matrizes renováveis, de acordo com dados do governo do Estado.