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Vida Universitária

Estudantes buscam saúde e integração com esportes e competições regionais

Atléticas, torcidas, esportes individuais. A vida acadêmica é mais que livros e cadernos para muitos estudantes da UNILA
publicado: 16/01/2018 23h00, última modificação: 11/01/2019 23h19
Exibir carrossel de imagens Renan Peixoto: o esporte tem uma capacidade gigante de integrar e formar pessoas que sabem trabalhar em coletivo, que respeitam e ajudam ao próximo

Renan Peixoto: o esporte tem uma capacidade gigante de integrar e formar pessoas que sabem trabalhar em coletivo, que respeitam e ajudam ao próximo

Treino de handebol na quadra da UNILA   Treino de handebol na quadra da UNILA   Treino de handebol na quadra da UNILA

Nos intervalos das aulas, fins de semana e outros momentos em que a sala de aula é substituída por ambientes esportivos, estudantes da UNILA têm promovido práticas corporais diversas. Basquete, vôlei, natação, handebol, dança, artes marciais, xadrez e futebol são algumas das modalidades esportivas praticadas pelos acadêmicos, seja por meio de iniciativas informais, seja de maneiras mais estruturadas, com a formação de associações atléticas.

As atléticas na UNILA são formadas por áreas afins – a de Medicina; a das Engenharias e de Arquitetura; um coletivo das Biológicas; de História; e, em formação, a atlética de cursos do Instituto de Economia, Sociedade e Política (ILAESP). Esses grupos participam de atividades entre si, e também de competições externas, nas quais interagem com estudantes de outras universidades de Foz do Iguaçu e da região.

Entre essas competições estão o Joia Oeste, com participação de atléticas do Oeste do Paraná, e a Joia Fronteira, torneio que inclui 22 modalidades esportivas e equipes de Foz do Iguaçu e outras cidades da Região Trinacional. São competições precedidas de uma rotina de treinos, inclusive com o apoio de técnicos profissionais das respectivas áreas esportivas. Os acadêmicos relatam que são momentos nos quais, além do espírito competitivo, entra em quadra a energia da integração entre os estudantes.

“Para entrarmos no Joia Oeste, perguntaram sobre o nosso diferencial. Acredito que seja o fato de termos estudantes da América Latina e uma integração entre atletas de diferentes nacionalidades. Além disso, nessas competições, há uma integração com estudantes de fora. E, nesses momentos, quando acontece a conversa, a gente conhece a cultura do outro e diminuem-se as barreiras”, relata o discente Valdir Bastos, do curso de Engenharia Civil de Infraestrutura e integrante da atlética das Engenharias e de Arquitetura – a Gran Carpincho.

Vida acadêmica

Gabriela Sartori: prática do esporte coletivo ensina a saber nosso lugar e a respeitar e cuidar do outro

A participação em competições e atividades esportivas também acontece fora das atléticas, como no caso de um grupo de estudantes que realiza informalmente treinos e jogos de handebol, na quadra do Jardim Universitário da UNILA. São acadêmicos de cursos e nacionalidades diversas, com níveis variados de experiência esportiva, que, nessas atividades, exercitam o trabalho com as diferenças. “Na prática do esporte coletivo, aprendemos a lidar com vários tipos de personalidade, diversas formas e estilos de jogar – a depender do país , que temos que conciliar na quadra. Além disso, o esporte nos ensina a saber nosso lugar e a respeitar e cuidar do outro”, aponta Gabriela Sartori, egressa do curso de Relações Internacionais e Integração.

Francisco Bascuñan: temos vários tipos de vidas universitárias, não é só estudo

O discente chileno Francisco Bascuñan, do curso de Administração Pública e Políticas Públicas da UNILA, sabe o que é conviver com essas diferenças. Ele atuou pela seleção chilena sub-18 de handebol e jogou profissionalmente no Brasil. Atualmente é um dos responsáveis pelos treinos da modalidade na Universidade. Para ele, o esporte, além de fazer parte de sua vida profissional, é um espaço inerente ao seu universo acadêmico. “Conheci, na UNILA, mais pessoas por meio do esporte, que complementa minha vida universitária. Temos vários tipos de vidas universitárias, que não é só estudo, mas envolve também outras formas de relações sociais, que pode ser por meio da dança, do teatro, da música ou do esporte”, aponta o discente atleta.

Saúde e integração

Matheus Fontes: diferença gritante em relação à atenção em aula e melhora na prática do estudo

Outro incentivador das práticas esportivas na vida acadêmica é Matheus Fontes, estudante do curso de Saúde Coletiva. Em sua atuação na Cruz Vermelha brasileira, ele relata o uso do esporte como método de promoção da saúde. “Nada melhor que eu agir como sanitarista, fazendo este tipo de atuação, de tentar trazer as pessoas que não têm nenhum tipo de habilidade para esse mundo [do esporte], ver que ela é capaz, e que isso pode fazer  diferença na sua vida acadêmica. E muita gente que conheço realmente mudou, e está mais disposto”, conta.

O estudante lembra que a prática do esporte produz hormônios específicos, que atuam na saúde física e mental. “Além disso, a gente se desprende de certas preocupações que levam a um mal-estar na vida que, por sua vez, pode levar a uma má alimentação, ou seja, a um ciclo vicioso. Quando você vem aqui [na quadra], depois de uma aula, você 'desestressa', ri, conversa e faz coisas fora do padrão, que mudam sua saúde”, conta Matheus, que também relata sua relação pessoal entre esporte e vida acadêmica: “Tive uma diferença gritante em relação à atenção em aula, na melhora na prática do estudo e de conseguir ficar mais tempo focado naquilo que tenho que fazer”, diz.

Renan Peixoto: o esporte tem uma capacidade gigante de integrar e formar pessoas que sabem trabalhar em coletivo, que respeitam e ajudam ao próximo

É no ambiente dos tatames que o estudante Renan Peixoto, do curso de Ciências Econômicas, compartilha sua experiência e conhecimentos do muay thai, ofertando aulas gratuitas aos colegas da UNILA. O discente é um veterano nas organizações de times e torneios de futebol e, nessa modalidade de arte marcial, tem buscado trabalhar com os colegas não só a saúde física como também a integração. “O esporte tem uma capacidade gigante de integrar e formar pessoas que sabem trabalhar em coletivo, que respeitam e ajudam o próximo. A prática de muay thai é um espaço de aprendizado e humanidade, aprendemos em grupo e de forma conjunta. Além disso, há os benefícios diretos e indiretos para a saúde”, aponta.

Grupos de torcida

Líderes de torcida do grupo Kapi'ytãs

Fora das quadras, dentro do ambiente esportivo, a UNILA conta com um grupo de torcida denominada Fúria Latina, que faz barulho para apoiar a atlética Gran Carpincho durante os torneios. Essa torcida, formada em 2017, é uma bateria integrada por acadêmicos das Engenharias e de Arquitetura da Universidade e que participa de competições com ritmo de batucadas. O empenho nos treinos e a energia dos estudantes torcedores renderam inclusive o prêmio de melhor torcida no torneio Joia Oeste, em uma votação eletrônica.

Outro grupo que apoia as equipes da UNILA é formado pelos chamados líderes de torcida. Esse grupo, intitulado Kapi'ytãs, realiza treinos com ajuda de um técnico da área de dança e pratica a atividade de torcer, utilizando técnicas que misturam dança, coreografia, ginástica e acrobacia.

“No início era só do grupo de Engenharia e agora abrimos para outros cursos, de pessoas que tenham interesse em representar a Universidade, inclusive dentro de um projeto de levar apresentação nas escolas para mostrar que existe a UNILA”, conta Fernando Calegari, estudante do curso Engenharia Civil de Infraestrutura.

O grupo começa o ano na ativa. Em fevereiro, será aberta uma turma de férias para treinar duas vezes por semana, no ginásio do Jardim Universitário. As inscrições vão até o dia 25 de janeiro e podem ser feitas por meio deste endereço.

Bateria Fúria Latina

Bateria Fúria Latina

 

Esporte na UNILA

Diante das demandas esportivas que nasceram dos estudantes, a pró-reitoria de Assuntos Estudantis (PRAE) da UNIILA tem buscado espaços para fortalecer diálogos com os discentes, cujas iniciativas de práticas desportivas têm se diversificado ao longo dos anos. “Entendemos que na educação integral o sujeito tem elementos de desenvolvimento das potencialidades, que não está só no intelecto e, nesse sentido, é preciso olhar para esse indivíduo de maneira holística. Portanto, não existem só aqueles componentes específicos de atuação da área dele, mas também há a convivência com o coletivo e com seu próprio corpo, como uma dimensão a se pensar. Tão importante quanto frequentar uma disciplina é ter também outra atividade de socialização, de esporte e de cultura”, opina a pró-reitora da PRAE, Ana Paula Araújo Fonseca.

Nesse contexto, a pró-reitora destaca a importância da parceria com coletivos, para que as propostas tenham continuidade, inclusive com apoio de projetos institucionais. Uma das ações para contribuir, nesse sentido, foi o lançamento de um edital para fomentar a área de lazer e esporte por meio de cinco projetos. “A expectativa é de que esses projetos sejam elementos de fortalecimento da frente de esporte e lazer. Os estudantes dessas propostas serão convidados para pensar junto com a PRAE essas áreas da assistência estudantil”, aponta.

Treino de vôlei dos estudantes da UNILA, no Jardim Universitário