Institucional
As ideias e os debates da Igreja Católica na América Latina são tema de livro lançado pela EDUNILA
Compreender os sentidos que a “libertação” assumiu na Igreja Católica na América Latina entre as décadas de 1960 e 1970 é a que se propõe Alexandre Queiroz, autor de “Revolução e Paraíso: conflito de ideias na igreja latino-americana (1968-1979)”, livro lançado pela Editora da UNILA (EDUNILA).
No livro, que pode ser baixado gratuitamente na página da editora, Queiroz pontua os diferentes sentidos conferidos ao conceito de Libertação na América Latina e o amplo debate sobre o papel da Igreja Católica no contexto pós-Concílio Vaticano II, marcado por discussões acerca da pobreza e da dependência.
A obra analisa e compara as ideias de “libertação” no âmbito das Conferências Episcopais de Medellín (1968) e Puebla (1979) e em documentos que se dedicaram a discutir questões sociais, desde o final do século 19 até os anos 1980. “Pela análise do conceito de Libertação nas Conferências de Medellín e Puebla, podemos fazer considerações ancoradas no processo conflituoso no qual a Igreja Católica e a América Latina estiveram imersas entre as décadas de 1960 e 1970”, escreve Queiroz.
O autor analisa documentos, textos e debates acerca da Teologia da Libertação, pensamento que gerou impactos em diferentes âmbitos – político, social, institucional – em toda a América Latina. E estuda o conceito e as ressignificações de “libertação”, reunindo os entendimentos em três campos: espiritual, dialético e marxista.
O confronto entre a história da Igreja e a do pensamento latino-americano também está presente na obra, assim como o estudo a respeito dos processos que ganharam corpo ao longo do século 20, como a modernização e a precarização do trabalho e o crescimento da pobreza nos países latino-americanos.