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Servidores avaliam impacto do Bolsa Integração na rotina da UNILA

Para técnicos e docentes, o programa irá trazer crescimento para ambos os lados ao propiciar trocas de experiências, além de aproximar discentes e servidores
publicado: 16/02/2024 12h28, última modificação: 20/02/2024 10h12

Já imaginou estar na Universidade e ter a chance de participar da curadoria de obras raras, especiais e colecionáveis em uma biblioteca? E se pudesse atuar na construção de mecanismos de autoavaliação para um programa de pós-graduação? E que tal, mesmo ainda estudante, atuar na criação de estratégias e de conteúdos que melhorem a presença digital de um núcleo de inovação tecnológica em uma instituição federal? Estas e dezenas de outras oportunidades, distantes para muitos discentes da graduação e da pós-graduação no país, estão prestes a transformar-se em realidade para os alunos da UNILA que se inscreveram no Programa Bolsa Integração.

A iniciativa visa a proporcionar qualificação formativa a este público mediante participação em atividades acadêmicas, ao mesmo tempo em que possibilita o início de uma experiência profissional. E tem sido bem recebida não apenas pelos alunos, mas também por docentes e técnicos da Universidade que propuseram planos de atividades nos quais os alunos puderam se inscrever.

“Vamos poder ensinar muito para eles e eles poderão ensinar muito para a gente também”, prevê a coordenadora da BIUNILA, a biblioteconomista Suzana Mingorance, uma das proponentes dos Planos de Atividades. “Esses alunos trarão conhecimentos e experiências que podem até mesmo impactar na rotina da biblioteca, ao tomarem ciência de como as tarefas são executadas na unidade, e apresentarem sugestões”, complementa a servidora. Avaliação semelhante é feita por Marcos de Jesus Oliveira, coordenador do Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Estudos Latino-Americanos (PPGIELA) e também proponente de plano. “É uma troca de conhecimento entre bolsistas e servidores, já que os estudantes também aportam novidades à Universidade a partir de suas próprias vivências e trajetórias formativas, com contribuições e soluções criativas para as áreas em que realizam as atividades”, contextualiza o docente. 

Na BIUNILA, bolsista atuará na Seção de Desenvolvimento de Acervo
 
Tarefas

Como o próprio nome indica, outra oportunidade propiciada pelo programa Bolsa Integração é o convívio, no ambiente de trabalho, entre discentes e servidores. Avaliado pela coordenadora da BIUNILA como fundamental, esse estreitamento de laços poderá, conforme ela, mudar a visão que estudantes possuem a respeito das várias unidades da Universidade. “Essa será uma maneira de o aluno vir conhecer a nossa rotina e começar a entender por que a gente tem discrepâncias, às vezes. Agora ele irá participar”, explica.

Ao todo, 45 planos de atividades foram apresentados até o momento, sendo apenas cinco na primeira fase, cujo resultado foi publicado ainda em outubro e resultou na seleção de seis bolsistas que já estão desempenhando suas atividades. Na época, em razão do baixo número de planos, atribuído ao prazo curto de submissão por parte dos servidores e de inscrição dos discentes, foi estabelecido um novo cronograma, ainda vigente, que possibilitou que mais 188 estudantes se inscrevessem.

Atualmente, dentro desta segunda chamada, os servidores estão no processo de escolha dos candidatos. O prazo final da seleção é 25 de fevereiro. Assim, a Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis poderá publicar os resultados e convocar os selecionados para que se apresentem nas unidades no começo de março. Também em março, inicia-se mais um período de submissão de planos, inscrição de discentes e posterior seleção (ver infográfico), e assim sucessivamente, em fluxo contínuo.

 Planos

Conforme Suzana, no caso da BIUNILA um dos planos prevê a participação de um estudante na execução de tarefas na Seção de Desenvolvimento de Acervo. Caberá ao selecionado apoiar a curadoria de obras raras, especiais e colecionáveis; auxiliar na higienização dos materiais; atuar na identificação de documentos raros ou históricos e aplicar técnicas de acondicionamento e arquivo para preservação dos bens. Integram ainda a lista de atividades a aplicação de técnicas de restauração e a organização das estantes com as doações e o isolamento, em bolsas plásticas, dos materiais danificados para posterior restauração. Antes de qualquer execução, haverá treinamento específico.

“Vamos supor que venha um aluno de História. Ele vai notar que temos documentos escritos à mão, doados por pessoas importantes”, destaca. Segundo ela, esses documentos serão selecionados, analisados, catalogados para serem colocados à disposição do público. Entre esses materiais, estão os acervos da escritora, socióloga e militante brasileira Moema Viezzer; do especialista da Organização das Nações Unidas Milton Nogueira, e do educador paraguaio Juan Díaz Bordenave, um dos mais importantes estudiosos da comunicação da América Latina, que morreu em 2012. “O aluno vai começar a perceber que uma carta escrita à mão por uma pessoa e que foi doada à biblioteca se tornou um documento histórico. Um documento de memória. E isso serve para ele também fazer a pesquisa dele, dentro do curso e da profissão que escolheu”, avalia a coordenadora da BIUNILA.

 Troca de experiência

 Mais do que aprendizado, é importante a interação entre os diversos públicos que compõem a comunidade unileira e a troca de conhecimentos entre os servidores e os docentes. A análise é feita por Marcos de Jesus Oliveira. Segundo o coordenador do PPGIELA, “sem dúvida o Bolsa Integração é uma excelente iniciativa, pois além de proporcionar uma oportunidade de formação acadêmica e profissional para o estudante bolsista, contribui de forma decisiva para o desenvolvimento das atividades administrativas da Universidade”, contextualiza.

Uma das unidades que também receberão discentes, o Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT-UNILA), viu a chance de captar mais um membro para a equipe com o lançamento do edital do Bolsa Integração. Essa avaliação se deu, segundo Edina Dorilda de Oliveira, chefe da Divisão de Inovação Tecnológica e Fundação de Apoio da UNILA, em razão de a unidade já possuir bolsistas – dois da Fundação Araucária, dois técnicos de nível superior e dois de iniciação tecnológica – e os servidores considerarem a atuação destes como uma oportunidade para ambos os lados. “Para o bolsista, porque vai ter novos aprendizados, até colocar em prática o que ele já aprendeu, e para a equipe do NIT, que aprende com conhecimentos que o bolsista tem, ao compartilhar vivências pessoais e acadêmicas”, avalia.

Segundo Edina, o edital do Bolsa Integração trouxe diversas linhas de atuação e a de inclusão digital e comunicação se encaixou justamente no gargalo que o NIT possui atualmente, que é o de melhorar a presença digital. “Nós ainda não conseguimos trabalhar esse eixo”, comenta. 

No NIT, caberá ao discente escolhido executar atividades ligadas ao fortalecimento da imagem do Núcleo no que diz respeito à produção e manutenção digital. A intenção é fazer com que toda a gama de atividades desenvolvidas, na área de inovação, empreendedorismo e das fundações de apoio, seja divulgada por meio de redes sociais e até mesmo em canais como o La Semana Unilera já que, em razão da grande demanda de trabalhos, os servidores e bolsistas atuais não conseguem muitas vezes solicitar um chamado para que seja veiculado no informativo. “A gente espera que, com a chegada do bolsista, ele consiga atender essa demanda reprimida. Cuidar das mídias, ou até mesmo fazer um cartaz, coisas básicas, mas que demandam tempo”, encerra.

 Recursos

O programa Bolsa Integração foi criado para proporcionar qualificação aos alunos. Por meio da ação, eles são inseridos nas rotinas da administração pública e recebem um aporte mensal de R$ 700, o que melhora as condições de manutenção destes na instituição.