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Revistas científicas terão novo espaço para a promoção de pesquisas realizadas na UNILA

A Política de Periódicos Científicos já está em vigor e prevê a criação de um Portal Institucional de Publicações
publicado: 04/11/2021 13h51, última modificação: 04/11/2021 13h51

O Conselho Universitário (CONSUN) aprovou, recentemente, a Política de Periódicos Científicos da UNILA (Resolução CONSUN 26/2021), cuja proposta é aprimorar a qualidade e a visibilidade das publicações científicas que tenham periodicidade definida e que sejam editadas ou produzidas no âmbito da Universidade. Com a aplicação da Política, pretende-se normatizar os procedimentos para criação, inclusão e permanência dessas publicações no futuro Portal Institucional de Publicações, que está em elaboração.

São consideradas periódicos científicos institucionalmente vinculados à UNILA as publicações seriadas (numéricas e/ou cronológicas) de artigos, norteadas pela qualidade científica, periodicidade e originalidade, e legitimamente identificadas por meio do Número Internacional Normalizado das Publicações em Série (International Standard Serial Number - ISSN).

O pró-reitor adjunto da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (PRPPG), Márcio Goes, vê a iniciativa de aplicação da Política de Periódicos como de grande importância para a instituição. “Entendemos que é um desafio a implementação da Política, mas acreditamos que, com o apoio do corpo editorial das atuais revistas e de outros setores da instituição, possamos colocar a UNILA em um novo cenário para a divulgação da pesquisa, da extensão e do ensino”, afirma.

A atuação conjunta da PRPPG com a Pró-Reitoria de Extensão (PROEX) permitirá que essas áreas deem suporte e apoio financeiro para as revistas que estiverem adequadas à Política de Periódicos. E, ao incentivar a criação do novo Portal Institucional de Publicações, pretende-se auxiliar a produção científica da Universidade. “A ideia é que o site possa trazer mais dinamismo e facilidade para os editores das revistas e para os colaboradores interessados em divulgar seus trabalhos”, analisa Goes.

Desafio para as revistas científicas

Um levantamento realizado pelas áreas envolvidas neste projeto apontou que, atualmente, existem cerca de 12 revistas científicas produzidas na UNILA, mas que parte delas não apresenta publicações periódicas ou está descontinuada. “Esperamos que a Política possa motivar a criação de novas revistas ou que, eventualmente, algumas de nossas revistas que estejam em uma situação de descontinuidade possam renascer”, aposta ele. 

Ele ressalta, também, que um dos pontos a ser incentivado pela Política de Periódicos é que as revistas possam ser indexadas em sistema de reconhecimento nacional e internacional. “Esse processo de indexação não é muito simples e requer uma série de obrigações, tais como publicações periódicas, corpo editorial de excelência, conjunto de assessores ad hoc com experiência. Assim, almejamos conseguir dar apoio financeiro às revistas e tentar diminuir a carga sobre os responsáveis por essas publicações”, afirma Goes. 

Para o editor da revista Orbis Latina, Gilson de Oliveira, responsável pela iniciativa mais antiga da UNILA, a Política recém-lançada é essencial para apoiar novos periódicos e para ajudar os existentes a manter a qualidade e conseguir figurar nas plataformas internacionais de avaliação, assim como para obter registros necessários que cobrem taxas por artigo publicado. “Espera-se que, com a nova política, os editores possam ter recursos para contratar serviços de revisão, tradução, editoração e outros que são necessários para os periódicos ampliarem seus conceitos nos diversos sistemas de avaliação”, pontua.

Comitê de Acompanhamento

O cumprimento da Política será monitorado pelo Comitê Institucional de Acompanhamento de Periódicos Científicos (CIAPEC), instituído pela Resolução CONSUN 27/2021 e em processo de nomeação. Farão parte deste Comitê integrantes de diversas áreas, entre elas a PRPPG, a PROEX, a Biblioteca Latino-Americana, a EDUNILA, a Secretaria de Comunicação Social, além de três representantes dos editores de periódicos científicos da UNILA. O CIAPEC terá funções normativa, consultiva e deliberativa. 

Entre as funções do Comitê está a de qualificar permanentemente os periódicos conforme critérios estabelecidos pelo Qualis/Capes, que é o conjunto de procedimentos utilizados para avaliar a produção científica desenvolvida pelos programas de pós-graduação em nível stricto sensu (mestrado e doutorado). Também caberá ao Comitê decidir sobre o credenciamento e a exclusão de periódicos científicos no Portal de Publicações da UNILA. 

Outro ponto importante referente ao Comitê será a aprovação de projetos técnico-financeiros apresentados pelos editores contemplados com recursos provenientes de editais e chamadas internas. Além disso, o CIAPEC será responsável por aprovar parecer técnico sobre processos, contratos ou convênios de coedição, que envolvam periódicos científicos da UNILA com qualquer editora ou instituição externa. O CIAPEC terá mandato de 12 meses.

Experiências passadas e perspectivas de mudança

“Criar, publicar e manter a periodicidade de uma revista científica sem apoio e recursos é uma tarefa hercúlea que não deve ser assumida por grupos de pesquisa, por docentes pesquisadores e/ou por discentes, sem a ajuda da instituição”, defende Gilson. Para ele, divulgar o conhecimento e a produção científica é um dos deveres da Universidade. Por isso, a Política de Periódicos da UNILA chega em boa hora e pode ajudar a consolidar a pesquisa e os programas de pós-graduação da instituição.

Ele diz que ainda não houve manifestação dos editores de publicações científicas para indicar seus representantes, mas que se coloca à disposição para representar a Orbis Latina, publicação que teve início em 2011, sendo a primeira dessa natureza na UNILA. Ele conta um pouco a história da revista, que nasceu dentro do Grupo de Pesquisa em Racionalidades, Desenvolvimento e Fronteiras (GIRA):

“A princípio, organizamos o número de lançamento para novembro daquele ano, apenas com trabalhos dos membros do Grupo de Pesquisa e de alguns docentes convidados. Após o primeiro número concluído, buscamos apoio na UNILA para hospedar a revista no site institucional, mas, infelizmente, como não havia política de apoio, nosso pedido não foi acatado pela Reitoria da época. Na condição de editor e com o apoio de demais integrantes do GIRA, resolvemos publicar a revista em plataformas de sites gratuitos, pagando as taxas de cadastro no ISSN”, explica ele.

Gilson conta que o apoio da UNILA ocorreu em 2013, quando a revista foi transformada em projeto de extensão e, assim, foi possível convocar bolsistas para ajudar na transferência da publicação para a plataforma OJS. A Revista Orbis Latina passou a contar com o reconhecimento institucional, e a periodicidade passou a ser semestral, com a publicação de dois números regulares por ano, a partir de 2015. Com a implantação do Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas e Desenvolvimento na UNILA, a publicação foi anexada ao mestrado, o que ajudou na divulgação da revista entre os programas de pós-graduação da área em todo o Brasil. “Isso ajudou a aumentar o fluxo de artigos para a revista, que, além de vários números temáticos (dossiês), tem conseguido manter a periodicidade de publicação planejada”, comemora.