Extensão
"Vivendo livros latino-americanos" inaugura biblioteca em escola pública do Paraguai
O projeto de extensão “Vivendo livros latino-americanos na Tríplice Fronteira” inaugurou a biblioteca da Escuela San Agustin, na cidade vizinha de Ciudad del Este. A inauguração ocorreu após um processo que vai além da construção do espaço, mas que envolveu também a catalogação do acervo já existente, a aquisição de novos livros e um processo de formação pedagógica para leitura no ambiente escolar. Esta é a segunda biblioteca inaugurada pelo projeto. Em março de 2017, foi entregue para a comunidade a biblioteca da Escola Municipal Brigadeiro Antonio de Sampaio, localizada na zona rural de Foz do Iguaçu. O plano é de expandir o projeto também para Puerto Iguazú, no ano que vem.
O trabalho na escola de Ciudad del Este tem, entre seus desafios, as diferenças culturais, linguísticas e de infraestrutura da comunidade em que a escola está inserida. Conforme a coordenadora do projeto, professora Mariana Cortez, lidar com duas línguas diferentes – o espanhol e o guarani – trouxe a necessidade de incluir obras em guarani, consolidando a proposta de uma biblioteca intercultural. Outro desafio foi o de mobilizar a comunidade da escola e de seu entorno para apropriar-se do espaço – ação que será potencializada com as atividades pedagógicas que estão sendo desenvolvidas semanalmente por alunos e docentes da UNILA.
O projeto pretende propor mudanças continuadas no processo pedagógico de ensino, ao incluir a leitura e a literatura como atividades cotidianas das escolas. “A ideia da contação é sempre partir de um livro. Trabalhamos em cima da teoria basicamente de que a leitura em voz alta e compartilhada acaba desenvolvendo a expressão oral nas crianças. As histórias são contadas de forma que as crianças comecem a criar argumentos e desenvolver a reflexão posterior à história e antecipações”, explica Mariana Cortez, docente de Línguas da UNILA. Ela relata ainda que, nesse processo, percebe-se que as leituras trabalham muito com as referências dos alunos. “As obras que a gente escolhe trazem muitas memórias dos estudantes, o que eles estão passando, e mexe muito com suas histórias de vida. E é por aí que a gente vai”, ressalta.
Projeto na Região Trinacional
A criação de espaços destinados aos livros dos anos iniciais do ensino fundamental, nas três cidades fronteiriças, é uma das etapas do projeto “Vivendo livros latino-americanos na Tríplice Fronteira”, que reúne pesquisa e extensão. A atividade começou com um trabalho de levantamento e definição das escolas que seriam foco dos trabalhos. A equipe do projeto mapeou as escolas públicas de Foz do Iguaçu, Ciudad del Este e Puerto Iguazú, e as que estavam em um contexto de maior vulnerabilidade e com pouco acesso aos bens culturais. Definidas as três escolas em cada país, iniciaram-se as tratativas de criação do projeto, contando com a atuação de membros da escola, ao disponibilizar o espaço que seria utilizado pela biblioteca.
A partir do trabalho de organização dos acervos, foram catalogados aproximadamente 1.000 livros no Brasil, 1.200 livros na Argentina e 300 livros no Paraguai. Com os acervos organizados e catalogados, realizou-se o trabalho de remodelagem dos espaços disponibilizados pelas escolas por meio de ações que envolviam a comunidade. E, uma vez pronto o espaço da biblioteca, entrou em cena o trabalho pedagógico, elaborado pela equipe do projeto, e as atividades que envolvem os docentes e discentes das escolas. As atividades na Escola Municipal Brigadeiro Antonio de Sampaio, em Foz do Iguaçu, seguem até hoje, um ano depois da entrega da biblioteca remodelada.
Saiba mais sobre o projeto e atuação em escola brasileira.