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Las Unileras - Mulheres inspiradoras

Neste Dia Internacional da Mulher, seis unileras nos contam como é ser mulher em 2021 e quem as inspiram
publicado: 08/03/2021 00h08, última modificação: 08/03/2021 12h55

Para marcar o Dia Internacional da Mulher, a Secretaria de Comunicação da UNILA, com apoio do Comitê Executivo pela Equidade de Gênero e Diversidade (CEEGED), escolheu seis mulheres  alunas, professoras, servidoras técnico-administrativas e de serviços terceirizados – para falarem sobre o que é ser mulher em 2021. São falas inspiradoras que ajudam na caminhada de todas as mulheres na busca pelo respeito, pela justiça social, reconhecimento e tratamento igualitário. Essas mulheres também foram convidadas a falar sobre outras mulheres, as que as inspiram, e sobre histórias e leituras que fortalecem a luta por direitos e melhores dias para todas e todos.

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"Ser mulher em 2021 é buscar força para levantar, para amar a mim mesma, para amar os outros e as outras mulheres, respeitar, respeitar minha voz. O maior problema das mulheres no ano em que estamos é a falta de respeito, de escuta a nossas palavras, nossos pensamentos. Também valorizar minha ancestralidade e a ancestralidade das outras mulheres, os grupos étnicos, as mulheres negras, indígenas. Ainda é mais difícil se você for uma mulher LGBT. Assim, respeitar todas as lutas desses movimentos.

Se há uma mulher que me inspira? A cada cinco dias em meu país, a Colômbia, morre um líder social. Há uma líder social, ambientalista, que luta pelos direitos humanos, pelos direitos das mulheres, Francia Márquez. Ela fala algo muito bonito: “nos queda para seguir caminando nuestro sentir, nuestro pensar y nuestro actuar desde el amor”. É um exemplo claro do que ela faz.

Uma película que posso recomendar é Angela [filme colombiano do diretor Agamenon Quinterode, com Salma Tafur]. Angela mostra essa violência histórica que vivemos."

*María de Los Angeles Cañon Machado – estudante do curso de Saúde Coletiva; afro-colombiana nascida em Bogotá.

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"Ser mulher em 2021 é ser superação. Superação diária dos próprios limites e da capacidade de adequação às dificuldades impostas pela pandemia. De repente, a vida das pessoas mudou, e a mulher, silenciosamente, foi elevada à protagonista em meio ao 'caos' de demandas profissionais e familiares. Apesar disso, sinto que hoje, mais do que nunca, as mulheres se apoiam, se solidarizam, se admiram, se congregam em relações muito menos competitivas e mais colaborativas e solidárias. Portanto, ser mulher em 2021, no individual, é superação; e no coletivo é sororidade.

Tenho várias mulheres que me inspiram em diferentes áreas da vida. Aqui vou citar apenas algumas. Destaco a bióloga cientista Rachel Louise Carson (1907-1964), cujo trabalho foi precursor da consciência ambiental contemporânea. A arquiteta Zaha Hadid (1950-2016), que se destacou mundialmente na área da construção civil graças à sua arquitetura ímpar. Malala Yousafzai (1997), jovem ativista que ganhou o prêmio Nobel da Paz por defender os direitos das mulheres. Márcia Benevenuto (1955), minha sogra, por seu reconhecido trabalho com aleitamento materno; e também conseguiu o equilíbrio entre o sucesso profissional e a dedicação à família. Minha mãe, Conceição Garcia Punhagui, porque encontrou na fé e na arte a força para lidar com a vida, testemunhando o prazer pelo trabalho e o bem que ele faz. E Maria de Nazaré, mãe de Jesus, pela sua coragem e fé em Deus.

Sugiro a série Anne with an E (2017), história de uma menina inteligente e questionadora que resiste às adversidades da vida por meio da literatura e sua capacidade imaginativa. Busca mais do que a sociedade lhe oferece, pois sabe de suas capacidades. E também sugiro O sorriso de Monalisa (2003), que trata de uma professora que consegue um emprego numa conceituada escola, porém se depara com objetivos não prioritários para a formação profissional. A professora luta contra o conservadorismo e inspira suas alunas." 

*Kátia Punhagui – docente do curso de Engenharia Civil de Infraestrutura e do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil; doutora em Arquitetura e em Engenharia da Construção Civil. 

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"Nos dias de hoje, tem mais facilidade para tudo. As mulheres hoje podem fazer coisas que antes eram só para homens. Está mais igual. Não tem mais essa de diferenciar homens e mulheres. Temos os mesmos direitos. Evoluiu bastante, mas há muito espaço a ocupar ainda. 

A tecnologia deixou tudo mais fácil. Hoje, qualquer mulher pode ganhar seu dinheiro pela internet, vendendo o que faz em casa. Ser mulher em 2021 é ser autônoma, ser independente. 

Zilda Arns me inspira pelo trabalho de ter criado a Pastoral da Criança. Era uma mulher forte, batalhadora das causas das crianças.

Com o tema da luta das mulheres, eu indico o filme Erin Brockovich - Uma Mulher de Talento. É a história de uma mãe de três filhos, trabalhando num escritório de advocacia pequeno, lutando pelo meio ambiente e pela saúde dos habitantes da cidade. Uma mulher corajosa. E isso é o que muitas mulheres estão precisando: ser corajosas."

*Edna Borges Neves – copeira da Reitoria da UNILA desde 2013 até fevereiro de 2021, sempre recebendo a todos com um cafezinho e um sorriso largo.

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"O que é ser mulher ou o que identificar com o feminino em 2021? É ainda sofrer, vivenciar situações adversas que têm muito a ver com discriminação, com preconceitos, com dupla jornada de trabalho, com desigualdades salariais em muitas atividades econômicas. Há muito que conquistar ainda, mas também comemorar conquistas. Por isso, me inspiro em mulheres que, apesar dessas situações, que muitos relacionam com características de nossas sociedades na América Latina, conseguem buscar, perseguir aquilo que desejam, que querem para si.

Gostaria de recomendar um filme que assisti há pouco tempo, que se chama Harriet e que conta a história biográfica de Harriet Tubman, que uma era uma mulher negra, escrava, que na guerra civil norte-americana conseguiu se libertar e libertar centenas de escravos negros no Sul dos Estados Unidos."

*María Alejandra Nicolás – professora do curso de Administração Pública e Políticas Públicas e do mestrado em Políticas Públicas e Desenvolvimento; doutora em Sociologia

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"Toda minha experiência de ser mulher é interceptada pelo fato de eu ser negra. Ainda em 2021, mulheres negras são atravessadas por imagens de controle do patriarcado racista e da mídia. Mulheres negras são vistas como menos confiáveis e mais agressivas. A luta diária é por autodefinição e justiça social.

Vou citar três mulheres negras que são minhas referências: Lélia Gonzalez, Sueli Carneiro e Conceição Evaristo. Como referência, cito um trecho de Sueli Carneiro: 'Para fazer diferença na vida de mulheres negras brasileiras, temos de fazer mais que simplesmente esperar por um futuro melhor. O que temos de fazer é nos organizar e nunca parar de questionar. O que temos de fazer, como sempre, é trabalhar muito'".

*Liana Genovez – médica, atua na Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (PRAE).


"Para mim, ser mulher na atualidade é ter a capacidade de poder reinventar-se, de construir soluções e construir o próprio caminho. 

A mulher que mais me inspira é minha mãe, justamente por sua capacidade de reinvenção e de construir sua própria história, por escrever sua vida em seus próprios termos, por sua força.

É muito importante escutar mulheres compositoras, mulheres intérpretes. Na América Latina há muitas mulheres que são conhecidas, como Violeta Parra, Chabuca Granda e muitas outras. Porém, gostaria de recomendar algumas colegas da UNILA, como Alicia Reyes, cantautora colombiana; Lizle Martinez, guitarrista e compositora paraguaia; e Clarissa Souza, compositora e cantora brasileira."

*María Betania Hernández  música e compositora venezuelana; egressa do mestrado Interdisciplinar em Estudos Latino-Americanos

 

Mais conteúdo 

Assista também a depoimentos de mulheres no canal da UNILA no YouTube. O primeiro vídeo estará disponível neste dia 8 de março. Os demais podem ser assistidos nas próximas segundas-feiras – será postado um por semana até o final deste mês. No canal da UNILA também está disponível a playlist Las Unileras, com capítulos da websérie Charlas, que traz entrevistas com mulheres pesquisadoras que atuam em várias áreas do conhecimento. O informativo La Semana Unilera também terá conteúdo especial neste mês de março.