Vida Universitária
Infectologista alerta que vacina é única forma efetiva de prevenção contra o sarampo
Em setembro de 2016, o Brasil comemorava a erradicação do sarampo em seu território, segundo atestava um certificado entregue pela Organização Pan-Americana de Saúde. Três anos depois, a doença voltou a ser registrada no país. Atualmente, são 4.476 casos de sarampo confirmados no Brasil, segundo o boletim epidemiológico publicado na última semana pelo Ministério da Saúde. No Paraná, já são 13 casos confirmados e 147 casos em investigação. As causas da retomada da doença e as formas de prevenção foram temas do programa Estação InnovaCities da última quinta-feira (26). O programa – que nas quintas-feiras aborda pesquisas e ações desenvolvidas pela UNILA – contou com a participação da médica infectologista e docente do curso de Medicina, Flávia Trench.
Flávia explicou que a causa da volta da doença é a diminuição dos índices de vacinação contra o sarampo. “Para que um país seja considerado livre da doença, o índice de vacinação deve ser de 95% da população-alvo. Atualmente, esse índice está em 80%. O que estamos vendo são muitos jovens e adultos que não foram vacinados na infância e que estão adoecendo e transmitindo a doença para outras pessoas”, explica a médica infectologista, que lembrou que já foram identificadas três mortes por sarampo no Brasil: um homem de 42 anos e dois bebês, de 4 e 9 meses.
A única forma de prevenção contra o sarampo é a vacina, que é gratuita e está disponível, permanentemente, nas unidades de saúde. A vacina tetraviral – que além do sarampo protege contra caxumba, rubéola e varicela – é aplicada em duas doses, com intervalo mínimo de um mês, em crianças de 15 meses a 4 anos. Em decorrência do aumento de casos da doença, atualmente a vacina também está sendo aplicada em todas as crianças de seis meses a 1 ano. Já a vacina tríplice viral – sarampo, caxumba e rubéola – está disponível nas Unidades Básicas de Saúde para pessoas de 4 a 49 anos.
“O sarampo é de facílima transmissão; e as pessoas transmitem, em geral, de 3 a 6 dias antes de ter sintoma evidente. Por outro lado, existem pessoas que, devido a algumas doenças, não podem ser vacinadas. Então quando a gente se vacina, a gente está fazendo um ato de solidariedade e ajudando a proteger pessoas com câncer, com leucemia, transplantados ou qualquer paciente que faça algum tratamento com imunossupressor”, salientou Flávia Trench.
Os programas da UNILA no Estação InnovaCities são transmitidos às quintas-feiras, das 10h às 11h, na Rádio RCI 1320 AM e pelo Facebook da UNILA.
Confira a entrevista na íntegra: