Estudantes ganham prêmio internacional com foco na solução de desafios climáticos

Qual a energia que te move? O que você faria para tentar mudar a realidade à sua volta na busca por solução energética mais limpa e sustentável? Estudantes da UNILA que integram o Observatório Latino-Americano de Geopolítica Energética empreenderam um projeto de instalação de painéis solares que alimentam um sistema de internet via satélite para ser compartilhado pela comunidade isolada na Amazônia peruana de Alto Mishagua, localizada em Megantoni, Departamento de Cusco. Esse é o fio condutor que mobilizou o grupo de estudantes e egressos de cursos de áreas distintas, como Relações Internacionais, Desenvolvimento Rural e Energia e Sustentabilidade.

Roxana Borda Maman é moradora da comunidade e idealizadora do projeto

A ideia do projeto Aylluq Q'anchaynin – que na língua quéchua significa “A energia da comunidade” – surgiu da necessidade dos estudantes de instalar painéis solares com o objetivo de fornecer acesso à eletricidade e à internet via satélite, por meio de um sistema fotovoltaico, que será compartilhado por toda a comunidade. Em sua primeira fase, concluída no mês de agosto, a equipe contou com o apoio do Programa Student Energy Guided Projects, em parceria com a Light Up the World.

A iniciativa foi reconhecida pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento e pelo Ministério das Relações Exteriores da Itália, no mês de outubro, rendendo para a equipe um prêmio no valor de 20 mil dólares que será empregado na segunda fase do projeto para eletrificação daquela comunidade. O aporte do prêmio recebido permitirá levar a eletricidade por meio da energia solar a cada uma das 40 residências da comunidade, consolidando o impacto positivo e duradouro do projeto na vida dos habitantes locais.

“A comunidade não dispõe atualmente de nenhuma fonte confiável de energia. Somente aqueles que podem arcar com o alto custo da gasolina para os geradores têm eletricidade, mas apenas por algumas horas à noite, antes que ela acabe”, conta a estudante Roxana Borda Maman, que é moradora da comunidade e estudante do curso de Desenvolvimento Rural e Segurança Alimentar da UNILA.

Não ter acesso a energia elétrica foi a motivação que a impulsionou a fazer a instalação de painéis para poder continuar os estudos e ao mesmo tempo estar conectada. Ela explica que a proposta é que o sistema forneça energia 24 horas por dia para todos os dispositivos usados na escola da comunidade e um sistema de internet para dar acesso onde não haveria outra forma de o sinal chegar. Enquanto todo o sistema é instalado, as atividades da escola, que ainda está em fase de construção, estão acontecendo na casa de sua mãe.

Uma experiência internacional

O egresso do curso de Engenharia Química, Osman Cesar Granada, representou toda a equipe no evento realizado em Roma, participando ao lado de jovens finalistas de 70 países. Naquele momento, eles expuseram soluções para desafios climáticos em suas respectivas comunidades. Ele conta que participou de importantes sessões do evento e que também teve oportunidade de fazer networking e conhecer inúmeras propostas para abordar as questões sobre o tema que envolvia o projeto apresentado, além de perceber como é inspirador ver jovens do mundo todo demonstrando seus esforços na luta contra as alterações climáticas.

O estudante Osmar Granada apresentou o projeto na Itália

“Adorei conhecer tantas pessoas apaixonadas por impulsionar a ação climática e criar um futuro mais sustentável.  Estou entusiasmado por aplicar o que aprendi e fazer a minha parte para proteger esta casa a que chamamos planeta terra. Juntos podemos fazer a diferença!”, diz o jovem cientista.

Também integram a equipe os estudantes de Relações Internacionais e Integração, Vitor Rissatti e Yanderi Fernandez; a egressa do Mestrado Interdisciplinar em Energia e Sustentabilidade, Icoana Laís Martins; e a cofundadora do Observatório, Joice Mendez.

O Youth4Climate é uma iniciativa global criada pelo Governo da Itália e pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), com o apoio do Banco Mundial e da Connect4Climate. A iniciativa busca capacitar os jovens a se tornarem líderes em mudanças climáticas, trabalhando juntos por um futuro equitativo, sustentável e resiliente.