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EDUNILA lança mais dois livros digitais e gratuitos
Estão disponíveis para download gratuito mais dois livros publicados pela Editora Universitária da UNILA (EDUNILA): "Imagem e memória dos Avá-Guarani paranaenses" (baixe em pdf), que terá lançamento on-line nesta quinta-feira (10), e “Por um ensino insurgente em Arquitetura e Urbanismo” (baixe em pdf).
A mudança do modo de vida do povo Guarani no Oeste do Paraná, a partir da construção da Usina de Itaipu, é contada no livro "Imagem e memória dos Avá-Guarani paranaenses". Cassemiro Karai Verá Poty Pereira Centurião, um dos autores, vivia no Tekoha Jacutinga, mas teve de sair do local, inundado pelas águas do lago de Itaipu. Ele e a família foram transferidos para o Ocoy, em São Miguel do Iguaçu, e lá vivem até hoje. “Então a vinda pra esse lugar foi sem querer, fomos obrigados a vir pra cá, nós queria ficar na nossa terra. Não fomos nós que escolhemos esse lugar, naquele momento não tinha opção”, conta na apresentação da obra.
O livro, destinado a quem pretende entender o que aconteceu com os guaranis que viviam na região, afeta diretamente a comunidade indígena, principalmente os mais jovens, que desconhecem seu passado, e aviva a memória da geração que viveu o processo de expulsão de suas terras. O livro também traz uma série de fotografias, integrantes do acervo do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) e que registram a vida dos guaranis nos Tekohas ao longo das décadas de 1980 e 1990. “A gente sempre contou essa história, nunca esquecemos dela, mas agora tem as fotografias para confirmar. Essas fotografias mexeram muito com as pessoas, porque várias pessoas que aparecem nas fotos já morreram, muitos lugares não existem mais”, escreve Centurião, que divide a autoria do livro com Simão Tupã Retã Vilialva e Teodoro Tupã Alves.
O livro nasceu a partir das atividades da Comissão Guarani da Verdade, criada para revelar as violações sofridas no período de 1946 a 1988, reunindo, além das fotografias, documentos e narrativas. O livro é organizado pelo professor de História das Sociedades Indígenas na América Latina na UNILA, Clovis Antonio Brighenti, e pela integrante do Cimi e mestranda do Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Estudos Latino-Americanos (PPG-IELA), Osmarina de Oliveira.
O livro terá lançamento on-line, nesta quinta-feira (10), às 15h. Interessados podem participar acessando https://meet.google.com/ycv-irxu-xwo.
Novos caminhos para a arquitetura
O livro “Por um ensino insurgente em Arquitetura e Urbanismo”, organizado pelos professores Andréia Moassab e Leo Name, ambos do curso de Arquitetura e Urbanismo da UNILA, reúne, em 370 páginas, artigos de pesquisadores oriundos de diferentes instituições do Brasil e também da Colômbia e Argentina, e que valorizam caminhos alternativos "à geopolítica do conhecimento arquitetônico e urbanístico vigente". O objetivo é discutir o ensino de arquitetura e urbanismo sob a perspectiva das ciências sociais, fundamental, segundo os organizadores, para pensar o ensino de arquitetura e urbanismo para o século 21. “O ensino na área vem sendo conduzido [...] pela colonialidade do saber. Sabe-se, afinal, que as escolas de arquitetura e urbanismo, particularmente no Brasil, pouco debatem, por exemplo, a produção arquitetônica do continente latino-americano ou a sua herança construtiva e de ocupação espacial indígena e africana”, escrevem os organizadores na apresentação da obra.
O livro está dividido em cinco partes, totalizando 19 capítulos: Perspectivas críticas, projetos pedagógicos e conteúdos de formação; representação, representatividade e produção de sentidos; estratégias para o ensino de projetos; tecnologias, trabalho e canteiro; paisagens e paisagismos críticos.
“Acreditamos que os artigos aqui reunidos fazem um duplo exercício: por um lado, tensionam a literatura e demais saberes hegemônicos e consagrados, dirigindo-lhes perguntas incômodas ou inquietações e, no mais das vezes, trazendo-os para o contexto da América Latina. Além disso, conjugam de forma não hierárquica tais saberes com outros comumente desprezados, de modo a produzir e legitimar conhecimentos que transcendam preceitos e preconceitos estabelecidos no campo disciplinar de arquitetura e urbanismo”, escrevem Moassab e Name.