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Ensino

Atividades do curso de Relações Internacionais e Integração rompem a barreira da Universidade

Na disciplina de Teoria Política Contemporânea estudantes executaram projetos voltados para a comunidade sobre a Agenda 2030
publicado: 05/04/2022 10h36, última modificação: 05/04/2022 10h42

O final do semestre letivo é o momento em que discentes apresentam projetos, pesquisas e artigos finais das disciplinas dos cursos de graduação. Em algumas matérias em que as Metodologias Ativas são privilegiadas, também é o momento de se surpreender com as possibilidades que os alunos encontram para aplicar os conhecimentos adquiridos em sala de aula.

Na disciplina de Teoria Política Contemporânea, do curso de Relações Internacionais e Integração da UNILA, os estudantes foram desafiados a desenvolverem projetos voltados para a comunidade e relacionados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 das Nações Unidas. “A temática e o projeto ficaram à livre escolha dos alunos e das alunas. O objetivo era que os discentes conseguissem estabelecer relações entre a Agenda da ONU e os temas que nós estudamos”, relatou a professora Renata Peixoto de Oliveira, que ministrou a disciplina.

O resultado foram trabalhos em diferentes plataformas, que trouxeram um olhar inovador sobre o tema, ao mesmo tempo que contribuíram para democratizar o acesso às informações sobre os ODS. “Esse tipo de atividade nos permite pensar que a Educação é algo para a vida e que, antes de fornecer as bases conceituais de uma área como a Ciência Política, precisamos formar cidadãos e cidadãs para um mundo melhor. Este é o papel da educação pública, gratuita e de qualidade”, salienta.

Trabalho da estudante Adriana Lopez realizado em Bogotá
Mão na massa  

As aulas do semestre  que finalizou no dia 26 de março  ainda foram realizadas no formato remoto. Com isso, alguns discentes internacionais estavam em seus países de origem, o que permitiu executarem ações na disciplina voltadas para suas comunidades. A discente Adriana Lopez, por exemplo, organizou uma oficina sobre compostagem na região do Humedal, uma área verde de Bogotá, na Colômbia, criada para manter a umidade relativa do ar na capital colombiana.

A aluna ainda coordenou uma atividade de círculo da palavra com a população local, para compreender o papel da cidadania e as possibilidades da democracia participativa diante dos problemas ambientais na região metropolitana de Bogotá e dos problemas políticos enfrentados pelo país.

Jessica Ortigoza, Fernanda Wakayama e Hevelyn Ghizzi são as criadoras do projeto @poliglotizeJá o grupo formado pelas discentes Fernanda Wakayama, Hevelyn Ghizzi e Jessica Ortigoza desenvolvia, desde abril de 2020, o projeto @poliglotize, um espaço para democratizar o acesso aos estudos de línguas no Brasil. Elas aproveitaram o perfil do projeto para lançar um desafio aos seguidores. “O Projeto Poliglotize propôs diversas atividades que pudessem ser executadas no cotidiano das pessoas, para que estas criassem hábitos saudáveis e compatíveis com a meta global e que individualmente buscassem seguir por uma via mais sustentável. Logo, a importância de debater esses temas se reflete na participação popular e na conscientização plena dos acontecimentos globais e da necessidade de mudança”, contou Fernanda.

Outra proposta que surgiu na disciplina foi o podcast “Tudo em um minuto”, que contextualiza os 17 objetivos da Agenda 2030 de forma objetiva, didática e acessível ao público. “Pensamos na criação do podcast como algo didático e de fácil entendimento. Então, para não ficar muito longo, decidimos um minuto como teto, e assim surgiu o nome. Acredito que um podcast pode ser algo muito democrático, principalmente quando se tem a facilidade de postá-lo em diversas plataformas. A junção disso, com o fato de ser um podcast legal e rápido de escutar, ajuda muito na divulgação dos ODS, principalmente porque usamos uma linguagem menos acadêmica possível”, disse Alice Vazarin Perez, responsável pelo “Tudo em um minuto” com as colegas Heloise Reis Ventura, Julia Montezini da Silva e Maria Eduarda Souza Martins.

Entre outros projetos apresentados na disciplina de Teoria Política Contemporânea estão o site ODS 7 e a América Latina, sobre temas relacionados a energia sustentável; e a cartilha Vozes, Lutas e Empoderamento, que demarca momentos importantes da luta feminista. Um grupo de alunos também ingressou em uma plataforma de voluntariado, para executar uma ação voltada ao bem-estar de pessoas idosas. Outra proposta vinculada ao perfil do curso de Relações Internacionais e Integração foi um projeto com simulações das Nações Unidas para crianças em idade escolar, além da iniciativa "Science boot camp for girls", que visa estimular a participação de meninas na área das ciências exatas, principalmente.


Metodologias Ativas

Podcast “Tudo em um minuto” contextualiza os 17 objetivos da Agenda 2030, de forma objetiva, didática e acessível ao públicoAs metodologias ativas são uma nova forma de pensar o ensino tradicional, colocando o aluno como protagonista do processo de ensino e aprendizagem. “As salas de aula precisam se adequar aos novos tempos, às novas tecnologias, e também romper com alguns padrões muito tradicionais, em que o papel do professor é depositar conteúdos e o papel do aluno é apenas receber informações. As metodologias ativas vêm para questionar isso, para promover a participação de todos os envolvidos. É uma visão coletiva”, explicou a professora Renata de Oliveira. Segundo a docente, as aulas que se baseiam nessas metodologias são menos expositivas, mais dinâmicas e interativas, trazendo novas ferramentas e facilitando diálogos interdisciplinares.