Institucional
“A UNILA é a revolução que eu quero para a América Latina”, diz Lula durante posse da nova reitora
Em discurso improvisado, Lula relembrou a criação da UNILA em seu primeiro mandato
Treze anos depois da histórica aula inaugural da UNILA, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva retornou à Universidade nesta terça-feira (04) para a solenidade de posse da reitora Diana Araujo Pereira. Diante de integrantes da comunidade acadêmica, autoridades e representantes de movimentos sociais, Lula relembrou o que levou a criação da UNILA em seu primeiro mandato e reiterou a importância da instituição para a integração latino-americana. “Esta Universidade aqui é a revolução que eu quero para a América Latina”, declarou.
Em seu discurso, o Presidente reforçou que o investimento em educação é essencial para o desenvolvimento econômico, cultural e social de qualquer nação. “Quanto melhor for a educação, mais a sociedade será forte, avançada, mais fraterna e mais humanista que é o que estamos tanto precisando nesse país. Foi por isso que eu tomei a decisão de fazer a universidade latino-americana, porque precisamos adquirir essa consciência como nação”, disse Lula em um discurso improvisado.
Logo após a assinatura da posse, a reitora Diana Araujo Pereira também reforçou que a UNILA é uma peça-chave para a consolidação de uma política de integração regional baseada na cooperação e na solidariedade. Hoje, a Universidade conta com estudantes de 36 nacionalidades, incluindo alunos de toda a América Latina e do Caribe, indígenas de diversas nações e estudantes refugiados de países da África e da Ásia. “É desse laboratório da diversidade que precisam emergir novas perspectivas, novas teorias, conceitos, premissas e narrativas que deem conta da formação histórica complexa que nos define. É neste laboratório da diversidade que precisamos praticar a democracia. A convivência intercultural é condição imprescindível para a convivência democrática”, disse.
A professora Diana – que é a segunda reitora eleita e primeira mulher a comandar a UNILA – falou ainda sobre o
que significa ser uma universidade sem fronteiras. “Somos capazes de pensar do chão que pisamos, da nossa terra vermelha, indígena, negra e migrante. Precisamos ser grandes, para conseguir mediar as diferenças, combater as profundas e históricas desigualdades econômicas, raciais e de gênero, e fomentar a união entre os povos latino-americanos e caribenhos”, salientou.O termo de posse foi assinado pela reitora Diana e pelo ministro da Educação Camilo Santana. Santana também destacou o papel desempenhado pela UNILA na Região e disse que a Universidade “é de fato a integração dos países latino-americanos e a certeza da integração cultural e política dos países da América Latina de do Caribe”.
Emoção tomou conta dos estudantes durante solenidade
No palco, além das autoridades – como o vice-reitor Rodne Lima, a primeira dama Janja Lula da Silva, e o prefeito de Foz do Iguaçu, Chico Brasileiro – estudantes da UNILA acompanharam a solenidade de perto. E foram eles, os alunos, que proporcionaram os momentos mais emocionantes do evento.
Jovana Schmidt, aluna de Antropologia, discursou no evento em nome dos alunos brasileiros e contou que é a primeira mulher a finalizar um curso superior da sua família. “Eu tenho um recado para os unileiros: é tempo de esperançar. Temos um novo governo e nós elegemos uma nova reitoria, aprovamos o Passe Livre Estudantil e, em breve, teremos uma nova estrutura. Chegou a nossa vez de sonhar!”, disse.
Jovana e o estudante haitiano Roldy Julien entregaram uma camiseta do mascote da UNILA, a capivara, para o presidente Lula. “Sou um menino preto que vem de um país pobre e, hoje, estive no mesmo palco da pessoa mais importante da América Latina, que é o presidente da República. Esta Universidade consegue transformar desespero em alegria, escuridão em luz. Um dia seremos profissionais competentes e, quem sabe, lideranças em nossos países de origem”, contou Roldy, muito emocionado, após o evento.
O discente cubano Yordanis Urrita falou em nome dos 1.400 estudantes internacionais da UNILA: “São estudantes inteligentes e corajosos que apostam e aspiram por uma sociedade mais justa, livre e equitativa. São estudantes que precisam ser ouvidos, atendidos, protegidos e respeitados. São estudantes que apostaram em uma verdadeira integração latino-americana e que hoje nos encontramos aqui”.
Para o aluno, a diversidade da UNILA é a principal riqueza da instituição. “Essa diferença será refletida em impactos científicos, sociais e culturais, que nos ajudarão a ter uma maior visibilidade tanto a nível nacional, continental quanto mundial. Celebremos essa festa da Integração, celebremos nossa diversidade e reconheçamos o potencial que temos para construir uma América Latina unida e próspera”, comemorou o discente, que estuda Relações Internacionais e Integração.
Também subiram ao palco o estudante brasileiro Victor Emanuel, o paraguaio Matias Duarte, o venezuelano Jesús León, e a indígena Rosileia da Cruz, além dos egressos da primeira turma da UNILA, Izabela Fernandes e Francisco Denes.
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