Institucional
UNILA reajusta valores de três auxílios estudantis
Os auxílios Alimentação, Moradia e Creche terão seus valores reajustados pela UNILA a partir de julho e agosto. O reajuste foi definido em consonância com os estudantes no primeiro Orçamento Participativo conduzido pela Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (PRAE).
Os auxílios Moradia e Alimentação passam de R$ 300 para R$ 350 e começam a ser recebidos pelos estudantes a partir de julho e agosto respectivamente. O Auxílio Creche passa de R$ 250 para R$ 300, também a partir de julho. Atualmente, 1.032 estudantes recebem Auxílio Alimentação, 692 recebem o Auxílio Moradia e 44 o Auxílio Creche. Além do reajuste foi definida também a criação de um novo auxílio – o Auxílio Instalação – que terá o valor de R$ 500 e será pago aos estudantes que estiverem deixando o Alojamento.
Os recursos para a distribuição de auxílios estudantis são provenientes do Programa Nacional de Assistência Estudantil (PNAES) e do orçamento de custeio da Universidade. “Neste ano, o orçamento da assistência estudantil permitiu fazer o reajuste”, diz a pró-reitora de Assuntos Estudantis, Jorgelina Tallei.
A decisão pelo reajuste foi tomada em conjunto com os estudantes no primeiro processo de Orçamento Participativo conduzido pela PRAE, que teve início em outubro de 2021 e foi concluído neste mês. “Começamos a pensar no Orçamento Participativo em 2019, mas com a pandemia entendemos que não era possível, inclusive porque o orçamento do PNAES estava contingenciado naquele momento”, conta a pró-reitora. Em 2021, a PRAE realizou quatro reuniões com exposições sobre orçamento público, orçamento estudantil e sobre o PNAES entre outros tópicos. “Fizemos isso para que eles entendessem todo o processo, como o orçamento oscila, quais são as responsabilidades de cada setor”, diz a pró-reitora. As reuniões tiveram a participação de representantes do Diretório Estudantil Latino Americano e do Comitê Gestor do Alojamento Estudantil.
“Em 2022, com inflação e a pandemia que trouxe muitos desafios, debatemos em conjunto e entendemos que era o ano para fazer um reajuste. Também sendo uma reivindicação estudantil de muitos anos.” Para Jorgelina e a equipe da PRAE, o Orçamento Participativo foi um “processo muito bom porque foi construído junto com os estudantes e aproxima, de fato, a assistência estudantil com seu público-alvo em tomadas de decisões conjuntas”.
Permanência
Para o representante dos estudantes no Comitê de Gestão do Alojamento Estudantil, Gabriel Acássio dos Santos, o auxílio estudantil “representa a possibilidade de realizar o sonho de fazer uma faculdade dentro de um sistema em que só tem acesso aos meios educacionais, aos meios de consumo e de desenvolvimento” aqueles que têm melhor condição socioeconômica. “É uma política de resistência contra a despopularização da educação”, diz.
Lucas Azevedo, estudante do quinto semestre de Filosofia, afirma que os auxílios têm sido fundamentais para sua permanência no curso. “Se não fosse o auxílio eu não estaria aqui. E, devido a todo esse processo da pandemia, foi por conta do auxílio que eu retornei a Foz do Iguaçu, porque, se não fosse o auxílio, eu não retornaria”, conta.
Ele acredita que embora estejam aquém do ideal, os novos valores devem ser avaliados a partir da análise do contexto. “A gente vê os impactos que a pandemia causou. Hoje, como morador de Foz, a gente vê as problemáticas que existem em torno da cidade também. Então, não posso exigir muito sendo que o entorno também está prejudicado. Acredito que, mesmo sendo pouco, devido às condições, esse aumento de R$ 50 é de excelente ajuda”, avalia.
Gabriel também cita como motivos para o reajuste o contexto atual com aumento da inflação e do preço dos alimentos, especulação imobiliária e a pandemia. “Há necessidade de realizar o reajuste para estar em consonância com a conjuntura em que se encontra economia, o bolso do brasileiro, o bolso e a realidade do discente.” Ele ressalta que o auxílio é um incentivo à permanência na Universidade. “O auxílio estudantil representa a possibilidade de tornar a educação [acessível]. Ele faz com que a educação seja um direito e a coloca como prioridade”, diz.
Decisão conjunta
Para Lucas Azevedo, o Orçamento Participativo representa uma nova fase da Universidade, com maior representatividade dos estudantes. “Acho interessantíssimo a PRAE ter essa visão, estar mais próxima do entorno acadêmico, observar as relações existentes na comunidade, os problemas que os alunos enfrentam, as problemáticas da cidade. A gente se aconchega mais, se sente mais integrado”, avalia. “Eu sou bem esperançoso de que coisas irão mudar. Eu acredito que a gente está caminhando para um bom caminho e para uma boa representatividade.”
A avaliação de Gabriel dos Santos segue na mesma linha. O Orçamento Participativo, diz ele, traz mais perto da PRAE “a realidade dos discentes”. “É fornecer o espaço para existir esse diálogo. É fazer um diálogo entre a teoria e a realidade.”