Institucional
Novas publicações e participação na Feira do Livro demonstram consolidação da EDUNILA entre editoras
A Editora Universitária da UNILA (EDUNILA) lança, nos próximos dias, três novos livros resultantes de estudos desenvolvidos em países latino-americanos, como Brasil e Peru, e do continente africano, como Cabo Verde e Moçambique. Das três publicações, que levam a editora a alcançar o emblemático número de 40 obras em seu catálogo, duas em formato impresso poderão ser adquiridas já a partir da próxima semana, na 17ª Feira Internacional do Livro de Foz do Iguaçu: as traduções "Nós xs Índixs" e "Tenho AIDS, mas sou feliz". Já a terceira obra, "Territórios, cidades e identidades africanas em movimento", poderá ser baixada gratuitamente, em formato digital, na página da EDUNILA, a partir de 25 de novembro.
De autoria do dirigente social, campesino e defensor da Pachamama, Mãe Terra, Hugo Blanco Galdos, como ele mesmo se define, Nós xs Índixs foi lançada pela primeira vez em 2003. Desde então, já ganhou quatro reedições em espanhol. Na mais recente, publicada no México em 2019, adotou-se a grafia "Nosotrxs lxs Indixs", a mesma seguida pela edição em português, agora publicada pela EDUNILA. É também desta edição mexicana que os integrantes do Laboratório de Tradução da UNILA, projeto de extensão formado por alunos e professores da instituição, partiram para transpor a obra para o português.
Conhecido como Hugucha, Hugo Blanco Galdos nasceu em Cusco, Peru, em 1934, tendo iniciado sua militância na década de 1950. Porém, foi nos anos de 1960 e de 1980 que sua atuação alcançou maior projeção. Além de seu país natal, participou de movimentos em vários países da América Latina e na Suécia, onde esteve exilado. Mesmo sem ter ascendência índia direta, Hugo Blanco, segundo os responsáveis pela obra em português, “trava a luta indígena camponesa de modo incansável há praticamente seis décadas”. E é justamente "Nós xs Índixs" o grande testemunho dessa trajetória marcante.
Igualmente marcante, mas em um campo diferente, é o tema de Tenho AIDS, mas sou feliz – a subjetividade infantil, a AIDS e as respostas sociais no Brasil. Fruto de pesquisa de César Ernesto Abadía-Barrero, a obra, lançada originalmente em inglês, explora como é crescer vivendo com HIV/AIDS ou sendo afetado por estes, quando o direito à saúde dessas crianças e adolescentes são respeitados.
Professor de Antropologia e de Direitos Humanos na Universidade de Connecticut (EUA), Abadía-Barrero escreveu sua obra a partir da tese de doutorado defendida na Universidade de Harvard (EUA), em que teve a orientação do médico e antropólogo Paul Farmer, do Departamento de Medicina Social. No livro, o autor demonstra como a vida de jovens se transforma a partir do HIV/AIDS, pois, em razão de sua associação com a pobreza, as crianças e adolescentes infectados passam a receber tratamento médico, alimentação e abrigo, resultantes de conquistas do Movimento Social Brasileiro de AIDS.
Essa atenção recebida contrasta quando esse grupo é comparado àquele formado por jovens que estão em situação de rua, que têm risco de infecção, mas que não estão infectados. Nessa comparação, surge um paradoxo social, pois os que estão com HIV/AIDS, em razão do atendimento, acabam por estar em uma situação melhor se comparadas às que estão “apenas” sob o risco de infecção e não são assistidos.
Terceiro livro a ser lançado pela EDUNILA em novembro, a obra digital Territórios, cidades e identidades africanas em movimento reúne oito textos de pesquisadores brasileiros e de países do continente africano. Organizada por Andréia Moassab, professora da UNILA desde 2012, e por Marina Berthet, a publicação tem como principal fim integrar a discussão sobre modernidade ocidental capitalista e urbanização à realidade de espaços habitados no continente africano. Segundo as organizadoras, a aposta é que uma reelaboração do pensamento crítico sobre cidades africanas possa vir a contribuir na construção de soluções criativas e adequadas para os contextos dos países do Sul.
Com este fim, o livro traz, entre outros, um capítulo que explora, a partir de Cabo Verde, questões sobre identidades políticas no continente africano, que estão ligadas a tensões entre o regime colonial e a construção de uma nação independente. Por sua vez, três das autoras presentes na obra analisam aspectos relacionados à questão do espaço em Cabo Verde, em Moçambique e em São Tomé e Príncipe. A elas, se juntam pesquisas e análises sobre identidades e dinâmicas de cidades africanas como Praia, em Cabo Verde; Saint Louis, no Senegal; e Cidade do Cabo, na África do Sul, e sua relação com Malaca, na Malásia.
Feira do Livro
Além das novas obras, a EDUNILA levará todas as demais publicações impressas de seu catálogo para a Feira. Entre elas, ARARA RARA, escolhida pela Associação Brasileira das Editoras Universitárias como um dos três melhores projetos gráficos do ano. O autor deste livro, Fabio Aristimunho, oferecerá oficinas de palíndromos a professores no dia 23. Mais informações em culturafoz.pmfi.pr.gov.br.
Serviço
Nós xs Índixs, de Hugo Blanco Galdos.
Tenho AIDS, mas sou feliz – a subjetividade infantil, a AIDS e as respostas sociais no Brasil, de César Ernesto Abadía-Barrero. Disponíveis no estande da EDUNILA na 17ª Feira Internacional do Livro de Foz do Iguaçu. Aos interessados em adquirir pela internet, solicita-se entrar em contato via e-mail: editora@unila.edu.br.
Territórios, cidades e identidades africanas em movimento, organizado por Andréia Moassab e Marina Berthet. Download gratuito a partir de 25 de novembro na página da EDUNILA.