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No 11 de setembro, UNILA debate associações entre a Tríplice Fronteira e o terrorismo

Especialista da Universidade de São Paulo fará palestra nesta quarta-feira (11), às 9h, no PTI
publicado: 10/09/2019 11h07, última modificação: 10/09/2019 11h07

No dia em que o ataque ao World Trade Center completará 18 anos, nesta quarta-feira (11), um debate em Foz do Iguaçu vai abordar as conexões feitas entre a Tríplice Fronteira e o terrorismo internacional. O assunto, que ficou em evidência após a queda das Torres Gêmeas, voltou à tona desde 2018 com diversas ações focadas no Hezbollah.

Com o tema “Velhas e novas vinculações: o atual cenário político internacional e o nexo Tríplice Fronteira-Terrorismo”, o evento será às 9h, no Espaço Florestan Fernandes 3, no Parque Tecnológico Itaipu (PTI). A iniciativa é do Grupo Tríplice Fronteira e Relações Internacionais, da UNILA, em parceria com o Núcleo de Pesquisa em Relações Internacionais, da USP.

O encontro é gratuito e aberto ao público externo, mas é preciso inscrever-se pelo formulário disponível aqui. As inscrições devem ser feitas até esta terça-feira (10) – incluindo veículos de imprensa interessados na cobertura. 

Discussão emergente

A proposta do debate é ampliar o conhecimento sobre a temática, tratado no âmbito dos governos. “É importante trazer o debate para a região da Tríplice Fronteira e, felizmente, hoje podemos fazer isso por meio da atividade de pesquisa desenvolvida na UNILA”, afirmou o professor Micael Alvino da Silva, docente do Mestrado em Relações Internacionais da UNILA e especialista no assunto.

O professor fará a mediação do debate após a palestra, que será proferida pela professora Isabelle Christine Somma de Castro, pós-doutoranda do Departamento de Ciência Política da USP. Na universidade, ela coordena o projeto “A conexão entre o terrorismo internacional e a Tríplice Fronteira durante as administrações George W. Bush e Barack Obama (2001-2016)”. Desde 2018, o tema também é pesquisado pela especialista na Universidade de Columbia, nos Estados Unidos.

“A discussão sobre a suposta existência de atividade terrorista na Tríplice Fronteira transcende os limites das fronteiras dos três países que a compõem”, explicou Isabelle. Segundo a professora, as mudanças políticas que ocorreram nos últimos anos no governo norte-americano e, consequentemente, no Oriente Médio, influenciam e ainda vão influenciar diretamente as políticas em relação à região. “Para além de observadores, a comunidade local e, especialmente a acadêmica, deve participar ativamente do processo de desconstrução de narrativas que distorcem ou desviam o entendimento das reais necessidades e dinâmicas da região”, concluiu.

11 de setembro

O debate ocorre coincidentemente no dia 11 de setembro, data que ficou marcada e mudou a história dos Estados Unidos e das Relações Internacionais. Em 2001, terroristas da Al-Qaeda atingiram o World Trade Center e parte do Pentágono.

Como parte da reação internacional, o então governo de George W. Bush anunciou a Guerra ao Terror. Naquele contexto, a região da Tríplice Fronteira foi acusada pelos Estados Unidos de servir como apoio financeiro a grupos terroristas. “Ainda que setores do próprio governo americano tenham declarado desde 2005 a ausência de atividades de terrorismo [na região], desde 2018 a temática ficou novamente em evidência e com considerável força política”, destacou Micael Alvino da Silva.

De acordo com o professor, a decisão política da Argentina e do Paraguai de considerar o grupo libanês Hezbollah como organização terrorista é uma consequência desta nova fase no nexo entre terrorismo e Tríplice Fronteira. Daí a importância de ampliar a sua compreensão e debatê-la com a sociedade.