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Com projeto da UNILA, espanhol e inglês agora são disciplinas obrigatórias nas escolas municipais

Desenvolvido em parceria com a Secretaria de Educação, projeto começou em 2018; aulas já são realidade na maioria das escolas
publicado: 24/03/2023 08h01, última modificação: 24/03/2023 11h30
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Aula de espanhol na Escola Arnaldo Isidoro de Lima, em 2019

Fruto de um longo trabalho, desenvolvido por docentes e estudantes da UNILA e pela Secretaria Municipal de Educação, o ensino de espanhol e inglês nas escolas de Foz do Iguaçu passou a ser obrigatório com a Lei nº 5.215, sancionada pelo prefeito Chico Brasileiro na última semana.

A atuação da UNILA foi fundamental para a edição desta lei. Desde 2018, a partir de uma demanda da Secretaria de Educação e a assinatura de um convênio, vem sendo desenvolvido um projeto com o objetivo de buscar a formação dos professores municipais em ensino de línguas adicionais, a formação intercultural – promovendo a diversidade de línguas e culturas – e a implementação de espanhol e inglês nas escolas.

“Para mim, foi um momento muito importante porque eu senti a realização da UNILA em sua missão: o bilinguismo, a interculturalidade e a integração. Essas três pontas culminaram na assinatura dessa lei”, diz a docente da área de Letras – linguística e coordenadora do projeto Jorgelina Tallei. “Foi um trabalho conjunto de muitas pessoas sendo finalizado com êxito.”

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Aula de espanhol na Escola Arnaldo Isidoro de Lima, em 2019

línguas_3.jpegA primeira ação do projeto foi o desenvolvimento de um projeto-piloto, ainda em 2019, em duas escolas municipais: Arnaldo Isidoro de Lima, localizada na Vila C, com aulas de espanhol; e a Írio Manganelli, no Morumbi, com aulas de inglês. Também foram realizadas ações, por meio de projetos de extensão, para a formação dos professores do município, sensibilização para as duas línguas e acolhimento.

Hoje, as aulas de espanhol são ofertadas para alunos do 1º ao 3º ano nas escolas de tempo integral Gabriela Mistral, Jardim Naipi e Parigot de Souza, e no Centro Escola Bairro Érico Veríssimo. As aulas de inglês são ofertadas no contraturno escolar para todos os alunos do 5º ano das 50 escolas municipais e para os alunos do 4º ano nas três escolas de período integral, de jornada ampliada e centros de convivência escola-bairro.

A lei

Paralelamente à realização das ações junto às escolas, em 2020, a coordenação do projeto e docentes começaram a discutir com a Câmara de Vereadores a possibilidade de apresentação de uma lei que pudesse transformar em obrigatoriedade o ensino das duas línguas. O vereador Adnan El Sayed apresentou o projeto de lei em 2022 e a votação no plenário da Câmara aconteceu em fevereiro passado, com a presença de representantes da UNILA. O projeto foi aprovado por unanimidade.

Além de Jorgelina e Adnan El Sayed, participaram da solenidade de sanção da lei pelo prefeito Chico Brasileiro a secretária da Educação, Maria Justina da Silva, e o reitor da UNILA, Gleisson Brito. “Vivemos numa região de fronteira onde o ensino desses idiomas é essencial e temos a obrigação de ofertar possibilidades às crianças. É papel da escola proporcionar o crescimento e o desenvolvimento intelectual dos alunos”, disse o prefeito. Para o vereador Adnan, a lei “é um sonho que se concretiza aos poucos”. “Com essa institucionalização, o projeto será mantido no futuro. Qualquer prefeito deverá manter o ensino do inglês e do espanhol.”

A sanção da lei era um dos objetivos do projeto, que agora continua a ser desenvolvido, principalmente, em relação à sensibilização das línguas e ao acolhimento. Duas das ações que estão começando agora, de acordo com Jorgelina, são a formação linguística dos professores municipais e o levantamento de dados de alunos imigrantes da rede.

Penso que a língua é
um fator fundamental
para o acolhimento inicial
de qualquer cidadão

Jorgelina Tallei

Ela lembra que um levantamento, realizado em 2019, mostrou que o município tem vários professores formados em espanhol e inglês, disciplinas que já haviam sido ofertadas anteriormente, mas acabaram retiradas dos componentes curriculares. “Na verdade, o que o projeto fez foi resgatar uma prática que tinha sido esquecida”, destaca a coordenadora.

Para Jorgelina, o aprendizado de novas línguas é mais que uma formação educacional. “Penso que a língua é um fator fundamental para o acolhimento inicial de qualquer cidadão. A língua, como um fator de cidadania, nos possibilita ser nós mesmos”, analisa.

O projeto desenvolvido junto às escolas faz parte do Programa Agenda Tríplice – programa institucional da UNILA que apoia projetos sobre temas prioritários para a Tríplice Fronteira – e, em seu início, contou também com docentes e estudantes da Unioeste.

(Com informações da Agência Municipal de Notícias) 

 

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