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No dia mundial do Alzheimer, cientista antecipa progresso na pesquisa com tratamento de THC

Nesta terça-feira, 21, o dia mundial do Alzheimer foi motivo para pesquisadores brasileiros renovarem as esperanças no tratamento com a Cannabis medicinal. Mais especificadamente com o THC (tetrahidrocanabidiol, substância derivada da planta).

Em dose baixa –de meia miligrama em extrato full spectrum rico na substância–, ela não  provoca os feitos psicotrópicos característicos do canabinoide e diminui os sintomas do Alzheimer, demência senil, sem tratamento.

A esperança de progresso vem de um grupo de pesquisadores da Unila (Universidade Universidade Federal da Integração Latino-Americana), que encerra uma pesquisa de quatro anos com pacientes de Alzheimer, em janeiro de 2022. “Ainda não identificamos o que cada grupo está tomando, mas há uma parte de idosos com progressos visíveis”, diz Francisney Nascimento, coordenador do grupo de pesquisa e professor de Medicina e Biociência da Unila. A pesquisa recebe o suporte da Abrace (Associação Brasileira de Assistência às Famílias Portadoras de Câncer e Hemopatias), que fornece o medicamento.

O paciente zero foi o agricultor Delci Ruver, de 78, da cidade de Planalto, com 12 mil habitantes, no interior do Paraná, diagnosticado com Alzheimer. Ele recebe o tratamento com extrato de THC desde 2018. O pesquisador pode medir os avanços no estado clínico dele. “No teste minimental, padrão para avaliar demência, o paciente apresentou escore superior ao do início do tratamento, o que demonstra que recobrou parte da atividade da memória perdida”, diz Nascimento.

“A ação do THC no hipocampo, região da memória, faz crescer novos brotamentamentos neuronais (dendritos, ramificação entre os neurônios).” O pesquisador explica que esse é o problema do Alzheimer. Os neurônios não morrem, mas as conexões entre eles que se enfraquecem. As hipóteses científicas são efeito anti-inflamatório, antienvelhecimento, e brotamento neural.

A pesquisa inclui também a avaliação do estresse oxidativo e a oxidação com a coleta do líquido cefalorraquidiano a cada seis meses. “Vamos dosar no sangue se esses fatores levantados em experimentos anteriores são reduzidos pelo THC.”

O caso de Delci virou um artigo científico, que será publicado no Journal of Medical Case Reports, em breve. Nascimento explica que estudos realizados com animais demonstram a eficiência do THC em aumentar a conexão entre os neurônios, possibilitando atividade cerebral mais intensa. O pesquisador deixou aqui um recado para os doentes e familiares especialmente para os leitores do Cannabis Inc. Assista aqui.

 

Comentários 2

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  1. Avatar de AKILA SASAKI

    AKILA SASAKI

    4 anos atrás

    Quem tem na família alguém com esta doença sabe como é importante novos medicamentos encontrados por novas pesquisas cientificas,

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  2. Avatar de Mat Ditra

    Mat Ditra

    4 anos atrás

    Liberar a maconha é fazer o jogo das grandes corporações e seus lobistas que querem viciar milhões para ganhar bilhões... quanto à saúde da população?... problema do SUS.

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