Grandes obras. Foz do Iguaçu é destaque na edificação de pontes

Na reta final da obra, Ponte da Integração Brasil-Paraguai inova pelo emprego de diferentes sistemas de construção e tecnologias.

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Na reta final da obra, Ponte da Integração Brasil-Paraguai inova pelo emprego de diferentes sistemas de construção e tecnologias.

“Foz do Iguaçu está na vanguarda da construção de pontes.” A opinião é do professor de Engenharia de Estruturas Aref Kzam, docente da Universidade Federal da Integração Latino-Americana. Sua análise parte da obra da Ponte da Integração Brasil-Paraguai, que utiliza técnicas e recursos tecnológicos valiosos, avalia.

“Tanto é que o vão principal da ponte é o maior vão da América Latina”, destaca. A via, que ligará Foz do Iguaçu a Presidente Franco, terá 760 metros de comprimento e um vão-livre de 470 metros, com previsão de ser concluída no segundo semestre deste ano, com custo total de R$ 323 milhões.

Foz do Iguaçu conta com outras duas pontes internacionais, sendo a da Amizade e a Tancredo Neves, ligações com Ciudad del Este (Paraguai) e Puerto Iguazú (Argentina), respectivamente. O professor aponta que as principais diferenças entre as três edificações na fronteira trinacional residem em seus sistemas estruturais.

Ponte da Amizade: utiliza arco, um dos primeiros sistemas estruturais empregados pela engenharia;
Ponte Tancredo Neves: sistema de vigas; e
Ponte da Integração: tipo estaiada (suspensa por cabos).

“Mas as pontes também possuem similaridades. A da Amizade e a da Integração utilizam o sistema de fundação direta”, expõe matéria produzida pela assessoria de Comunicação da Unila. Nesses dois casos, a fundação está sobre a rocha de basalto, que é resistente, complementa a reportagem.

O processo construtivo também similar, que é o de “balanço sucessivo”, por conta da largura dos rios Paraná e Iguaçu, nos quais estão as pontes em Foz do Iguaçu com as cidades vizinhas. “E também para que não houvesse nenhum tipo de impedimento da navegabilidade, [por isso] o vão-livre dessas pontes”, expõe o professor e engenheiro Aref Kzam.

Combinação de tecnologias

A produção jornalística da Unila mostra que construção de uma ponte utiliza mais de um sistema construtivo, caso da Ponte da Integração, devido ao avanço tecnológico. Um deles é o de fôrmas deslizantes, usado no pilar, que permite a concretagem contínua de estruturas, com a cura do concreto mais eficiente.

Assista à entrevista completa produzida pela Unila: https://bit.ly/unila_pontes.

“Um sistema interessante de se utilizar nas estruturas em geral, não só em pontes”, detalha o professor da universidade pública. “Isso garante agilidade e menos desperdício de material, corroborando com a sustentabilidade da obra, que é um tema extremamente importante hoje em dia na área de construção civil.”

O sistema estaiado da Ponte da Integração é mais frequente por oferecer mais possibilidades. “A grande vantagem é a de ser uma ponte que permite utilizar elementos estruturais mais esbeltos”, explica o docente. “Se fizesse exclusivamente em concreto armado, ficaria extremamente pesado”, prossegue Aref Kzam.

Ele menciona, ainda, o avanço da tecnologia dos materiais, que resultam em projetos arquitetônicos mais arrojados. “O sistema estaiado, de fato, é um sistema muito eficiente.” A Ponte da Integração se assenta no sistema estaiado de leque assimétrico. “Os cabos de aço que sustentam o tabuleiro [laje] do vão principal são mais espaçados, num formato do tipo leque. Eles convergem para um ponto em cima do mastro principal da ponte”, explica.

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