Você está aqui: Página Inicial > Notícias > Uma responsabilidade de todos
conteúdo

Vida Universitária

Uma responsabilidade de todos

Integrantes do Comitê Institucional de Enfrentamento ao Covid-19 falam sobre as principais recomendações para evitar a disseminação do novo coronavírus em Foz do Iguaçu
publicado: 20/03/2020 14h00, última modificação: 20/03/2020 14h00

Manter a calma, ficar em casa e lavar as mãos. Em resumo, essas são as principais recomendações da médica Liana Genovez e da enfermeira Hellen Zarth, da UNILA, para evitar a disseminação do novo coronavírus. Integrantes do Comitê Institucional de Enfrentamento ao Covid-19, Liana e Hellen participaram na quinta-feira (19) do programa Estação InnovaCities.

Para os pesquisadores e profissionais de saúde, os coronavírus não são novidade. Desde a década de 1960, esse grupo de vírus – que causa infecções respiratórias brandas e moderadas de curta duração  vem sendo registrado e estudado. “A diferença é que estamos nos deparando, atualmente, com um novo tipo de coronavírus. Ninguém tem imunidade a ele, e é um vírus de alta transmissão e de contágio rápido. Por isso, está causando tanta tensão”, explica Liana, médica reumatologista que atua na Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis da UNILA.

A forma de transmissão do novo coronavírus se dá por meio de ações que fazem parte do nosso cotidiano: cumprimentar com um aperto de mãos, um beijo ou um abraço. Além disso, espirrar ou tossir sem proteger a mão e o nariz – o ideal seria fazê-lo com um lenço de papel ou com o antebraço – pode espalhar gotículas pelo ar e causar o contágio. De forma indireta, a transmissão também pode ocorrer por meio de superfícies contaminadas, como maçanetas, corrimãos, torneiras e botões de elevador. “É por isso que o isolamento é importante neste momento. Devemos evitar qualquer interação próxima entre as pessoas”, complementa Liana.

Hellen complementa que o isolamento também tem o objetivo de achatar a curva de transmissão. Abrandar o surto do novo coronavírus pode ser decisivo. “A gente vai ter mais casos. Isso é um fato. Mas a gente quer que esses casos cheguem de uma maneira mais lenta à rede de saúde, para que a rede possa atendê-los da melhor maneira possível. O isolamento diminui a transmissão, diminui as pessoas de risco entrando em contato com esse vírus e evita a superlotação das unidades de saúde”, salienta a enfermeira.

Sintomas e tratamento

Em um primeiro momento, os sintomas do novo coronavírus podem ser muito semelhantes aos da gripe. “Febre é esperado, tosse é esperado, e espirros podem ocorrer”, explica Hellen Zarth. A população deve ficar em alerta, principalmente aos sintomas de esforço respiratório e de febre persistente. Somente nesses casos é necessário procurar assistência médica. “Um sinal de alerta é a tiragem intercostal, quando há movimentos de retração da musculatura entre as costelas durante a inspiração. Outro sintoma de alerta é a febre que persiste por mais de três dias. Mas sempre lembrando que, antes de se deslocar a uma unidade de saúde, é melhor entrar em contato por meio dos números de Plantão do Coronavírus”, adverte Liana Genovez. Em Foz do Iguaçu, os números do Plantão são (45) 9 9992-9550, 9 9997-5111, 9 9997-5251 e 9 9997-5150.

Para quem apresenta apenas sintomas leves, não é necessário procurar atendimento. A orientação é ficar em casa, em isolamento. “Eu sei que dá angústia, eu sei que as pessoas querem fazer o exame e saber logo se estão com coronavírus ou não. Mas, como não há um tratamento específico, não faz diferença saber se a pessoa – com sintomas leves – está com coronavírus. Então, independentemente do vírus respiratório com que você esteja, a indicação é ficar em casa e evitar o contato”, orienta Hellen. Nos casos leves, os pacientes são tratados com medicamentos para aliviar a febre e a dor. Sugere-se evitar os anti-inflamatórios e o ácido acetilsalicílico, que podem causar reações em pacientes com dengue.

Cuidados

Além do isolamento, durante o período da pandemia as profissionais recomendam reforçar os hábitos de higiene. “É muito importante lavar a mão por aproximadamente 30 segundos, lavando toda a superfície da mão. E esse hábito deve ser repetido várias vezes ao dia. O álcool em gel não é essencial. Ele só é recomendado para aqueles momentos em que não temos uma pia com água e sabão disponível”, diz Liana. Máscaras também devem ser evitadas por aqueles que não apresentam sintomas. A única exceção são os grupos de risco: idosos com doenças pré-existentes ou pacientes imunodeprimidos.

Outro cuidado é reforçar a limpeza de superfícies onde a mão é colocada com frequência (maçaneta, corrimão, botão de elevador, entre outras). “Isso vale também para as torneiras. O ideal é que, ao lavar as mãos, você ensaboe primeiro a torneira, lave as suas mãos e feche a torneira com uma toalha de papel. Se colocar a mão na torneira, ela já pode ser contaminada novamente”, observa a médica.

E embora o assunto da vez seja o coronavírus, as profissionais lembram que há outros problemas de saúde que podem ser evitados com atitudes simples. A dengue continua em alta em Foz do Iguaçu, e as pessoas podem aproveitar a quarentena para limpar os quintais e as áreas com acúmulo de água. Além disso, na próxima segunda-feira (23), começa a vacinação contra a gripe, uma importante forma de prevenção e que, historicamente, tem baixa adesão na cidade.

“Este é um momento de defender o Sistema Único de Saúde e confiar nos profissionais. O serviço de epidemiologia de Foz do Iguaçu é excelente. Temos profissionais capacitados e com muita experiência. Então, o que pedimos à população neste momento é que tenha calma e siga as orientações desses profissionais. As instituições de saúde vão tomar as melhores medidas para acabar com esta pandemia”, conclui Hellen.

Confira abaixo a entrevista na íntegra: