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Mais de 160 pessoas já participaram do curso de História e Cultura Indígena

Curso de extensão reúne educadores e profissionais de todo o país com o objetivo de formar multiplicadores qualificados para a abordagem de questões indígenas
publicado: 15/07/2019 15h53, última modificação: 15/07/2019 16h06
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Pessoas em uma sala de aula

Formar multiplicadores qualificados para a abordagem da história e cultura dos povos indígenas e estabelecer novas relações com os povos indígenas a partir do campo de atuação de educadores e profissionais. Esses são os objetivos do curso de extensão em História e Cultura Indígena, que há quatro anos é ofertado pela UNILA. Mais de 160 pessoas de todo o Brasil já participaram do curso, que é ofertado anualmente e realizado no Centro de Formação Vicente Canhas (CFVC), localizado em Luziânia (GO).

Pessoas em uma sala de aula

Conforme o coordenador do projeto, professor Clóvis Brighenti, o curso surgiu de uma demanda apresentada à UNILA pelo Conselho Indigenista Missionário (CIMI), órgão da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), com mais de 40 anos de trabalho com populações indígenas no país. “O curso surge pra atender a uma demanda da sociedade e a uma exigência da Lei 11.645/2008, que obriga as instituições de ensino básico a trabalharem o tema da História e de Culturas Indígenas na escola. As universidades, como espaços de formação desses docentes, têm o dever de fazer com que seus acadêmicos sejam formados no tema. Por outro lado, há outros espaços da sociedade que, da mesma forma, necessitam de formação, como os educadores populares que podem estar nas escolas, nos sindicatos, nos movimentos sociais, nas diferentes igrejas”, explica o docente. Além de educadores, jornalistas, operadores do direito, psicólogos, professores universitários e estudantes participam do curso, que é presencial e em turno integral.

Para a edição de 2019 do curso – que teve início no dia 8 de julho e segue até o dia 27 –, foram mais de 200 interessados para 50 vagas. Os selecionados são de 17 estados brasileiros. “Todos têm formação superior ou estão concluindo; vários são mestres e doutores; e alguns são professores universitários. Essa constatação revela a lacuna sobre a temática no ensino superior”, salienta Brighenti. Os participantes são selecionados por meio de edital público que é divulgado por entidades de todo o país. 

Implementação 

Publicada em 2008, a Lei 11.645/2008 foi considerada um importante avanço na luta pelo reconhecimento do papel dos indígenas na história e na formação da sociedade brasileira. A legislação tornou obrigatório o ensino de história e de culturas indígenas em todas as escolas, sendo elas públicas ou particulares, desde o ensino fundamental até o ensino médio. Clóvis Brighenti avalia que, quase 11 anos após a promulgação, “a lei ainda está sendo muito timidamente aplicada” e sua implementação ainda precisa ser acompanhada e debatida.

O docente, que realiza pesquisa sobre os pessoas sentadas em cadeiras, em círculomovimentos indígenas, observa que um aspecto que tem melhorado nos últimos anos é o livro didático, que vem incorporando novas metodologias, linguagens e pesquisas ao abordar questões indígenas. Ele também frisou que as escolas estão apresentando mais demandas de formação de seus professores sobre o tema. “De todo modo, é necessário, ainda, aprofundar mais o sentido da pluralidade e da interculturalidade no Brasil. Carecemos de transformar teorias em práticas”, afirma.

Nesse sentido, Brighenti acredita que a UNILA tem um papel fundamental no trabalho com a sociedade para debater essas questões por meio da extensão, em atendimento às demandas da própria sociedade. “A parceria com o CIMI também é outro elemento importante a destacar: demonstra que a UNILA não trabalha só, mas está aberta a construir relações com organizações da sociedade”, diz.