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Projeto estimula jovens a entender, gostar e divulgar ciência

Material didático está disponível para professores e traz roteiro, sugestão de atividades e orientação aos docentes
publicado: 03/09/2021 16h00, última modificação: 03/09/2021 17h05

Aprender ciência e aprender como divulgar a ciência. Com essa ideia nasceu o projeto Escola Divulga Ciência, que começa a ser levado a escolas do Ensino Fundamental para auxiliar na formação de jovens leitores de informações científicas e difundir a pesquisa feita no Brasil.

Voltado para estudantes do 7º ao 9º ano do Ensino Fundamental, o projeto prevê a realização de quatro oficinas, com roteiro de atividades e material de apoio para os professores. Ao final desse ciclo, o estudante estará apto a produzir um jornal escolar de ciências, seja impresso ou online.

O Escola Divulga Ciência teve início em 2019, a partir de um projeto de pesquisa desenvolvido pela docente da UNILA Laura Ferreira e pela estudante Nathália Nunes, do curso de Letras - Espanhol e Português como Línguas Estrangeiras, que, na época, era estagiária na Prefeitura de Foz do Iguaçu e, desde fevereiro deste ano, é professora na rede municipal de ensino.

O objetivo da equipe é “promover o letramento científico e midiático de maneira crítica”, diz a docente Laura Ferreira,  “despertar o interesse de estudantes pela ciência” e também fazer com que o aluno consiga identificar uma informação falsa e desmontar um boato. 

A pandemia atrasou o início do projeto junto às escolas, mas a equipe do projeto, que também é composta por outras duas estudantes, começa, neste mês de setembro, a realizar as oficinas online. O Colégio Estadual Gustavo Dobrandino da Silva será o primeiro a receber as atividades. Posteriormente, a intenção é realizar as oficinas com professores do Ensino Fundamental para que estes possam ser os aplicadores das atividades em sala de aula.

As oficinas são organizadas a partir de um roteiro com sugestão de atividades para os alunos e material de apoio para os professores, incluindo sugestão de textos, livros, revistas, podcasts e sites que podem ser consultados. O material didático para os professores está disponível no site da UNILA e pode ser baixado gratuitamente. “A gente teve muito essa preocupação de ter o material do aluno, mas também ter suporte para o professor consultar e adaptar o material de acordo com a realidade dele”, comenta Nathália.

Foi após um curso num encontro da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) que veio a inspiração que faltava para formatar as oficinas. “O curso fez diferença. A gente tinha imaginado algumas coisas, e a partir desse curso surgiram outras ideias para as oficinas”, comenta Nathália. Para ela, ter participado da elaboração das oficinas foi uma experiência motivadora. “Eu fiz algo que eu queria ter tido como aluna [do Ensino Fundamental e Médio] e não tive. Foi tudo feito com muito amor. Ficamos apaixonadas com cada oficina que desenvolvemos”, comenta.

A primeira a nascer foi a oficina “Eu, detetive da informação” – que, no roteiro sugerido, é a terceira a ser executada. Nessa oficina os estudantes aprendem a reconhecer, desmontar e combater a desinformação (boatos e fake news), analisando textos por meio de checagem de fontes e das informações disponíveis.

A partir daí, foram formatadas as outras três oficinas. A série começa com “Eu, cientista”. Aqui, os estudantes são convidados a refletir sobre ciência e a profissão de cientista. “Normalmente, a imagem de cientista que vem a cabeça das pessoas é um homem branco, de jaleco e com um tubo de ensaio saindo fumaça”, lembra Laura Ferreira. “Queremos quebrar essa ideia porque ela afasta uma monte de gente da ciência. A ideia é que qualquer estudante possa se identificar com a profissão de cientista”, diz. Ao final dessa etapa, o aluno é convidado a criar um avatar, um autorretrato, em que se imagina um cientista.

Na sequência vem a oficina “Eu, devorador de ciência”, em que o aluno irá conhecer veículos para a divulgação de ciência – jornais, podcasts, revistas – destinados ao público jovem e escolher o que mais gosta nesse “cardápio”. E, por último, na oficina “Eu, jornalista científico”, os estudantes irão conhecer as diferentes funções no jornalismo e criar uma equipe para redigir um jornal escolar de divulgação científica.