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Avanços no campo da genética são temas de debate no Simpósio Latino-Americano de Biociências

O evento será entre os dias 30 de setembro e 4 de outubro, na UNILA-Jardim Universitário
publicado: 27/09/2019 00h00, última modificação: 27/09/2019 14h22

Uma técnica inovadora de biologia molecular tem sido alvo de recentes estudos no campo da genética. Trata-se do CRISPR, por meio do qual é possível realizar alterações nos genes de forma mais simples, funcionando como uma espécie de editor de genomas.

A descoberta partiu de um estudo sobre um sistema de defesa de bactérias, análogo ao nosso sistema imunológico e cuja função é a de proteger as bactérias contra os ataques de vírus. Ou seja, é um sistema que identifica o DNA de um vírus invasor e copia e guarda essa informação como uma memória genética, para defender essas bactérias de futuros ataques causados pelo mesmo vírus. Nessa ação, entra em cena uma proteína denominada Cas9, que funciona como uma tesoura capaz de eliminar uma parte determinada de um DNA.

"O CRISPR, portanto, surge de uma tentativa de converter um fenômeno biológico em uma ferramenta de aplicação biotecnológica. Essa técnica vem dar continuidade à transformação genética que vimos em anos passados. Abre-se a possibilidade de você manipular geneticamente sem ter tantos inconvenientes e efeitos colaterais como tínhamos no passado. De certa forma, é uma revolução”, avalia o docente da UNILA Cristian Rojas.

Ele destaca que a técnica do CRISPR traz precisão, funcionando como um bisturi molecular que pode ser utilizado na agricultura, agropecuária e na saúde humana – por exemplo, atuar no genoma humano com a possibilidade de desfazer ou silenciar mutações relacionadas a doenças como o câncer.

“No caso da agricultura, essa tecnologia consegue modificar o genoma de uma planta sem colocar nenhum gene de fora. Consegue melhorar alguma característica, fazer com que a planta produza mais determinada proteína ou deixe de produzir uma proteína que possa ser tóxica, por exemplo; ou, ainda, pode aumentar a eficiência nutricional”, descreve Rojas.

Apesar de diversos estudos a respeito do CRISPR, o docente lembra que a técnica, para avançar, depende também de um aprofundamento de pesquisas em diferentes áreas, como bioquímica, medicina, engenharia de tecidos e fisiologia. Na UNILA, há uma iniciativa de desenvolver protocolos para trabalhar com esse mecanismo de transformação genética. "É preciso preparar as ferramentas de biologia molecular para deixar essa técnica funcionando. Uma vez que elas estejam desenvolvidas, pode-se escolher um modelo biológico para fazer a modificação", explica o professor Cristian Rojas.

Simpósio de Biociências

O uso da técnica CRISPR é um dos temas que estará em debate na segunda edição do Simpósio Latino-Americano de Biociências, evento que será entre 30 de setembro e 4 de outubro, na UNILA-Jardim Universitário (Avenida Tarquínio Joslin dos Santos, 1000). O Simpósio é organizado pelo Programa de Pós-graduação em Biociências da UNILA.

O evento visa aproximar profissionais, docentes e acadêmicos de diversas áreas, e estimular acadêmicos a realizarem pesquisas aplicadas à saúde humana, inspirados pelas técnicas, métodos e epistemologias apresentados nas palestras e minicursos.

O Simpósio traz para o debate alguns dos trabalhos científicos que estão sendo desenvolvidos na UNILA, a exemplo de estudos nas áreas da genética, medicina canábica, tratamento oncológico e doença celíaca.

Para mais informações sobre inscrição e a programação completa do Simpósio, acesse a página do evento.