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O desafio da inclusão indígena

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O equatoriano Cosme Vargas é um dos cem estudantes, de vários países latino-americanos, autodeclarados indígenas que estudam na UNILA
publicado: 19/04/2018 17h00, última modificação: 22/08/2019 16h37

O equatoriano Cosme Vargas é um dos cem estudantes, de vários países latino-americanos, autodeclarados indígenas que estudam na UNILA. Aluno do curso de Ciência Política e Sociologia, Cosme chegou à Universidade em 2014. “Eu estudava Engenharia Ambiental quando surgiu a oportunidade de vir estudar aqui no Brasil. Naquele momento, eu vi na UNILA a oportunidade de, além de fazer um curso numa área que me interessava muito, aprender sobre outros povos indígenas da América Latina”, contou. Por ser um dos melhores estudantes do seu colégio, Cosme ganhou uma bolsa do governo do Equador para custear as despesas de traslado e instalação no Brasil.

Apesar de ter chegado à UNILA com o propósito de conhecer outros povos indígenas, que Cosme chama de “parentes”, o estudante se surpreendeu com o pequeno número de indígenas brasileiros no ensino superior. “Embora eu tenha vários colegas parentes do Peru e da Bolívia, a Universidade conta com pouca participação de indígenas brasileiros. Venho de uma experiência no Equador, onde temos indígenas em todos os níveis de ensino, da educação básica à educação superior. No Brasil, ainda é um desafio incluir os indígenas no atual sistema de ensino”, comenta.

Para o aluno, a participação indígena na educação superior é fundamental porque dá espaço para diferentes culturas e formas de construção do conhecimento. Mas essa inclusão deve acontecer em outros espaços da sociedade, como a política e a saúde. “O que nós, dos povos originários, estamos buscando é que a sociedade urbana e a sociedade indígena trabalhem juntas, de maneira mais respeitosa e intercultural. Não queremos ser afastados da sociedade. Queremos fazer parte de uma coletividade que nos respeite e que saiba aproveitar nossos talentos em benefício de todos”.